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Kerry pede apoio à coalizão global contra "Estado Islâmico"

13 de setembro de 2014

Em visita ao Cairo, secretário de Estado americano pede apoio à Liga Árabe para construção de aliança internacional contra grupo jihadista e afirma que Egito tem papel crucial na luta contra o "Estado Islâmico".

Kerry (esq.) e al-Sisi se reuniram no CairoFoto: Reuters/B. Smialowski

No momento em que Washington se esforça em construir uma coalizão global contra o "Estado Islâmico" (EI), o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, pediu neste sábado (13/09), no Cairo, que a Liga Árabe respalde a construção de tal coalizão contra o EI, grupo que controla grande parte do norte da Síria e do Iraque.

O secretário de Estado afirmou que as atuais operações militares contra o EI "não são suficientes" e que também terá de combater o financiamento do grupo e controlar os jihadistas estrangeiros que viajam para lutar no Iraque e na Síria. Kerry se mostrou convencido de que o "único caminho" para pôr fim ao EI é a coalizão internacional.

Na última etapa de uma viagem ao Oriente Médio – onde Kerry visitou também Iraque, Jordânia, Arábia Saudita e Turquia –, o americano disse ainda na capital egípcia que o Egito tem um papel crucial a desempenhar na luta contra o EI.

"O Egito tem um papel crucial a desempenhar, ao renunciar publicamente a ideologia que o EI divulga. O Egito está na linha de frente na luta contra o terrorismo, particularmente quando se trata de combater grupos extremistas no Sinai", afirmou Kerry depois de conversas com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi.

No momento em que os EUA têm intensificado os esforços diplomáticos nas últimas semanas para fechar uma ampla coalizão contra o EI, o Egito exigiu que a iniciativa também seja expandida para cobrir insurgentes islâmicos que visam às forças de segurança principalmente na Península do Sinai, que se localiza na fronteira com a Faixa de Gaza.

Kerry viajou para o Cairo com vista a receber o apoio do Egito e da Liga Árabe para a aliança internacional contra o EI. O secretário de Estado afirmou que o apoio "está completamente garantido". O americano adiantou que a reunião internacional da próxima segunda-feira em Paris, na França, terá o objetivo de combinar forças para "debilitar e destruir o EI".

Alemanha revê ajuda para combate ao EI

Um dia após o discurso de Barack Obama, em que anunciou uma luta incansável contra o EI, Kerry recebeu o apoio na quinta-feira (11/09) numa reunião em Jidá, na Arábia Saudita, de dez Estados que prometeram "fazer a sua parte" no combate ao grupo jihadista. Entre elas, estão medidas para conter o fluxo de combatentes e o financiamento dos jihadistas. e, caso necessário, se juntar a uma intervenção militar.

Além da Arábia Saudita, Bahrain, Egito, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Catar e Emirados Árabes Unidos concordaram em aumentar o apoio ao novo governo iraquiano e em discutir estratégias para "destruir o EI tanto no Iraque quanto na Síria".

O jornal alemão Bild afirmou num artigo que a chanceler federal alemã, Angela Merkel, estuda o aumento da contribuição da Alemanha no combate ao EI por meio da participação de militares na instrução de tropas no norte do Iraque. Segundo o diário, os soldados alemães iriam instruir tropas curdas da região no manejamento de armamento de ataque e precisão para otimizar, desta forma, as operações contra o EI.

O governo alemão aprovou há duas semanas o envio de armas e munições para as tropas curdas, decisão que rompe com a política defendida até agora pela Alemanha de não autorizar o fornecimento de armas a regiões em conflito.

A chanceler e o ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, comunicaram o compromisso com a aliança internacional contra o EI liderada pelos EUA, mas descartaram até agora uma participação alemã em missões de combate.

FC/dpa/rtr/lusa

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