Todo o mundo fala dos jovens, mas o mais velho jogador de linha da seleção alemã também é uma das garantias de sucesso. O artilheiro Miroslav Klose já marcou quatro gols nesta Copa do Mundo, dois deles nas quartas de final contra a Argentina. Tanto melhor, porque foi uma partida especial para o jogador de 32 anos: pela centésima vez ele vestiu a camisa da seleção, com 52 gols.

Se Klose marcar também nas semifinais, iguala o recorde de 15 gols em Copas do Mundo do brasileiro Ronaldo. "Se eu puder escolher, prefiro ser campeão do mundo que recordista de gols", diz laconicamente.

"Eu sou regular, este é um ponto forte meu", analisa Klose. "Quando as coisas dão certo, é claro que eu fico feliz. Mas eu trabalho dura e minuciosamente, mesmo quando elas não vão tão bem."

Volta por cima

Como na temporada passada, quando ele ficou a maior parte do tempo no banco do Bayern de Munique – campeão alemão e da Copa da Alemanha – e conseguiu apenas três gols na Bundesliga. Mesmo assim, o técnico Joachim Löw confiou em Klose, que nasceu na Polônia em 1978 – filho de um jogador de futebol de origem alemã e uma atleta da seleção polonesa de handebol – e veio para a Alemanha com oito anos.

"O Klose tem qualidades de sobra, nunca duvidei disto", elogiou Löw seu atacante. Entre os colegas de seleção, Klose reencontrou sua velha força e capacidade de fazer gols. E a autoconfiança também está de volta. Depois do segundo gol contra a Argentina, ele até deu um salto mortal no gramado. "Muitos pediram em minha homepage que eu desse um mortal de novo. E por isso, eu fiz", contou.

Pronto para as semifinais

Com 32 anos, Klose é quase um Matusalém na seleção alemã. Só um jogador é mais velho do que o atacante: Jörg Butt, o terceiro goleiro. Mesmo assim, Klose diz que não precisa se preocupar com o risco de que seus colegas mais jovens se empolguem demais com os grandes jogos contra Inglaterra e Argentina.

"Nunca senti que nós entramos em euforia. Não é agora que isso vai acontecer. E se acontecer, com certeza vamos intervir".

Agora, os campeões europeus da Espanha esperam pelos jogadores alemães: estrelas como Xavi, Andrés Iniesta, David Villa e Fernando Torres. Também para Miroslav Klose, se oferece a possibilidade de revanche pela derrota por 1 a 0 na final da Euro 2008. O artilheiro estava lá com a seleção alemã – assim como seus atuais colegas Arne Friedrich, Per Mertesacker, Philipp Lahm, Bastian Schweinsteiger e Lukas Podolski.

A comparação com aquele jogo é inevitável. "Ainda é um time excelente", disse Klose sobre a Espanha. "E acho que, no que diz respeito à qualidade, estamos melhores do que em 2008, já enfatizamos isso algumas vezes. E também queremos mostrar isso nesta partida", avisou o atacante.

Autores: Stefan Nestler / Tadeu Meniconi
Revisão: Augusto Valente