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Kamala já tem delegados suficientes para ser candidata

23 de julho de 2024

Levantamentos da imprensa americana mostram que vice-presidente dos EUA já ultrapassou por larga soma o total necessário de delegados democratas para se tornar a adversária de Trump na eleição presidencial.

Kamala Harris
Nos últimos dias, vários democratas influentes endossaram Harris como candidata do partidoFoto: Erin Schaff/The New York Times/AP/picture alliance

Kamala Harris já garantiu o apoio de um número suficiente de delegados para assegurar a indicação da candidatura do Partido Democrata na eleição presidencial, de acordo com levantamentos da agência de notícias AP e das emissoras CNN e CBS News.

Até a noite desta segunda-feira (22/07), Harris tinha o apoio de pelo menos 2.579 delegados democratas, de acordo com a contagem da AP, bem mais do que os 1.976 delegados de que ela precisará para ficar com a vaga já no primeiro turno de votação.

Nenhum outro potencial pré-candidato foi nomeado pelos delegados contatados pela AP, deixando, por enquanto, o caminho livre para que a atual vice-presidente dos EUA se cacife para enfrentar o rival do Partido Republicano, o ex-presidente Donald Trump, em novembro.

Representações de pelo menos 27 estados americanos emitiram declarações de que todos os seus delegados apoiam Harris, de acordo com a CBS. O congressista californiano Robert Garcia fez anúncio semelhante. "A Califórnia acaba de votar por unanimidade a nomeação de Kamala Harris para presidente. Os nossos delegados colocaram a vice-presidente acima do número necessário para ser a nossa nomeada na convenção", afirmou.

Formalização apenas na convenção

Essas promessas de apoio dos delegados são, porém, por enquanto uma demonstração simbólica de endosso a Harris, já que os delegados ainda podem mudar de opinião.

A Convenção Nacional Democrata está programada para ser realizada de 19 a 22 de agosto em Chicago, mas o partido anunciou que realizaria uma votação nominal virtual para indicar formalmente Harris antes do início dos procedimentos presenciais.

Um comitê deverá se reunir ainda esta semana para finalizar seu processo de indicação com uma votação virtual já em 1º de agosto, anunciou o partido na segunda-feira, com o processo concluído até 7 de agosto.

Kamala Harris e Joe Biden. Presidente expressou rapidamente apoio à vice após desistir da disputa Foto: Andrew Harnik/Getty Images

"Podemos e seremos rápidos e justos ao executarmos essa indicação", disse Jaime Harrison, presidente do Comitê Nacional Democrata.

Harris só será oficialmente a candidata presidencial do Partido Democrata quando houver uma votação dos delegados. Outros candidatos poderão ser indicados se obtiverem as assinaturas de indicação de pelo menos 300 delegados, e não mais do que 50 de um único estado.

O partido disse que a votação nominal virtual contaria com várias rodadas de votação dos indicados se vários candidatos atingissem o limite de qualificação.

Se apenas um candidato, provavelmente Harris, atingir o limite de 300 assinaturas, a votação virtual poderá ocorrer já no dia 1º de agosto, disseram autoridades do partido. Se houver vários candidatos, a votação ocorrerá dias depois, mas será concluída até 7 de agosto.

Se a indicação de um candidato ocorrer de forma virtual no início de agosto, a convenção democrata passará a ser um evento meramente cerimonial.

Democratas declaram apoio a Harris

A rápida união dos democratas em torno de Harris marca uma tentativa do partido de deixar para trás semanas de drama interno sobre o futuro político do presidente Joe Biden e de se unificar em torno da tarefa de derrotar Trump a pouco mais de cem dias do dia da eleição.

Governadores e congressistas democratas, líderes do partido e organizações políticas rapidamente se alinharam em apoio a Harris ao longo desta segunda-feira e a campanha democrata estabeleceu um novo recorde de doações presidenciais para o período de 24 horas.

Mesmo assim, alguns dos principais nomes do partido não se manifestaram– desde o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, até o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, e o ex-presidente Barack Obama, que emitiu elogios a Biden, mas não chegou a endossar Harris.

"Estaremos navegando em águas desconhecidas nos próximos dias. Mas tenho uma confiança extraordinária de que os líderes do nosso partido serão capazes de criar um processo do qual surja um candidato excepcional", disse Obama numa declaração após o anúncio de Biden, sem citar o nome de Harris.

O republicano Donald Trump vem direcionando ataques a Harris depois da desistência de BidenFoto: Carlos Osorio/AP Photo/picture alliance

Na tarde de domingo, a campanha de Biden mudou formalmente seu nome para "Harris para Presidente”, refletindo que ela está herdando a operação política de mais de mil funcionários e um caixa de quase 96 milhões de dólares no final de junho.

Ela acrescentou 81 milhões de dólares a esse total só nas primeiras 24 horas após o endosso de Biden, segundo sua campanha – um recorde de arrecadação de fundos para a presidência – com contribuições de mais de 888 mil doadores.

A campanha também registrou um aumento de interesse depois que Harris assumiu o comando, com mais de 28 mil novos voluntários registrados desde o anúncio – uma taxa mais de cem vezes maior do que a média diária da campanha de reeleição de Biden, ressaltando o entusiasmo democrata por Harris.

Os endossos de grandes nomes democratas a Harris ao longo desta segunda-feira, incluindo os dos governadores Wes Moore, de Maryland, Gretchen Whitmer, do Michigan, J.B. Pritzker, de Illinois, e Andy Beshear, do Kentucky, deixaram uma lista cada vez menor de rivais em potencial.

A ex-presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, que no domingo não havia se se manifestado a favor de Harris, afirmou nesta segunda-feira que estava dando seu "apoio entusiasmado" ao esforço de Harris para liderar o partido.

as/jps (AP, AFP, OTS)

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