Líder da Al Qaeda é morto em ataque a drone dos EUA na Síria
23 de outubro de 2021
De acordo com o exército americano, morte de Abdul Hamid al-Matar "interromperá a capacidade da organização terrorista de planejar e realizar ataques globais". Não foram identificadas vítimas civis.
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O exército americano anunciou nesta sexta-feira (22/10) ter abatido um líder do grupo terrorista Al Qaeda em um ataque com drone perto da cidade de Suluk, na Síria, sob controle turco.
"Um ataque aéreo dos EUA hoje [sexta-feira] no noroeste da Síria matou o líder da Al Qaeda Abdul Hamid al-Matar", disse o porta-voz do Comando Central, major John Rigsbee, em um comunicado, acrescentando que o drone utilizado foi um modelo MQ-9 e que não foram identificadas vítimas civis.
"A remoção deste líder sênior da Al Qaeda interromperá a capacidade da organização terrorista de planejar e realizar ataques globais, que ameaçam cidadãos americanos, nossos parceiros e civis inocentes", acrescentou o comunicado.
Posto avançado dos EUA atacado
Os militares americanos, porém, não informaram se foi uma retaliação ao ataque há dois dias contra a base de Al-Tanf, no sul do país, utilizada pela coalizão internacional liderada pelos EUA, perto das fronteiras com a Jordânia e o Iraque.
Segundo o Pentágono, em setembro, outro comandante da Al Qaeda, Salim Abu-Ahmad, foi morto em um ataque aéreo em Idlib, no noroeste da Síria.
" A Al Qaeda continua representando uma ameaça para os Estados Unidos e aliados", afirmou Rigsbee.
O grupo "utiliza a Síria como uma base recuada para se reconstituir, coordenar-se com afiliados e planear operações no exterior", acrescentou.
Cerca de 500.000 pessoas foram mortas desde o início da guerra civil na Síria, em 2011, e mais de 6,6 milhões buscaram refúgio no exterior. Aproximadamente 900 soldados americanos permanecem no nordeste sírio e na base de Al-Tanf, no sul.
le (lusa, afp, reuters, dpa)
Síria, imagens de dez anos de guerra
Sírios registram em fotos seu dia a dia em pleno conflito armado: admiráveis documentos históricos disponibilizados pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Enucah).
Foto: Bassam Khabieh/OCHA
Lembranças destruídas
Rakka, 2019. Uma mulher empurra um carrinho de bebê pela paisagem urbana devastada no centro-norte da Síria. O fotógrafo Abood Hamam relata: "Em 2017, eu comecei a fotografar minha cidade natal. Lembranças me conectam a cada canto aqui. Eles destruíram tudo isso. Um dia minhas fotos vão ser documentos históricos."
Foto: Abood Hamam/OCHA
Luto infinito
Idlib, 2020. Dois irmãos pranteiam a mãe após um bombardeio. Ghaith Alsayed, autor da imagem, tinha 17 anos quando começou a guerra civil na Síria. Ele também perdeu o irmão num bombardeio. "Quando tirei a foto, senti voltar todo o horror de quando meu irmão faleceu. E, do nada, comecei a chorar."
Foto: Ghaith Alsayed/OCHA
Perdidas nas ruínas
Binish, abril de 2020. No instantâneo de Mohannad Zayat, a mulher e sua filha parecem criaturas minúsculas num deserto de destroços sem fim. Elas encontraram teto numa escola destruída. Um abrigo perigoso, mas melhor do que nada: no campo para deslocados internos nas proximidades não havia mais lugar para armar uma tenda.
Foto: Mohannad Zayat/OCHA
A bomba, o menino e a sede
Aleppo, junho de 2013. Um encanamento d'água é destruído por uma explosão, e imediatamente um garoto aproveita para beber da cratera inundada. O fotógrafo Muzzafar Salman lembra: "Na época, teve quem dissesse que a imagem não era realista. E que era melhor eu ter dado água limpa para ele. Mas acho que, para mudar a realidade, é importante primeiro apresentá-la como é."
Foto: Muzaffar Salman/OCHA
Fuga para a liberdade?
Ghouta, março de 2018. Fugindo em busca de paz e liberdade, um homem leva o filho numa mala. Omar Sanadiki comenta: "A guerra não transformou apenas o país, ela também transformou a nós, como olhamos os seres humanos e como fotografamos, para assim enviar mensagens humanitárias para o mundo."
Foto: Omar Sanadiki/OCHA
Resistir e seguir vivendo
Um subúrbio de Damasco, 2017. Umm Mohammed e o marido descansam em sua casa destroçada, como se tudo fosse normal. Segundo Sameer Al-Doumy, que os fotografou: "Esta mulher é uma das pessoas mais impressionantes que já encontrei: ela foi gravamente ferida, pouco depois, seu marido. E permaneceu na casa para continuar cuidando dele. A resiliência dela reflete para mim a verdadeiro cara dos sírios."
Foto: Sameer Al-Doumy/OCHA/AFP
Dor contagiante
Região de Daraa, 2017. É a Festa do Açúcar, mas não há nada para se comemorar. Mohamad Abazeed relata: "Eu acompanhei esta mulher quando ela visitava a sepultura do seu filho, no primeiro dia do Eid-al Fitr. Eu mesmo comecei chorar, mas sequei as lágrimas, senão não conseguiria fotografar."
Foto: Mohamad Abazeed/OCHA
Infância na cadeira de rodas
Damasco, dezembro de 2013. Aya, de cinco anos, espera na cadeira de rodas que o pai faça comida para ela. Ela estava a caminho da escola quando foi atingida por uma granada: "Naquele dia, eu estava com meus sapatos marrons. Primeiro vi o sapato voando pelos ares, e aí vi a minha perna indo atrás."
Foto: Carole Alfarah/OCHA
"Parkour" em cena de devastação real
Em Kafr Nouran, próximo a Aleppo, atletas sírios transformaram a paisagem de ruínas num "parkour" – um percurso de obstáculos para exercícios acrobáticos ousados. A fotografia de Anas Alkharboutli ilustra a capacidade de metamorfosear até um palco de guerra numa quadra de esporte de ação e "stunts".
Foto: Anas Alkharboutli/OCHA/picture alliance/dpa
Esperança de um recomeço
Ao sul de Idlib, 2020. Após a assinatura do cessar-fogo uma família retorna à casa. Ao tirar a foto, os sentimentos de Ali Haj Suleiman eram ambivalentes: "Eu me alegrava pela gente que voltava a seu lugarejo de origem. Mas estava triste porque eu também tinha sido expulso. E não posso voltar."
Foto: Ali Haj Suleiman/OCHA
Herança romana
Também isso é a Síria em guerra: o anfiteatro romano de Bosra, na Região de Daraa, inundado em 2018 por chuvas intensas. [Advertência: o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Enucah) disponibilizou todas as fotos desta galeria, mas não garante a exatidão das informações fornecidas por terceiros.]