Refugiados, vindos de países africanos e asiáticos, viajavam em botes superlotados, tentando chegar à Europa. Entre eles, estavam 25 crianças e 98 mulheres, incluindo sete grávidas.
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A guarda costeira da Líbia resgatou neste sábado (17/06) no Mediterrâneo 906 pessoas que viajavam em cinco botes infláveis e um barco de madeira, tentando chegar à Europa, de acordo com informações da Marinha líbia.
As embarcações foram encontradas de madrugada a cerca de 7 milhas do norte da cidade líbia de Sabrata, situada 70 quilômetros a oeste de Trípoli. Os barcos, superlotados, transportavam migrantes de países da África Subsaariana, Egito, Marrocos, a própria Líbia, Paquistão e Bangladesh.
"Os imigrantes foram transferidos para uma refinaria próxima, onde receberam os primeiros socorros. Depois, foram levados para um centro de recepção de imigrantes. Entre eles, havia 25 crianças e 98 mulheres, sete delas, grávidas", informou o coronel Ayub Kasem, porta-voz da Marinha líbia.
As praias que se estendem entre Trípoli e a fronteira com a Tunísia se tornaram nos últimos dois anos o principal reduto das máfias que traficam seres humanos, apesar da presença de barcos de patrulha europeus.
Há uma semana, guardas líbios registraram o resgate de 185 pessoas nesta área, que navegavam à deriva, perto de Sabrata.
Segundo dados desta Organização Internacional das Migrações (OIM), mais de 13 mil imigrantes irregulares conseguiram atravassar para a Europa neste ano, enquanto que mais de 275 desapareceram no mar.
MD/efe/lusa
Como começou a crise de refugiados na Europa
Da escalada da violência no Médio Oriente e na África a crises sociais e políticas na Europa, veja como a União Europeia busca solucionar seus problemas.
Foto: picture-alliance/dpa
Fugindo da guerra e da pobreza
No fim de 2014, com a guerra na Síria entrando no quarto ano e o chamado "Estado Islâmico" avançando no norte do país, o êxodo de cidadãos sírios se intensificou. Ao mesmo tempo pessoas fugiam da violência e da pobreza em outros países, como Iraque, Afeganistão, Eritreia, Somália, Níger e Kosovo.
Foto: picture-alliance/dpa
Em busca de refúgio nas fronteiras
A partir de 2011, um grande número de sírios passou a se reunir em campos de refugiados nas fronteiras com a Turquia, o Líbano e a Jordânia. Em 2015, os campos estavam superlotados. A falta de oportunidade de trabalho e escolas levou cada vez mais pessoas a buscarem asilo em países distantes.
Foto: picture-alliance/dpa
Uma longa jornada a pé
Estima-se que 1,5 milhão de pessoas se deslocaram da Grécia para a Europa Ocidental em 2015 através da chamada "rota dos Bálcãs" . O Acordo de Schengen, que permite viajar sem passaporte em grande parte da União Europeia (UE), foi posto em xeque à medida que os refugiados rumavam para as nações europeias mais ricas.
Foto: Getty Images/M. Cardy
Desespero no mar
Dezenas de milhares de refugiados também se arriscaram na perigosa jornada pelo Mar Mediterrâneo em barcos superlotados. Em abril de 2015, 800 pessoas de várias nacionalidades se afogaram quando um barco que saiu da Líbia naufragou na costa italiana. Seguiram-se outras tragédias. Até o fim daquele ano, cerca de 4 mil refugiados teriam morrido ao tentar a travessia do norte da África para a Europa.
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Pressão nas fronteiras
Países ao longo da fronteira externa da União Europeia enfrentaram grandes problemas para lidar com o enorme número de pessoas que chegavam. Foram erguidas cercas nas fronteiras da Hungria, da Eslovênia, da Macedônia e da Áustria. As leis de asilo político foram reforçadas, e vários países da área de Schengen introduziram controles temporários nas fronteiras.
Foto: picture-alliance/epa/B. Mohai
Fechando as portas abertas
A catastrófica situação dos refugiados nos países vizinhos levou a chanceler federal alemã, Angela Merkel, a abrir as fronteiras. Os críticos da "política de portas abertas" de Merkel a acusaram de agravar a situação e encorajar ainda mais pessoas a embarcarem na perigosa viagem à Europa. Em setembro de 2016, também a Alemanha introduziu controles temporários na sua fronteira com a Áustria.
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Acordo com a Turquia
No início de 2016, UE e Turquia assinaram um acordo prevendo que refugiados que chegam à Grécia podem ser enviados de volta para a Turquia. O acordo foi criticado por grupos de direitos humanos. Após o Parlamento Europeu votar pela suspensão temporária das negociações sobre a adesão da Turquia à UE, em novembro de 2016 a Turquia ameaçou abrir as fronteiras para os refugiados em direção à Europa.
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Que perspectivas?
Com o acirramento do clima anti-imigração na Europa, os governos ainda buscam soluções para lidar com a crise de refugiados. As tentativas de introduzir cotas para distribuí-los entre os países da UE em grande parte falharam. Por outro lado, não há indícios de que os conflitos nas regiões de onde eles vêm estejam chegando ao fim, e o número de mortos na travessia pelo mar continua aumentando.