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Líder da AfD desiste de encabeçar partido em eleições

19 de abril de 2017

Rosto mais conhecido dos populistas de direita na Alemanha, Frauke Petry diz que não vai ser a principal candidata do partido nas eleições gerais de setembro. Decisão expõe racha na legenda.

Frauke Petry
Petry é colíder da AfD desde 2015Foto: Getty Images/AFP/J. MacDougall

A copresidente do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Frauke Petry, afirmou nesta quarta-feira (19/04) que desistiu de se apresentar como principal candidata da legenda anti-imigração nas eleições gerais marcadas para setembro.

A três dias de um congresso nacional do partido em Colônia, Petry, rosto mais conhecido do partido, declarou em mensagem em vídeo que não está disponível nem para encabeçar a lista do partido sozinha nem para integrar uma equipe de liderança, cedendo à pressão de rivais. Ela justificou a decisão afirmando que a legenda deve se concentrar em conteúdos, independentemente de questões de candidaturas.

Leia a cobertura completa sobre a eleição na Alemanha em 2017

A política de 41 anos, que se tornou colíder da AfD em 2015, derrubou o cofundador Bernd Lucke e mudou o foco do partido de questões econômicas para imigração e islã. Os índices do partido saltaram nas pesquisas após o afluxo de refugiados na Alemanha, no fim de 2015 e início de 2016, e a AfD conseguiu assentos em 11 parlamentos regionais.

No entanto, o partido, fundado em 2013, vem perdendo prestígio nos últimos meses, com a crise migratória deixando de ocupar manchetes e em meio a brigas internas, entre Petry e o marido, Marcus Pretzell, e outros políticos da legenda.

Integrante da ala mais moderada, Petry enfrenta forças nacionalistas e ultradireitistas. Segundo ela, a falta de uma estratégia comum vem prejudicando a imagem da AfD.

Tensões internas

As tensões internas se acirraram às vésperas do congresso do próximo fim de semana, para o qual Petry apresentou uma moção declarando que a AfD deveria estar preparada para entrar em coalizões de governo no longo prazo. Para isso, não deveria ser um partido "fundamentalmente de oposição", mas sim se converter num partido de centro.

Ela também irritou alguns rivais ao apoiar a expulsão de Björn Höcke do partido, após o líder regional da AfD no estado da Turíngia sugerir que a Alemanha abandone sua cultura de memória do passado nazista e do Holocausto. Ele classificou o Memorial aos Judeus Mortos na Europa, em Berlim, de "monumento da vergonha".

Ao se pronunciar nesta quarta-feira, Petry pôs fim a meses de especulações sobre suas ambições de liderar o partido na tentativa de entrar no Parlamento pela primeira vez, nas eleições de 24 de setembro. No entanto, ela não sinalizou planos de deixar o cargo de copresidente da AfD.

Os partidos alemães escolhem um candidato principal para eleições, o qual geralmente domina a campanha eleitoral e, no caso de legendas maiores, concorre ao cargo de chanceler federal.

Segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira, a AfD conta com 7% das intenções de voto – bem menos que os 13% registrados no início do ano, mas que ainda lhe garantiriam acesso ao Bundestag (Parlamento alemão). Tal feito seria inédito para um partido de extrema direita.

LPF/dpa/ap

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