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KLM proíbe bagagem despachada em voos do Cairo

6 de novembro de 2015

"Por precaução", companhia aérea permite que passageiros com destino a Amsterdã levem apenas malas de mão. Egito nega ter impedido companhias britânicas de repatriar cidadãos do Reino Unido.

Aeroporto de Sharm el-SheikhFoto: picture-alliance/dpa/K.Elfiqi

A companhia aérea holandesa KLM proibiu nesta sexta-feira (06/11) passageiros partindo do Cairo, no Egito, de despachar malas, após o Reino Unido e os Estados Unidos terem afirmado que uma bomba pode ter provocado a queda de um avião na Península do Sinai no último fim de semana.

No voo 554, com destino a Amsterdã, foi permitido aos passageiros levar apenas bagagem de mão, afirmou a companhia aérea em comunicado. "Com base em informações nacionais e internacionais e por precaução, a KLM não permitirá bagagens despachadas", diz a nota.

Segundo funcionários de segurança do aeroporto, o voo desta manhã com destino a Amsterdã decolou com apenas 115 dos 247 passageiros previstos. Os demais se recusaram a deixar o Egito sem despachar as malas.

A KLM disse estar "monitorando a situação de perto" e que um voo da companhia de Amsterdã para o Cairo, nesta sexta-feira à noite, está confirmado. Não há restrições quanto a decolar e pousar do aeroporto do Cairo, destacou a empresa.

Apesar de a KLM ter dito apenas que sua decisão se baseia em "informações nacionais e internacionais" e foi tomada "por precaução", a medida sugere que a empresa não confia no serviço de despacho de bagagens do aeroporto.

A KLM não voa para a cidade de Sharm el-Sheikh, na Península do Sinai, de onde partiu o voo da empresa aérea russa Kogalymavia que caiu no último sábado, 23 minutos após decolar do balneário de Sharm el-Sheikh, matando todas as 224 pessoas a bordo.

Possível bomba

Após o Reino Unido se manifestar sobre a possibilidade de que uma bomba teria sido a causa da tragédia, nesta quinta-feira o presidente americano, Barack Obama, também disse que os EUA estão levando "muito a sério" a possibilidade de uma bomba ter derrubado o avião. No entanto, ele reiterou ser muito cedo para confirmar a hipótese.

O grupo jihadista egípcio Província do Sinai, aliado do "Estado Islâmico" (EI), reivindicou a responsabilidade pela queda do avião no Sinai, dizendo tê-lo derrubado em resposta à intervenção militar russa na Síria.

O Egito chamou a reivindicação por parte dos extremistas de "propaganda" e disse que investigadores ainda não tinham nenhuma evidência confirmando a hipótese de uma bomba, a qual Moscou chamou de "especulação". O governo egípcio, que teme prejuízos para o turismo do país, reiterou que não há problemas com o aeroporto de Sharm el-Sheikh, que recebe milhares de turistas por ano.

Easyjet impedida de voar

A companhia aérea britânica Easyjet comunicou que autoridades egípcias suspenderam oito dos seus dez voos previstos para repatriar turistas que se encontram no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh nesta sexta-feira.

A Aviação Civil egípcia negou ter impedido a empresa britânica de voar, afirmando apenas que os voos foram limitados devido à capacidade do aeroporto.

A empresa aérea afirmou estar buscando uma solução junto ao governo britânico, que havia anunciado nesta quarta-feira a suspensão temporária de voos de e para Sharm el-Sheikh por questão de segurança.

O Ministério dos Transportes do Reino Unido disse estar trabalhando junto às autoridades egípcias para garantir que os turistas britânicos sejam transportados para casa.

Por volta do meio-dia, funcionários do aeroporto disseram que um voo da Easyjet com 165 britânicos a bordo decolou com destino a Londres.

Além da Easyjet, as companhias Monarch e Thomson pretendem ajudar no transporte de passageiros britânicos nesta sexta-feira.

A British Airways disse que um de seus aviões, que já se encontra em Sharm el-Sheikh, deve partir rumo a Londres ainda nesta seta-feira, como planejado.

LPF/afp/ap/dpa/rtr

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