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Juiz abandona novo julgamento do ex-ditador egício Mubarak

13 de abril de 2013

Processo é suspenso após juiz alegar "mal-estar" em conduzir os trabalhos. Adversários do ex-líder exigem pena de morte. Já Mubarak e demais acusados de 846 mortes durante protestos em 2011 contam com a absolvição.

Foto: picture-alliance/dpa

O novo processo contra o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak iniciou-se neste sábado (13/04) com uma surpresa. Poucos minutos após a abertura dos trabalhos, o juiz responsável pelo caso, Mustafa Hassan, pediu para retirar-se do julgamento. Ele alegou "mal-estar" em ter que liderar o processo de revisão. Em seguida, o juiz entregou o caso à corte de apelação, a qual deverá designar um novo tribunal. Ainda não há data prevista para o prosseguimento do processo.

Mubarak se encontrava na sala do tribunal: esta foi a primeira vez em quase um ano que o ex-líder foi visto em público. Ele foi trazido por médicos, numa maca. Devido a seu mau estado de saúde, até o último momento não estava certo se ele compareceria ao julgamento.

O anúncio da decisão do juiz-presidente provocou a ira dos parentes das vítimas que, presentes à corte no Cairo, entoaram: "O povo exige a execução de Mubarak". Também os advogados dos familiares reforçaram a reivindicação da pena máxima, ao mesmo tempo em que se declararam satisfeitos com a renúncia do juiz.

Em processos anteriores, Hassan absolveu altos representantes do regime, acusados de incitação à violência contra membros do movimento pró-democracia. Como grande parte dos integrantes do Judiciário atualmente, ele foi indicado durante o regime de Mubarak.

Mubarak foi trazido de maca para tribunal no CairoFoto: picture-alliance/AP

Esperanças de ambos os lados

Além do ex-ditador de 84 anos, também seu ministro do Interior, Habib al-Adli, e seis outros antigos altos representantes das forças de segurança terão que responder por participação na morte de 846 manifestantes. Além disso, assim como Mubarak, seus filhos Gamal e Alaa estão sendo processados por corrupção e abuso de poder.

Hosni Mubarak foi deposto em 11 de fevereiro de 2011, após semanas de protestos sangrentos. Mais tarde, ele e Al-Adli foram detidos e condenados à prisão perpétua no ano passado, num processo que durou dez meses.

Os juízes aceitaram a acusação de cumplicidade na morte dos manifestantes durante os 18 dias da revolta contra o então regime de Mubarak no início de 2011. No entanto, a sentença foi suspensa em 13 de janeiro deste ano devido a falhas processuais.

Mubarak e Al-Adli contam com a absolvição, enquanto seus inimigos exigem a pena de morte. No entanto, segundo as leis do Egito, a sentença decorrente da revisão não pode ser mais rigorosa do que a pena mais alta estipulada no processo anterior.

AV/dpa/afp/rtr

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