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Kim Jong-un envia carta a Trump pedindo segundo encontro

11 de setembro de 2018

Após mensagem "positiva e cordial" do líder norte-coreano, Casa Branca diz estar planejando nova cúpula entre os dois governantes. Na véspera, presidente americano elogiou desfile militar sem mísseis em Pyongyang.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Cingapura
Kim e Trump realizaram uma cúpula histórica em junho deste ano em CingapuraFoto: picture-alliance/Zuma/Ministry of Communications

A Casa Branca informou nesta segunda-feira (10/09) que está planejando um segundo encontro entre o presidente Donald Trump e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, depois de o ditador da nação asiática ter enviado uma carta "muito cordial" ao americano sugerindo a reunião.

O anúncio foi feito pela porta-voz do governo em Washington, Sarah Huckabee Sanders, na primeira coletiva de imprensa da Casa Branca em quase três semanas. "Foi uma carta muito cordial, muito positiva", descreveu a funcionária.

Segundo ela, a mensagem – que não será divulgada na íntegra – reiterou o "contínuo compromisso [do governo da Coreia do Norte] em se concentrar na desnuclearização" da Península Coreana.

"O objetivo principal da carta foi agendar outra reunião com o presidente, à qual estamos abertos e já estamos no processo de coordenação", afirmou Sanders, acrescentando que essa é "mais uma prova do progresso" no relacionamento entre Washington e Pyongyang.

Após meses de trocas de farpas, Trump e Kim realizaram uma cúpula histórica em junho deste ano em Cingapura, o que tornou o republicano o primeiro presidente dos Estados Unidos a se reunir com um líder norte-coreano. Em declaração conjunta, eles prometeram trabalhar para reduzir o programa nuclear do regime de Pyongyang.

Desde então, a relação entre os dois líderes passou por altos e baixos. Recentemente Trump cancelou uma visita já agendada de seu secretário de Estado, Mike Pompeo, à Coreia do Norte, argumentando falta de progresso em relação à desnuclearização.

Neste domingo, por outro lado, houve um novo aceno a laços amistosos quando o presidente americano teceu elogios a Kim após uma parada militar norte-coreana, que, ao contrário de desfiles anteriores, não exibiu mísseis balísticos internacionais ou de médio alcance.

"Esta é uma grande e muito positiva declaração da Coreia Norte", escreveu Trump no Twitter. "Obrigado ao líder Kim. Nós dois vamos provar que todos estão errados! Não há nada como um bom diálogo entre duas pessoas que se gostam. Muito melhor do que antes de eu assumir o cargo."

Sanders também mencionou o desfile, em comemoração ao 70º aniversário da fundação do país, em sua coletiva de imprensa nesta segunda-feira. "A recente parada na Coreia do Norte, pela primeira vez, não foi sobre seu arsenal nuclear", afirmou, descrevendo o ato como um "sinal de boa fé".

A porta-voz disse ainda que o presidente Trump alcançou um "sucesso tremendo" com suas políticas em relação à Coreia do Norte, o que ficou evidenciado pela carta enviada agora por Kim.

Críticos, por outro lado, afirmam que o acordo firmado em Cingapura não conquistou nada de concreto e que os progressos têm sido lentos. No mês passado, a agência de energia atômica da ONU expressou "grande preocupação" com a continuidade e o desenvolvimento do programa nuclear norte-coreano.

Apesar de ter prometido desnuclearizar a península, Pyongyang ainda não declarou publicamente sua disposição de abrir mão das armas desenvolvidas durante décadas, a um enorme custo político e financeiro. Imagens de satélite obtidas por agências americanas de inteligência em julho sugeriram que a Coreia do Norte continua construindo mísseis.

De 18 a 20 de setembro, Kim deve se reunir com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em Pyongyang. Moon também deseja uma reaproximação entre Pyongyang e Washington, para que possa realizar seus ambiciosos planos econômicos intercoreanos, e as conversações bilaterais devem se centrar no desarmamento nuclear.

EK/afp/ap/dpa/efe

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