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Paraíso escondido

Rodrigo Rodembusch21 de fevereiro de 2009

A 16 quilômetros de Frankfurt do Meno, centro econômico da Alemanha, Königstein não poderia ser mais contrastante: uma cidade pacata com paisagens verdes, onde o tempo passa mais devagar.

A região de Königstein é conhecida pelo verde do TaunusFoto: picture-alliance/ dpa

O cartão postal da cidade é uma das grandes ruínas da Alemanha. Partes da construção datam do século 1º. É com essa atmosfera perdida no tempo que os 15 mil moradores convivem, ao lado de grandes centros urbanos, como Wiesbaden e Frankfurt do Meno.

Na estação de trem de Frankfurt, já se tem uma noção da peculiaridade de Königstein. Ao lado de grandes trens, um pequeno conjunto de três vagões aguarda as pessoas a caminho dessa localidade escondida no meio de uma floresta. Durante a viagem lenta e tranquila, o passageiro vai se afastando da grande metrópole e entrando em um túnel verde: as florestas do Taunus.

Em exatos 35 minutos, o trenzinho – que ainda apita ao longo do percurso – transporta o passageiro a um outro mundo. Coelhos, veados e aves de rapina observam a passagem do trem. A estação de Königstein já dá uma ideia do que a cidade oferece: clima hospitaleiro e tranquilidade.

Em Königstein se situa uma das maiores fortalezas em ruína da AlemanhaFoto: picture-alliance/ dpa

Refúgio

Algumas partes da cidade ficam 800m acima do nível do mar, permitindo uma visão privilegiada da floresta do Taunus, área onde altos executivos costumam se refugiar do agito da cidade grande. Não é à toa que no século 19 as famílias burguesas de Frankfurt elegeram o local para construir suas casas de verão.

O primeiro registro oficial de Königstein data de 1215, apesar de historiadores acreditarem que o castelo tenha sido construído no século 12, época do imperador Barba-Roxa. Com o tempo, o local se tornou uma importante paragem entre as cidades de Frankfurt e Colônia. O complexo também servia de fortaleza, protegendo a aldeia no pé da montanha.

Durante a copa de 2006, Königstein foi escolhida como sede da seleção brasileira de futebol. Na época, os moradores enfeitaram a cidade, aprenderam português e se esforçaram ao extremo para que os brasileiros se sentissem em casa.

Os moradores de Königstein aprenderam português para receber a seleção brasileiraFoto: dpa

O ar que cura

Königstein é conhecida pelo ar puro, atraindo pessoas em tratamento de saúde. Não é à toa que a cidade concentra clínicas para cura de doenças cardíacas e vasculares. Mas não é necessário estar doente para conhecer Königstein.

Para quem tiver fôlego, a dica são as inúmeras trilhas existentes, com diferentes graus de dificuldade. Ciclismo ou natação também podem fazer parte do programa. No verão, o clima sempre convida a atividades ao ar livre – algo também ideal para doentes crônicos das vias respiratórias, segundo os médicos.

Apfelwein

O Apfelwein, típico vinho de maçã de tonalidade amarelo-ouro, é uma prova de que a Alemanha tem muito mais a oferecer do que cerveja. Nos dias de verão, essa é uma das opções prediletas em bares e restaurantes.

Nome é o que não falta para a bebida: äpfelwein, äppelwoi, äppler, appelwein, ebbelwei, ebbelwein, ebbelwoi, schoppe e stöffche. Mas onde encontrá-la? A resposta é uma só: na região de Königstein.

O vinho de maçã é típico da regiãoFoto: AP

Segundo consta, o inventor do apfelwein foi um padre da região das Astúrias, na Espanha. O religioso teria guardado em barris um macerado de maçãs que, com o passar do tempo, fermentou e transbordou por causa da pressão interna. Era o início dessa bebida de coloração que rega happy hours e jantares. De baixo teor alcoólico (entre 5,5% e 7%), o apfelwein é geralmente servido gelado.

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