1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Kremlin diz que Putin se encontrou com Prigozhin após motim

10 de julho de 2023

Governo russo confirma encontro com chefe do Grupo Wagner e outros comandantes cinco dias após rebelião de mercenários.

Prigozhin e Putin
Prigozhin e Putin. Chefe do Grupo Wagner tem se mantido discreto após motimFoto: picture alliance

O presidente russo, Vladimir Putin, encontrou-se com o chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, e outros membros da organização mercenária cinco dias após a rebelião de 23 a 24 de junho, anunciou o Kremlin nesta segunda-feira (10/07).

"O presidente fez um balanço dos eventos de 24 de junho", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em referência ao motim liderado por Prigozhin contra a liderança militar russa e que ameaçou ganhar contornos de guerra civil antes que o chefe do Grupo Wagner ordenasse que seus mercenários interrompessem sua marcha até Moscou.

O porta-voz Peskov acrescentou que Putin também ouviu os "relatos dos comandantes [do Grupo Wagner]" e "ofereceu-lhes opções alternativas de emprego", inclusive em funções de combate. A reunião ocorreu em 29 de junho e durou mais de três horas, disse Peskov.

O porta-voz também disse que Putin convidou 35 pessoas para a reunião. O jornal francês Liberation, o primeiro a relatar a reunião, disse que o chefe da Guarda Nacional, Victor Zolotov, e o chefe do Serviço de Inteligência Estrangeiro da Federação Russa (SVR), Sergei Naryshkin, também compareceram à reunião.

"Os comandantes apresentaram sua versão do que aconteceu", disse Peskov. "Eles enfatizaram que são partidários leais e soldados do chefe de Estado e do comandante-em-chefe supremo. Eles também disseram que estão prontos para continuar lutando pela pátria." De acordo com o porta-voz, Prigozhin disse a Putin que o Grupo Wagner continuou a apoiar incondicionalmente o governo.

Na semana passada, o ditador de Belarus, Alexander Lukashenko, que mediou o acordo para acabar com um motim do Grupo Wagner na Rússia, já havia afirmado que Prigozhin havia retornado ao país vizinho, após permanecer brevemente em território belarrusso. No momento, o paradeiro do chefe mercenário é desconhecido.

Motim

Prigozhin iniciou sua rebelião em 23 de junho, no que foi o maior desafio ao governo do presidente Vladimir Putin em suas mais de duas décadas no poder. Cerca de 24 horas depois, o Kremlin afirmou que a crise havia sido resolvida graças à mediação de Lukashenko e que Prigozhin partiria para Belarus, um "estado cliente" do Kremlin.

Durante o motim, Prigozhin evitou lançar ataques verbais contra Putin, um aliado de longa data, preferindo concentrar sua fúria contra a liderança militar russa, especialmente o chefe do Estado-Maior Valery Gerasimov, e o ministro da Defesa, Serguei Shoigu – que ainda permanecem em seus postos. Prigozhin acusava os dois de serem responsáveis pelos revezes militares da Rússia na guerra de agressão que o país conduz contra a Ucrânia.

Os combatentes do Grupo Wagner chegaram a capturarar brevemente a cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, e marcharam em direção a Moscou. Na ocasião, Putin condenou publicamente a rebelião, afirmando que ela era "uma facada nas costas" e advertiu de maneira sombria que o desenrolar poderia culminar em eventos similares aos que precederam a guerra civil russa (1917-1923). Um inquérito criminal foi aberto contra Prigozhin.

No entanto, a rebelião teve um fim abrupto supostamente com a mediação de Lukashenko, quando os mercenários se encontravam a poucas centenas de quilômetros de Moscou. As acusações contra Prigozhin foram arquivadas e ele partiu para o país vizinho. Antes bastante ativo nas redes sociais, Prigozhin tem se mantido discreto desde então.

Apesar de aparentemente ter desistido de prender Prigozhin, o governo russo lançou operações de buscas contra sedes do Grupo Wagner e de outras empresas do chefe mercenário. Além disso, o vice-comandante das operações russas na Ucrânia, general Sergei Surovikin, desapareceu de vista desde a rebelião, com jornais independentes da Rússia apontando que ele teria sido detido sob a suspeita de vínculos com a rebelião.

jps/bl (DW, ots)

Pular a seção Manchete

Manchete

Pular a seção Outros temas em destaque