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Kassel volta a ser a "meca da arte" por 100 dias

(ns)8 de junho de 2002

A Documenta11 foi inaugurada neste sábado (08) pelo presidente alemão, Johannes Rau, que elogiou o caráter político da mostra.

Pessoas aguardam a abertura da Documenta, em KasselFoto: AP

O presidente alemão Johannes Rau inaugurou, neste sábado (08), a 11ª Documenta, em Kassel. Com a maior exposição mundial de arte moderna, Kassel torna-se novamente a meca da arte nos próximos cem dias. Entre os primeiros visitantes encontravam-se o secretário de Estado para Cultura e Mídia, Julian Nida-Rümelin, e o ministro das Finanças, Hans Eichel, que já foi prefeito da cidade.

11 de setembro

fotografado - Rau mostrou-se impressionado com as fotografias do marroquino Tohami Ennadre, que captou com sua câmara, em preto e branco, os atentados de 11 de setembro e suas seqüelas em Nova York. "Uma arte que não pretenda ser política, não é contemporânea", disse o presidente alemão, apoiando a nova orientação dada à Documenta 2002 por seu curador, o nigeriano residente em Nova York, Okwui Enwezor.

Já na fase de preparação, Enwezor ressaltara que a Documenta11 teria um caráter mais global do que as anteriores, que se concentraram excessivamente em artistas europeus e norte-americanos. Ao mesmo tempo, a exposição voltaria às suas origens, em 1955. A Documenta foi criada pelo pintor e catedrático de Kassel Arnold Bode, a fim de reabilitar as tendências artísticas difamadas durante o nazismo como "arte degenerada".

Estranheza

e luta de classes - Após percorrer o Museum Fridericianum, o edifício principal da mostra, e o novo espaço, numa antiga cervejaria, Johannes Rau disse que viu obras "muito instigantes" e que convidam à reflexão. Muita coisa, contudo, pareceu "estranha" ao presidente alemão, exigindo um certo tempo para familiarizar-se, confessou, com a sinceridade que lhe é característica e sem temer críticas de que não entende nada de arte.

O fotógrafo James Higginson, de Los Angeles, achou "fantástica" a Documenta11, justamente pelo aspecto político. "Ela mostra a luta de classes, sobre o que as pessoas não costumam falar", disse o visitante, que queixou-se sobre o excesso de obras sob a forma de vídeo. Wolfram Haupt, de Kassel, concorda: "Nem dá para ver tudo isso em uma visita", comentou. Quem quiser voltar outra vez, pode comprar uma entrada para dois dias por 24 euros, enquanto a comum custa 16 euros.

Graças ao novo espaço, a Documenta duplicou uma área de exposição em que poderão ser apreciados 450 trabalhos de 118 artistas até 15 de setembro. Pintura e desenho cederam o primeiro plano, desta vez, ao cinema, vídeo e à fotografia. Os organizadores esperam superar o recorde de 630 mil pessoas, em 1997.

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