Justiça dos EUA condena parentes de Maduro à prisão
15 de dezembro de 2017
Tribunal americano anuncia sentença contra dois sobrinhos da esposa do presidente da Venezuela condenados por tráfico de drogas. Eles foram acusados de tentar transportar 800 quilos de cocaína para os EUA.
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Um tribunal em Nova York condenou nesta quinta-feira (14/12) dois sobrinhos da primeira-dama da Venezuela, Cilia Flores, a 18 anos de prisão por tráfico de drogas. Franqui Francisco Flores de Freitas, de 33 anos, e Efraín Antonio Campo Flores, de 31 anos, foram acusados de tentar transportar 800 quilos de cocaína para os EUA.
O juiz Paul Crotty anunciou a sentença depois que os venezuelanos pediram desculpas pelo crime. Ambos também foram condenados a pagar uma multa de 50 mil dólares cada.
Segundo o juiz, a defesa dos parentes do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, alegou que seus clientes eram novatos no tráfico de drogas e nunca haviam transportado qualquer tipo de substância ilegal.
Os dois venezuelanos haviam sido declarados culpados no dia 18 de novembro de 2016, no entanto, a sentença foi decidida apenas na segunda fase do julgamento, que terminou nesta quinta-feira.
Freitas e Campos Flores foram presos em Porto Príncipe, no Haiti, em uma operação que envolveu a polícia local e a agência americana antidrogas (DEA), em meados de novembro de 2015. De lá, eles foram levados para Nova York, onde estão presos desde então.
Eles foram acusados de participar em outubro de 2015 de reuniões na Venezuela para organizar o envio da cocaína aos Estados Unidos, através de Honduras. Segundo as autoridades, os dois pretendiam transportar 800 quilos de cocaína.
No momento da prisão, Campos Flores se identificou como afilhado do presidente Nicolás Maduro. Ele seria filho de uma irmã já falecida da primeira-dama e foi parcialmente criado pela tia.
Na época, Maduro condenou as prisões dos sobrinhos e, além de negar as acusações, as classificou como uma campanha de difamação destinada a manchar seu governo socialista.
CN/rtr/efe/ap
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Drogas com passado alemão
Muitos entorpecentes produzidos hoje em laboratórios clandestinos espalhados pelo mundo são criações de cientistas, militares e empresas da Alemanha.
Na Segunda Guerra
Nas campanhas na Polônia, em 1939, e na França, em 1940, Hitler enviou soldados drogados para o front. Na ocupação da França, teriam sido dados às tropas 35 milhões de comprimidos de Pervitin, que tinha o apelido de "chocolate de tanque" ou "pílula de Hermann Göring". A substância ativa, metanfetamina, é um estimulante do sistema nervoso central. Mas também os Aliados dopavam seus soldados.
Foto: picture-alliance/dpa-Bildarchiv
Alerta, destemido e sem fome
A droga foi produzida por um japonês, inicialmente em forma líquida. Químicos da fábrica berlinense Temmler aperfeiçoaram o produto e o patentearam em 1937. Um ano mais tarde o medicamento era lançado no mercado. Ele era usado contra cansaço, sensação de fome e sede e medo. Hoje em dia, o Pervitin é comercializado ilegalmente sob novo nome: Crystal Meth.
High Hitler?
Historiadores divergem se Adolf Hitler era dependente de Pervitin. Nas anotações de seu médico pessoal, Theodor Morell, aparece um "X" com frequência. Nunca foi esclarecido o que ele significa. Sabe-se, no entanto, que Hitler recebia medicamentos fortes, a maioria provavelmente muito aquém das atuais leis de combate às drogas.
Foto: picture alliance/Mary Evans Picture Library
"Milagrosa" heroína
A criatividade dos produtores de drogas na Alemanha já havia começado muito mais cedo. "Fim à tosse graças à heroína", era o slogan da fabricante alemã Bayer no final do século 19 para o seu sucesso de vendas. Em pouco tempo, a heroína passou a ser prescrita contra epilepsia, asma, esquizofrenia e doenças cardíacas, mesmo em crianças. Como efeito colateral, a Bayer apontava prisão de ventre.
Pai da aspirina e da heroína
O químico e farmacêutico Felix Hoffmann é celebrado especialmente como o inventor da aspirina. Sua segunda grande descoberta aconteceu quase por acaso, enquanto experimentava com ácido acético. Ele resolveu combinar este ácido com morfina, obtido do suco da papoula usada para produzir ópio, criando assim a heroína. O produto só se tornaria ilegal na Alemanha em 1971.
Cocaína para oftalmologistas
Já desde 1862, a alemã Merck fabricava cocaína, usada na época pelos oftalmologistas como anestésico local. Ao pesquisar folhas de coca da América do Sul, o químico Albert Niemann havia isolado um alcaloide, que chamou de cocaína. Niemann morreu pouco depois de sua descoberta, vítima de um problema pulmonar.
Foto: Merck Corporate History
Freud e cocaína
Sigmund Freud consumia cocaína para fins científicos. Em seus "Escritos sobre a cocaína", o pai da psicanálise escreveu que ela não traz inconvenientes. Segundo ele, a substância transmite euforia, energia para viver, e motiva a trabalhar. Seu entusiasmo, no entanto, acabou com a morte de um amigo por causa da droga. Naquele tempo, a cocaína era prescrita contra dor de cabeça e dor no estômago.
Foto: Hans Casparius/Hulton Archive/Getty Images
O barato do Ecstasy
Embora o americano Alexander Shulgin seja considerado o inventor da pílula Ecstasy, a receita para sua produção estava em mãos da fabricante alemã Merck. Em 1912, foi dada entrada para a patente de uma substância oleosa sem cor chamada metilenodioximetanfetamina (MDMA ). Na época, os químicos consideraram que ela não teria valor comercial.
Foto: picture-alliance/epa/Barbara Walton
Efeitos de longo prazo
Os efeitos destas descobertas são implacáveis. As Nações Unidas calculam que em 2013 morreram 190 mil pessoas no mundo devido ao consumo de drogas ilegais. Em relação a bebidas alcoólicas, que não são proibidas, os números são mais impressionantes: a Organização Mundial da Saúde estima que em 2012 5,9% de todos os casos de morte no mundo (3,3 milhões) foram uma consequência do consumo de álcool.