Líder da AfD se encontra com aliados de Putin em Moscou
21 de fevereiro de 2017
Frauke Petry se reúne com presidente da Duma, alvo de sanções da União Europeia. Conhecido líder ultranacionalista, fã declarado de Trump, também participa do encontro na capital russa.
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Uma delegação do partido populista alemão Alternativa para a Alemanha (AfD) esteve em Moscou no último domingo (19/02) e se encontrou com o presidente da Duma (câmara baixa do Parlamento), Vyacheslav Volodin, aliado do líder Vladimir Putin, comunicou a copresidente do partido, Frauke Petry, nesta segunda-feira.
Apesar de o comunicado não esclarecer quem esteve em Moscou pelo partido, filiados disseram que se trata de Petry e de Julian Flak, um membro do diretório nacional. À margem da agenda oficial, eles se encontraram com Volodin, na condição de representante do partido no governo, o Rússia Unida, com o vice dele, Pyotr Tolstói, e outros deputados da Duma, afirma a nota.
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O comunicado também não esclarece quem pagou pela viagem e o que foi debatido durante a reunião com Volodin. Uma declaração da Duma detalhou que a conversa cobriu "a cooperação interpartidária, bem como o desenvolvimento de contatos com as organizações de juventude", e acrescenta que a reunião teve também a participação de Vladimir Zhirinovsky e Leonid Slutsky, do ultranacionalista Partido Liberal Democrático.
Zhirinovsky é um conhecido líder ultranacionalista e fã declarado do líder dos Estados Unidos, Donald Trump. Já Volodin é um aliado de longa data de Putin e assumiu o comando da Duma com a vitória do seu partido, em setembro passado.
Ele teve grande participação na campanha de Putin para um terceiro mandato como presidente e é considerado um dos mentores da guinada antiocidental na política russa nos últimos anos. Em 2014, foi alvo de sanções econômicas e de viagem da União Europeia devido à crise na Ucrânia.
Um dos vices da AfD, Alexander Gauland, declarou-se surpreso com a notícia. "Fiquei sabendo disso hoje", comentou. A AfD debateu recentemente se membros do seu diretório deveriam anunciar com antecedência ao partido caso fossem se encontrar com políticos estrangeiros.
A influência da Rússia sobre eleições em países ocidentais se tornou um tema sensível desde a suposta interferência na eleição dos Estados Unidos. Pesquisas indicam que, na eleição legislativa de setembro deste ano, a AfD deverá entrar pela primeira vez no Parlamento alemão.
Em 2014, o partido populista de direita francês Frente Nacional obteve um empréstimo de 9 milhões de dólares de um banco russo. Na época, a presidente da legenda, Marine Le Pen, afirmou que não conseguiu um empréstimo de nenhum banco francês, ao contrário dos demais partidos políticos.
AS/dpa/afp/ap
Os principais partidos alemães
São eles: Partido Social-Democrata (SPD), União Democrata Cristã (CDU), União Social Cristã (CSU), Partido Liberal Democrático (FDP), Alternativa para a Alemanha (AfD), Verdes, Esquerda e Aliança Sahra Wagenknecht (BSW)
Foto: picture-alliance/dpa
União Democrata Cristã (CDU)
Fundada em 1945, a CDU se considera "popular de centro". Seus governos predominaram na política alemã do pós-guerra. O partido soma em sua história cinco chanceleres federais, entre eles Helmut Kohl, que governou por 16 anos e conduziu o país à reunificação em 1990, e Angela Merkel, a primeira mulher a assumir o cargo, em 2005.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Dedert
Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD)
Integrante da Internacional Socialista, o SPD é uma reconstituição da legenda homônima fundada em 1869 e identificada com as classes trabalhadoras. Na Primeira Guerra, ele se dividiu em dois partidos, ambos proibidos em 1933 pelo regime nazista. Recriado após a Segunda Guerra, o SPD já elegeu quatro chanceleres federais: Willy Brandt, Helmut Schmidt, Gerhard Schröder e Olaf Scholz.
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União Social Cristã (CSU)
Igualmente fundada em 1945, a CSU só existe na Baviera, onde a CDU não conta com diretório local. Os dois partidos são considerados irmãos. A CSU tem como objetivo um Estado democrático e com responsabilidade social, fundamentado na visão cristã do mundo e da humanidade. Desde 1949, forma no Bundestag uma bancada única com a CDU.
Foto: Peter Kneffel/dpa/picture alliance
Aliança 90 / Os Verdes (Partido Verde)
O partido Os Verdes surgiu em 1980, após três anos participando de eleições como chapa avulsa, defendendo questões ambientais e a paz. Em 1983, conseguiu formar uma bancada no Bundestag. Oito anos depois, o movimento Aliança 90 se fundiu com ele. Em 1998 participou com o SPD pela primeira vez do governo federal.
Foto: Christophe Gateau/dpa/picture alliance
Partido Liberal Democrático (FDP)
O Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em alemão) foi criado em 1948, inspirado na tradição do liberalismo e valorizando a "filosofia da liberdade e o movimento pelos direitos individuais". O partido é tradicionalmente um membro minoritário de coalizões de governo federais
Foto: Hannes P Albert/dpa/picture alliance
A Esquerda (Die Linke)
Die Linke (A Esquerda, em alemão) surgiu da fusão, em 2007, de duas agremiações esquerdistas: o Partido do Socialismo Democrático (PDS), sucessor do Partido Socialista Unitário (SED) da extinta Alemanha Oriental, e o Alternativa Eleitoral por Trabalho e Justiça Social (WASG, criado em 2005, aglutinando dissidentes do SPD e sindicalistas).
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Alternativa para a Alemanha (AfD)
Fundada em 2013, inicialmente como uma sigla eurocética de tendência liberal, a AfD rapidamente passou a pender para a ultradireita, especialmente após a crise dos refugiados de 2015-2016. Com posições radicalmente anti-imigração, membros que se destacam por falas incendiárias, a legenda tem vários diretórios classificados oficialmente como "extremistas" pelas autoridades
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Aliança Sahra Wagenknecht (BSW)
A Aliança Sahra Wagenknecht (BSW) é um partido fundado em janeiro de 2024 pela mulher que lhe dá o nome, uma ex-parlamentar do partido Die Linke (A Esquerda) que defende uma mistura de política econômica de esquerda e retórica social de direita. Nas suas primeiras eleições, o partido tomou boa parte do espaço que era ocupada pela Esquerda.
Foto: Anja Koch/DW
Os pequenos
Há numerosos partidos menores na Alemanha, como Os Republicanos (REP) e o Heimat (Pátria), ambos de extrema direita, ou o Partido Marxista-Leninista (MLPD), de extrema esquerda. Outros defendem causas específicas, como o Partido dos Aposentados, o das mulheres, dos não eleitores, ou de proteção dos animais. E mesmo o Violetas, que reivindica uma política espiritualista.