1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Kim foi morto com arma química banida pela ONU

24 de fevereiro de 2017

Exames detectaram traços do agente VX no rosto do irmão do ditador da Coreia do Norte, morto no aeroporto de Kuala Lumpur. Gás é apontado como "mais potente" de todos os agentes que atuam sobre o sistema nervoso.

Kim Jong Nam
Kim Jong Nam em foto de 2001Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Kambayashi

Kim Jong-nam, meio-irmão do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, foi assassinado com uma potente substância conhecida como "agente nervoso VX", informou nesta sexta-feira (24/02) a polícia da Malásia. Incolor e inodoro, o componente letal é considerado uma arma química e foi banido pela ONU.

Leia também: Assassinato sugere instabilidade em Pyongyang 

Uma análise preliminar no corpo de Kim Jong-nam detectou vestígios do gás altamente tóxico nos olhos e no rosto da vítima, que morreu no dia 13 de fevereiro, após ser atacado por duas mulheres no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur. A polícia malaia disse que ele sofreu uma convulsão e morreu antes de chegar ao hospital.

O Departamento de Química da Malásia identificou a substância como "etil S-2-diisopropilaminoetilmetilfosfonotiolato", nome científico do agente nervoso VX. O veneno foi utilizado como arma química na guerra entre Iraque e Irã na década de 1980.

Segundo o Centro para o Controle e Prevenção da Doenças (CDC) dos Estados Unidos, trata-se do "mais potente" de todos os agentes que atuam sobre o sistema nervoso. "É possível que qualquer contato líquido visível de VX com a pele, a menos que lavado imediatamente, seja letal", explica o CDC em seu portal.

O relatório toxicológico, assinado pelo chefe da Polícia Nacional, Khalid Abu Bakar, identifica a vítima apenas como um "cidadão norte-coreano", e se diz à espera de que um parente reivindique o corpo através de um exame de DNA.

A polícia da Malásia prendeu um químico norte-coreano e as duas mulheres que abordaram a vítima, uma vietnamita e uma indonésia, além de ter emitido mandados de prisão contra outros quatro norte-coreanos que também estariam envolvidos no crime. Acredita-se que os suspeitos fugiram da Malásia no mesmo dia da morte de Kim Jong-nam e se encontram em Pyongyang.

As autoridades também pediram permissão para a embaixada norte-coreana em Kuala Lumpur para interrogar outros dois suspeitos: Hyon Kwang Song, segundo secretário da embaixada norte-coreana, e Kim Uk Il, empregado da companhia aérea estatal Air Koryo.

O governo da Coreia do Sul tem acusado o regime de Pyongyang pelo assassinato, que chegou a classificar de "ato terrorista".

A mídia norte-coreana, por sua vez, quebrou um silêncio de dez dias na quinta-feira e lançou duros ataques à Malásia, que diz gerir o caso de forma "imoral" e politicamente motivada. A agência oficial KCNA acusa o país de conspirar com a Coreia do Sul.

IP/efe/afp/lusa