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Jornalista que escrevia sobre narcotráfico é morto no México

16 de maio de 2017

Premiado por reportagens corajosas, Javier Valdez Cárdenas é alvejado à luz do dia na capital do estado de Sinaloa. Desde março, seis jornalistas foram assassinados no país.

Javier Valdez
Em entrevista, Valdez se definiu como um caçador de histórias em "meio às ruínas"Foto: Getty Images/AFP/H. Guerrero

O jornalista mexicano Javier Valdez Cárdenas foi assassinado a tiros nesta segunda-feira (15/05) em Culiacán, capital do estado de Sinaloa, no noroeste do México. Ele dirigia seu carro quando foi interceptado e alvejado, à luz do dia. O atentado ocorreu nas proximidades da sede do semanário para o qual ele trabalhava.

Valdez, fundador do semanário Ríodoce e correspondente do jornal nacional La Jornada, foi premiado em várias ocasiões por suas reportagens corajosas sobre o narcotráfico e o crime organizado.

Este é o sexto assassinato de um jornalista no México desde o início de março, um número elevado até mesmo para os padrões mexicanos. O México é um dos lugares mais perigosos para jornalistas por causa dos cartéis da droga, e a maioria dos ataques à imprensa permanece impune.

Jornalistas sob pressão

02:28

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Horas antes fora morto, também num atentado, o repórter de um semanário do estado de Jalisco, Jonathan Rodríguez, de 26 anos. Ele trabalhava no meio de comunicação que era propriedade de seu pai. A mãe dele, Sonia Córdova, subdiretora do jornal, ficou ferida no ataque e está em estado grave. Ambos circulavam de carro numa avenida movimentada da cidade de Autlán quando foram alvejados por pessoas armadas. 

Numa entrevista à agência de notícias Efe, em outubro, Valdez se definiu como um caçador de histórias em "meio às ruínas" e defensor dos jornalistas "que estão partindo" de um país onde "o delinquente manda" e "o ar que respiramos não nos pertence".

Ele falou sobre a cumplicidade dos políticos com o narcotráfico, assegurou que não há liberdade de imprensa no México porque o crime organizado e os governos corruptos impõem o silêncio à bala ou com dinheiro e denunciou que "o jornalismo valente, digno, responsável, honesto" não tem o apoio da sociedade.

Segundo ele, o jornalista "está sozinho e isso fala também sobre a nossa fragilidade, porque significa que, se vêm contra nós, não vai acontecer nada. Não há um sentimento de solidariedade quando um jornalista é assassinado, agredido, ameaçado", lamentou.

AS/lusa/efe/rtr/ap

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