Agência do governo americano aponta recorde de calor também para os primeiros sete meses do ano e espera marca histórica para 2015 como um todo. "O mundo está aquecendo", alerta estudo.
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Um novo recorde de calor foi estabelecido no mundo. Medições apontam julho como o mês mais quente da história e que os sete primeiros meses deste ano foram os mais calorosos desde o início das medições, em 1880, informou a agência climática do governo americano nesta quinta-feira (20/08).
"O mundo está aquecendo. Ele continua aquecendo. Isso está sendo mostrado continuamente em nossos dados", disse o físico Jake Crouch, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica americana (NOAA). "Agora que estamos bastante certos de que 2015 será o ano mais quente já registrado, é hora de começar a olhar para quais serão os impactos. O que isso significa para as pessoas?", questionou o cientista.
A temperatura média de julho em superfícies terrestres e marítimas em todo o mundo foi de 16,61 graus Celsius – o que configura o mês mais quente da história. O recorde anterior foi medido em 1998.
Nas análises desde o início do ano, cientistas descobriram que as temperaturas médias terrestres e oceânicas estavam 0,85 grau Celsius acima da média do século 20. "Esta foi a maior média registrada de janeiro até julho, superando o recorde anterior estabelecido em 2010 por 0,09 grau Celsius", afirmou o relatório.
Grandes partes da Terra enfrentaram mais calor do que a média, incluindo a África, que vivenciou o seu segundo mês de julho mais quente já registrado. "Um calor recorde também foi observado em grande parte do norte da América do Sul, em partes da Europa e Ásia Central, e no extremo oeste dos Estados Unidos", conclui a NOAA.
Em contrapartida, partes do leste da Escandinávia e Rússia ocidental, áreas do sul e leste asiático, além de regiões na América Central e no norte da América do Norte registraram temperaturas mais frias do que a média global.
PV/afp/rtr
Cada vez mais desertos
Solos férteis estão se tornando escassos. Cada vez mais áreas são atingidas pela desertificação, em grande parte devido à ação do homem. A Convenção da ONU de Combate à Desertificação tenta reverter esse cenário.
Foto: DW/Stefan Dege
Paisagens áridas
Desertos de areia, pedras e sal. Quase um terço da superfície da Terra é coberto por paisagens áridas, e essa área está aumentando. A maioria dessas paisagens formou-se naturalmente ao longo de centenas de anos, como esta formação rochosa do Maciço de Hoggar (foto), na Argélia. Mas atualmente o homem é o principal responsável pela expansão dos desertos.
Foto: picture-alliance/dpa
Cada vez mais seco
Desertificação é o nome que se dá ao fenômeno de degradação de terras, transformando uma área em deserto. Geralmente, a desertificação ocorre em regiões que já são afetadas pela seca, como em algumas áreas da África, América ou Ásia. Esta lavoura de trigo (foto) não suportou a forte seca que atingiu o estado americano do Texas em 2011.
Foto: Getty Images
Culpa do homem
Cerca de 70 mil quilômetros quadrados transformam-se em deserto todos os anos – uma área quase do tamanho da Irlanda. Além das mudanças climáticas, o ser humano é em grande parte responsável por essa expansão. No futuro, agricultores precisarão se adaptar a novas condições climáticas para poder continuar cultivando alimentos em quantidade suficiente.
Foto: picture-alliance/dpa
Pastoreio excessivo
Muitos animais são criados em regiões secas, propensas à desertificação. Eles alimentam-se também das últimas e pequenas plantas, deixando a terra sem proteção contra o vento e a água da chuva. Assim, quando há seca, o processo da desertificação é acelerado: o solo fica mais fraco e sofre erosão.
Foto: DANIEL GARCIA/AFP/Getty Images
Muita agricultura
A seca torna o cultivo mais difícil para os agricultores. Além disso, muitos solos não são usados corretamente. Depois da colheita, muitos campos não recebem o tempo de descanso necessário para sua regeneração antes do próximo plantio. O resultado é que o solo perde nutrientes e as plantas não crescem, o que também favorece a erosão.
Foto: Ofelia Harms
Florestas desaparecendo
O número de árvores na superfície do planeta está diminuindo. As pessoas destroem florestas para obter madeira ou abrir espaço para agricultura, indústria ou novas áreas residenciais. As árvores previnem a erosão do solo. Com o desmatamento, o solo fica vulnerável e mais seco.
Foto: picture-alliance/dpa
Consumo de água nas alturas
A população mundial está aumentado e, consequentemente, o consumo de água também. Ele simplesmente dobrou nos últimos 50 anos. O aumento da demanda está relacionado em grande parte à agricultura intensiva. A irrigação nos campos faz com que o nível das reservas de água diminua dramaticamente.
Foto: AFP/Getty Images
Reação em cadeia
O início da desertificação é seguido por uma reação em cadeia: as plantas não crescem, a água evapora, e o solo seca, fica salino e duro como uma rocha. Fica quase impossível salvar a terra infértil.
Foto: AP
Consequências de longo prazo
A desertificação não leva somente à destruição de ecossistema. O processo pode causar também a extinção de espécies, pobreza, fome e escassez de água. Especialmente nos países da África Ocidental, a expansão dos desertos tem um impacto devastador sobre a vida das pessoas.
Foto: picture-alliance/dpa
Recuperar solos
É possível reverter o processo de desertificação, mas se trata de um processo caro. O reflorestamento é uma maneira de recuperar a vegetação perdida. Na República Dominicana (foto), árvores são plantadas para proteger as montanhas de erosão. No entanto, até agora o sucesso global desse tipo de projeto tem sido modesto.
Foto: DW / Sascha Quaiser
Maior desafio ambiental do nosso tempo
A Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD) entrou em vigor em 1996. Desde então, o objetivo é conter a seca, reduzir a quantidade de solos áridos e barrar com a expansão dos desertos.