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Coreia do Norte

19 de dezembro de 2011

Líder comunista morreu devido a problema cardíaco, segundo a imprensa oficial do regime norte-coreano. Filho mais novo, Kim Jong Un, assumirá comando do país. Coreia do Sul em estado de alerta.

Líder governou Coreia do Norte com mão de ferroFoto: dapd

A morte de Kim Jong Il, líder da Coreia do Norte, foi comunicada oficialmente nesta segunda-feira (19/12). Segundo informações da agência estatal KCNA, ele teria falecido no último sábado, depois de ter sofrido um ataque cardíaco quando viajava de trem. Jong Il estava no poder desde 1994 e governava o país com mão de ferro. Ele teria 69 anos, segundo as informações oficiais.

Kim Jong Un, filho mais novo do chefe comunista, foi anunciado como novo líder da Coreia do Norte. O anúncio era esperado, pois em setembro de 2010, com menos de 30 anos, Jong Un havia sido nomeado general de quatro estrelas e vice-presidente da Comissão Militar do Partido dos Trabalhadores.

"Todos os membros do partido, militares e a população devem seguir fielmente a liderança do camarada Kim Jon Un, assim como proteger e fortalecer a frente unida do partido, das forças militares e da população", anunciou a televisão estatal norte-coreana.

O antigo líder apresentava condições precárias de saúde há anos. Ele teria diabetes, problemas nos rins e pressão alta. Em 2008 sofreu um derrame, o que apressou seus planos de sucessão. O funeral está marcado para 28 de dezembro e, segundo a KCNA, nenhum líder internacional será convidado.

Mão de ferro

Kim Jong Il chegou ao comando da Coreia do Norte em 1994, depois da morte do pai, Kim Il Sung, fundador do Estado. Em meados dos anos 1990, a Coreia do Norte enfrentou uma grave crise alimentar e, segundo estimativas, cerca de um milhão de pessoas morreram de fome. Dados das Nações Unidas mostram que um terço das crianças do país são mal nutridas.

Ainda assim, Jong Il encontrou recursos para colocar o programa nuclear do regime em prática. Em outubro de 2006 e maio de 2009, a Coreia do Norte chocou o mundo ao fazer testes nucleares – acredita-se que o país tenha reservas suficientes de plutônio para construir de seis a oito armas nucleares.

Em 2009, a Coreia do Norte abandonou o grupo de seis nações envolvidas nas negociações para o desarmamento nuclear – o grupo era formado também por Coreia do Sul, Japão, Estados Unidas, China e Rússia. Diplomatas trabalham na tentativa de reiniciar as conversas.

Jornais na Coreia do Norte dão destaque para morte de Kim Jong IlFoto: dapd

Repercussão

Com a morte de Kim Jong Il, a vizinha Coreia do Sul elevou o nível de alerta. Numa aparição televisiva, um representante do presidente Lee Myung Bak pediu calma à população. O líder sul-coreano teria conversado sobre a situação por telefone com o presidente dos EUA, Barack Obama, na manhã desta segunda-feira. Os dois países concordaram em observar os acontecimentos na Coreia do Norte. Os Estados Unidos mantêm 28.500 soldados no território sul-coreano.

Desde o fim da Guerra da Coreia (1950 – 1953), os dois países vivem, ao menos em tese, em estado de guerra, já que nunca foi assinado um acordo de paz. A tensão entre as vizinhas alcançou um pico em março de 2010, quando a Coreia do Norte afundou um navio de guerra sul-coreano e provocou a morte de 46 pessoas.

A China manifestou "profundas condolências" ao regime norte-coreano. Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, cidadão sul-coreano, manifestou sua preocupação pelo fato de as negociações sobre o programa nuclear do país comunista seguirem paralisadas.

NP/dpa/rtr/afp/dw
Revisão: Alexandre Schossler

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