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Justiça retira ordem de prisão contra Mães da Praça de Maio

6 de agosto de 2016

Magistrado argentino fecha acordo com a defesa de Hebe de Bonafini, de 87 anos, e cancela mandado de detenção. Ela se negou, novamente, a depor sobre suposto desvio de verbas destinadas à construção de casas populares.

Presidente da associação Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini
Foto: picture-alliance/dpa/A. Ortiz

A Justiça argentina revogou, nesta sexta-feira (05/08), o mandado de prisão para a presidente da associação Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, que teve sua detenção pedida por um juiz argentino por se negar a depor, pela segunda vez, sobre suposto desvio de verbas públicas destinadas à construção de casas populares.

De acordo com fontes da associação, o juiz encarregado do caso e que havia ordenado a prisão, Marcelo Martínez de Giorgi, enviou uma declaração informando sobre o cancelamento do mandato de prisão devido a um acordo fechado com a defesa de Bonafini.

Bonafini, de 87 anos, se recusou a comparecer às audiências marcadas para o último dia 6 de julho e esta quinta-feira. Pela segunda vez, ela se negou a prestar depoimento no processo sobre uma suposta fraude de até 50 milhões de dólares ao Estado cometido pela fundação através de um programa de construção de casas populares.

Depois da segunda ausência, o juiz Martínez de Giorgi ordenou a invasão da associação e, posteriormente, a prisão de Bonafini, que escapou da polícia e foi até a Praça de Maio, em Buenos Aires, onde foi apoiada por centenas de pessoas.

Ela preside desde 1979 as Mães da Praça de Maio, associação que reúne mulheres que reclamam por seus filhos desaparecidos durante a ditadura militar (1976-1983). Os dois filhos e a nora dela desapareceram em 1977 e 1978.

PV/efe/dpa/ots