Pela primeira vez, tribunal dá parecer favorável ao plantio da droga para fins terapêuticos. Autorização especial foi concedida a paciente crônico que não tinha condições de comprar cannabis medicinal em farmácias.
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O Tribunal Administrativo Federal da Alemanha, em Leipzig, permitiu, pela primeira vez, nesta quarta-feira (06/04) a um paciente crônico o cultivo de maconha para fins terapêuticos. A Justiça determinou que o Instituto Alemão para Medicamentos e Produtos Medicinais conceda uma autorização especial de plantio ao homem que sofre de esclerose múltipla.
No parecer, o juiz afirma que "o entorpecente é necessário para o tratamento" do paciente e ressalta que "não há nenhuma terapia alternativa acessível" que ofereça o mesmo resultado.
O homem de 52 anos foi diagnosticado há mais de 30 anos com esclerose múltipla. Desde 1987, ele trata os sintomas da doença com extrato de cannabis. Em 2007 e 2010, ele entrou com um pedido de autorização junto ao Instituto Alemão para Medicamentos e Produtos Medicinais para o cultivo da planta. Nas duas ocasiões, a solicitação foi negada. Porém, com a decisão do tribunal, o órgão agora deverá conceder a licença.
De acordo com o tribunal, a legislação determina que autoridades permitam o cultivo de maconha legalmente quando for de "interesse público". A corte entendeu que esse é o caso do autor da ação, pois o uso da droga diminuiu significativamente suas dores, e atualmente não há nenhum outro medicamento que produza o mesmo efeito.
O paciente em questão alegou que não tinha condições financeiras de adquirir maconha medicinal em farmácias. Ele precisaria desembolsar pelo menos 1,5 mil euros por mês para comprar o produto legalmente, por isso, resolveu cultivar a planta em sua casa.
O veredicto também ressaltou que não há risco de abusos por parte do requerente. Segundo o tribunal, devido ao uso prolongado da terapia, o paciente já possui experiência abrangente sobre o efeito e a dosagem da maconha cultivada por ele. Além disso, o plantio e terapia são controlados por médicos.
A decisão abre as portas para que pacientes na mesma situação consigam autorização para cultivar maconha.
Médicos e acadêmicos argumentam que medicamentos à base de extrato de cannabis são eficazes para combater os mais variados tipos de dor – desde as provocadas por câncer, esclerose múltipla e artrite até as resultantes de traumas e cirurgias.
CN/epf/afp/dpa
Sete fatos e um mito sobre o álcool
Carnaval é, para muitos, um momento de tomar umas a mais. Boa hora para conferir um estudo científico sobre o assunto. Que traz notícias nem tão alegres...
Foto: picture-alliance/dpa
Me engana que eu gosto
Há décadas a ciência vinha oferecendo perspectivas reconfortantes aos amigos do copo: álcool em quantidades moderadas – um ou dois copos de vinho por dia, por exemplo – faz bem à saúde e até prolonga a vida, dizem. Infelizmente, tal bonança acabou: entre outras revelações, um relatório do "British Medical Journal" apresenta um convite à revisão radical dos hábitos etílicos.
Foto: picture-alliance/dpa
Fato 1: Os europeus bebem mais do que os outros
Consumindo 11,8 e 11,6 litros de álcool puro por ano, respectivamente, os alemães e os britânicos ocupam uma posição mediana entre os grandes bebedores – ao contrário do que se poderia imaginar. Porém, no geral, está comprovado que os nativos do Velho Continente tendem a se embriagar mais do que os da América do Norte ou da Ásia.
Foto: picture-alliance/dpa
Fato 2: Mas ninguém bebe mais do que um bielorrusso
A ex-república soviética Belarus ocupa o topo absoluto na lista dos países mais beberrões do mundo: a média do consumo de álcool puro entre sua população é de 17,5 litros por ano. E a Rússia vem cambaleando logo atrás, com 15,1 litros. Ou seja: mesmo com a contínua alta dos preços, o império de Vladimir Putin segue sendo o paraíso da vodca.
Foto: picture-alliance/dpa
Fato 3: Olhos puxados e álcool não combinam
Ou, em termos um tanto mais científicos: grupos étnicos como os asiáticos dispõem de quantidades menores das enzimas que metabolizam o álcool. É uma questão de genética. Talvez por isso o turista japonês da foto, flagrado na Oktoberfest de Munique, já pareça estar antecipando a ressaca.
Foto: dpa
Fato 4: Beber não é coisa para mulher
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres bebem menos da metade do álcool que os homens. Não é uma questão de machismo, é um mero fato fisiológico. Entre os fatores em jogo estão a diferença de tamanho e a composição do corpo feminino, cujo maior teor de gordura tende a concentrar o álcool. Já os homens apresentam mais água no corpo, o que favorece a difusão da substância.
Foto: Fotolia/Kitty
Fato 5: A prosperidade faz o beberrão
Nos países em desenvolvimento, como a China e a Índia, o consumo alcoólico está em alta. Homens e mulheres da classe média em expansão têm agora meios para adquirir boas bebidas importadas, como cerveja alemã ou vinho francês. Ou fazer como as jovens indianas da foto: viajar até a Oktoberfest de Munique para provar a típica cerveja bávara.
Foto: DW/I. Moog
Fato 6: Embriaguez é também questão religiosa
O menor consumo do mundo é registrado no Norte da África e no Oriente Médio. No Paquistão, Kuwait, Líbia e Mauritânia, só se ingere 0,1 litro de álcool puro por ano. É que, para a religião muçulmana, essa substância é "haram" – impura, e, portanto, proibida para os fiéis. Nesses países, a bebida mais popular é o chá.
Foto: picture-alliance/dpa
Fato 7: Álcool mata. Mesmo
E agora é que a coisa começa a ficar sem graça. A OMS alerta: o consumo etílico está relacionado a mais de 200 enfermidades e condições crônicas. Essa lista, que inclui o câncer e a cirrose, mata 3,3 milhões de amigos do copo por ano – o equivalente a cerca de 6% do número global de óbitos. Mas... só se a pessoa beber muito, não é mesmo?
Foto: Getty Images
O mito: Um copo de vinho ao dia prolonga a vida
Errado. O relatório do "British Medical Journal" aponta falhas técnicas nos estudos anteriores que aconselhavam o consumo alcoólico moderado. Como eles não distinguiam entre não bebedores e os menos saudáveis ex-bebedores, os antigos cálculos não são confiáveis. Portanto, a forma mais saudável de beber, é mesmo não beber uma só gota.
Foto: DW/D. P. Lopes
A solução?
Para quem acredita cem por cento nos pesquisadores britânicos e quer ter vida longa a todo custo, só resta seguir o exemplo do Paquistão. Como mostra a foto, a república islâmica destrói regularmente, em massa, as garrafas que apreende, contrabandeadas de sua vizinha, a emergente e cada vez mais alcoólica Índia. Algum candidato a adotar solução tão radical? Quem sabe em 2016?