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Justiça americana indicia presidente da CBF

3 de dezembro de 2015

Além de Marco Polo del Nero, Ricardo Teixeira é acusado de envolvimento em esquema de corrupção na Fifa. Outros 14 cartolas teriam também recebido milhões de dólares em propina.

Marco Polo Del Nero é supeito de envolvimento em esquema de corrupção na Fifa.Foto: picture-alliance/Pacific Press/G. Serebrenick

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero, e o ex-presidente da entidade Ricardo Teixeira foram indiciados nesta quinta-feira (03/12) pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por envolvimento em um esquema de corrupção na Fifa.

Além dos brasileiros e de dois dirigentes detidos em Zurique nesta quinta-feira, outros 12 cartolas foram indiciados pela justiça americana na nova fase do processo, que teve início em maio. "A traição de confiança apresentada aqui é ultrajante. A escala de corrupção alegada aqui é inconcebível", disse a procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch.

A nova fase do processo foi deflagrada no início desta quinta-feira com a prisão do hondurenho Alfredo Hawit Banegas, presidente da Concacaf, e do paraguaio Juan Ángel Napout, chefe da Conmebol, na Suíça. As detenções aconteceram pouca horas antes da reunião da Fifa para aprovar reformas na entidade.

Os cartolas são acusados de receber milhões de dólares em subornos e propinas referentes a contratos comerciais da Fifa. Todos os três últimos presidentes da Concacaf e da Conmebol foram indiciados. O esquema de corrupção envolve a Copa América, incluindo a edição de 2016 que será realizada nos EUA, e eliminatórias para a Copa do Mundo.

"A mensagem que queremos deixar deve ser clara para cada indivíduo culpado que permanece nas sombras, esperando escapar das nossas investigações. Você não escapará do nosso radar", ressaltou Lynch.

Escândalo de corrupção

A federação foi abalada por um escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição do presidente Joseph Blatter, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou à acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin.

No início de junho, Blatter anunciou sua renúncia, abrindo o caminho para nova eleição, que foi marcadas para 26 de fevereiro de 2016. Em 25 de setembro, o Ministério Público suíço instaurou um processo criminal contra Blatter.

Em 8 de outubro, Blatter, o secretário-geral da Fifa, o francês Jérôme Valcke, e o presidente da Uefa, o também francês Michel Platini, foram suspensos provisoriamente por 90 dias pelo Comitê de Ética da Fifa, por implicação no escândalo de corrupção que atingiu a instituição.

Novos indiciados

Marco Polo Del Nero– presidente da CBF, brasileiro
Ricardo Teixeira – ex-presidente da CBF, brasileiro
Alfredo Hawit – dirigente hondurenho, presidente da Concacaf
Juan Angel Napout – dirigente paraguaio, presidente da Conmebol
Manuel Burga – ex-presidente da Federação Peruana
Carlos Chavez – dirigente boliviano, tesoureiro da Conmebol
Luis Chiriboga – presidente da Federação Equatoriana
Eduardo Deluca – dirigente argentino, ex-secretário-geral da Conmebol
Jose Luis Meiszner – dirigente argentino, ex-secretário-geral da Conmebol
Romer Osuna – dirigente boliviano, ex-tesoureiro da Conmebol
Ariel Alvarado – dirigente panamenho, membro do comitê disciplinar da Fifa
Rafael Callejas – ex-presidente de Honduras
Brayan Jimenez – presidente da Federação Guatemalteca
Rafael Salguero – ex-presidente da Federação Guatemalteca
Hector Trujillo – secretário-geral da Federação Guatemalteca
Reynaldo Vasquez – ex-presidente da Federação Salvadorenha

CN/ap/rtr/afp

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