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Futuro do Afeganistão

6 de fevereiro de 2011

Como será o futuro do Afeganistão? No final da Conferência sobre Segurança de Munique, o presidente afegão, Hamid Karzai, discutiu essa questão com diversos políticos alemães. Muitas perguntas ficaram sem respostas.

Angela Merkel e Hamid Karzai em MuniqueFoto: dapd

A tensão entre o governo afegão e seus parceiros internacionais ficou mais uma vez evidente na 47ª Conferência sobre Segurança, que se encerrou neste domingo (06/02) em Munique. O presidente afegão, Hamid Karzai, foi recebido de forma amigável, mas não afável.

Karzai agradeceu pela ajuda internacional a seu país, mas acrescentou não estar totalmente satisfeito. Sua exigência veemente é que toda ajuda financeira seja destinada diretamente a seu governo, em vez de se direcionar, como foi o caso até agora, em parte para projetos regionais ou para as PRTs – sigla em inglês para as equipes de reconstrução das tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Procurando angariar a confiança dos expectadores, o presidente afegão assegurou que seu governo iria prestar contas de cada centavo que recebeu.

A melhor forma de dividir a ajuda financeira

Essa é justamente a grande desconfiança dos países doadores, pois é comum o dinheiro desaparecer por canais duvidosos. Com a onipresença da corrupção, o Afeganistão ainda está longe de ter uma boa governança.

Rainer Stinner, do Partido Liberal Democrático (FDP), rebateu as afirmativas de Karzai. O deputado alemão defende que a ajuda imediata descentralizada através de organizações internacionais é bastante eficaz. E se pergunta se "os recursos que distribuímos de forma centralizada, através de organizações governamentais afegãs, sempre chegam aonde deviam".

Karzai revidou que, se o objetivo da comunidade internacional é transferir a responsabilidade para os afegãos, isso deveria valer para todos os setores. "Se firmas particulares de segurança e equipes regionais de reconstrução continuarem a atuar, então não poderemos assumir mais responsabilidade."

Segurança no Afeganistão continua problema central

Um tema menos controverso é a formação profissional das forças de segurança afegãs, a qual, segundo o ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, avança mais rapidamente do que o planejado. A comunidade internacional pretende retirar suas tropas de combate até 2014. Os afegãos passarão, então, a ser responsáveis pela própria segurança, o que o governo de Karzai só conseguirá se entrar em acordo com os talibãs ou se convencê-los a passar para seu lado.

Westerwelle considera bem eoncaminhado esse importante processo. "Mais de mil combatentes foram desmobilizados nos últimos meses. Na província de Kunduz, grupos inteiros passaram para o lado do governo". A Alemanha apoia o programa de reintegração com 10 milhões de euros.

Durante a conferência em Munique, Westerwelle reiterou o plano do governo em Berlim de retirar, até o final deste ano, as primeiras tropas alemãs de combate do Afeganistão, caso a situação de segurança permita. "A redução não deve pôr os soldados restantes em perigo – nem os alemães, nem seus parceiros".

O ministro do Exterior sublinhou que a Alemanha continuará a apoiar o Afeganistão após 2014, através da ajuda ao desenvolvimento, por exemplo. No terceiro trimestre deste ano realiza-se em Bonn uma grande conferência sobre o Afeganistão, durante a qual se deverá avaliar se o cronograma de retirada das tropas da Otan do Afeganistão ainda é válido.

Autora: Nina Werkhäuser (ca)
Revisão: Augusto Valente

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