A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, anunciou nesta segunda-feira (13/03) que vai pedir ao Parlamento escocês para que inicie o processo de um novo referendo sobre a independência do país do Reino Unido.
O pedido, que deve ser apresentado na próxima semana, prevê que a consulta popular ocorra entre o fim de 2018 e o início de 2019, antes do prazo previsto para a conclusão do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia).
Para ser realizado, o referendo precisa de autorização do governo britânico, que considerou a convocação de um segundo referendo como um processo "divisório" e que "causaria uma enorme incerteza no pior momento".
"Na próxima semana, vou pedir ao Parlamento escocês que me autorize a chegar a um acordo com o governo britânico para lançar o procedimento que permitirá ao Parlamento escocês legislar sobre um referendo de independência", afirmou em declaração na sua residência oficial, em Edimburgo. "Acho correto a Escócia poder escolher."
Os escoceses recusaram a independência do Reino Unido num referendo realizado em 2014, mas Sturgeon argumenta que a decisão pelo Brexit gerou uma "alteração substancial das circunstâncias".
Em junho do ano passado, 52% dos britânicos votaram a favor da saída do Reino Unido da União Europeia, mas, na Escócia, 62% dos eleitores votaram pela permanência no bloco.
Desentendimentos
Segundo Sturgeon, que é líder do Partido Nacional Escocês (SNP), o Reino Unido deixou o bloco europeu contra a vontade dos escoceses, por isso é preciso dar uma nova chance aos eleitores.
Ela também criticou a primeira-ministra britânica, Theresa May, por "intransigência" nas conversações com os países que, junto com a Inglaterra, formam o Reino Unido: Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. A primeira-ministra acrescentou que a Escócia busca um acordo com o governo britânico para que o país permaneça no mercado comum europeu, mas disse não estar otimista em relação ao diálogo com May.
Sturgeon fez as declarações às vésperas de May enviar a Bruxelas a carta invocando o Artigo 50 do Tratado Europeu de Lisboa, que inicia o processo de saída da UE. May precisa de um sinal verde da Câmara dos Comuns, que analisa nesta segunda-feira o projeto de lei sobre o Brexit. Se aprovado, o projeto seguirá para a Câmara dos Lordes para votação final.
KG/ap/rtr
Donald Trump quer um "grande e belo muro" entre os EUA e o México para frear a migração e o narcotráfico. Em outros lugares, barreiras de concreto e metal feitas para resolver problemas tiveram variados graus de êxito.
Foto: Getty Images/J. MooreAntes de Donald Trump, Bill Clinton já mandou construir cercas na fronteira. Após os atentados de setembro de 2001, George Bush acelerou a construção. Desde então, quase 1.100 quilômetros de fronteira receberam paredes de concreto, vigas de aço e outros tipos de obstruções.
Foto: Getty Images/D. McNewDesde 2002, Israel está construindo uma barreira ao longo da Cisjordânia. O projeto, oficialmente justificado como proteção contra o terrorismo, é altamente controverso e muitas vezes chamado "muro da separação". Há mais de dez anos, a Corte Internacional de Justiça declarou que ele viola o direito internacional. Israel, no entanto, continua construindo o muro, que deverá ter 759 km de extensão.
Foto: A. Al-BazzUm muro de controle militar de mais de 700 km na região da Caxemira divide a Índia e o Paquistão desde 1971. Em muitos lugares, esta "linha de controle" é reforçada por minas e arame farpado. A barreira de arame, que em alguns locais tem 3 metros de altura, também pode ser eletrificada.
Foto: Getty Images/AFPParedes divisórias também separam classes econômicas. Como em Lima, onde uma parede de concreto de 3 m de altura separa os moradores pobres de um bairro de ricos. Aliás, "condomínios fechados" são frequentes na América Latina. Os moradores da capital do Peru chamam a parede de "muro da vergonha".
Foto: picture-alliance/Anadolu Agency/S. CastanedaNa capital do Iraque, um muro de 4 metros de altura e 5 km de extensão corta a cidade. Ele foi construído pelos militares dos EUA na região dominada pelos xiitas em 2007. Hoje, o muro separa quase 2 milhões de pessoas. Também em outros bairros de Bagdá, paredes de concreto separam enclaves sunitas de bairros xiitas.
Foto: Getty Images/W. KuzaieO governo britânico construiu os chamados "muros da paz" na Irlanda do Norte em 1969 para separar católicos e protestantes. Portões permitiam a passagem para o outro lado. Em caso de conflitos, eles eram fechados. Alguns moradores dizem, no entanto, que as paredes acentuaram ainda mais a divisão na mente das pessoas.
Foto: picture-alliance/dpa/M. SmiejekDesde o final da Guerra da Coreia, nos anos 1950, uma zona desmilitarizada separa a Coreia do Norte, comunista, e a Coreia do Sul, capitalista. A faixa de cerca de 4 km de largura e 250 km de comprimento é uma das áreas restritas mais vigiadas do mundo. Em alguns pontos, muros marcam a fronteira entre as duas Coreias.
Foto: Getty Images/AFP/E. JonesTambém a Europa está se isolando. Desde outubro de 2015, a Hungria está fechando sistematicamente sua fronteira para evitar refugiados. No início, a cerca ainda não era hermética. Hoje, no entanto, quase ninguém consegue mais passar para o outro lado. A Hungria também quer construir uma cerca ao longo da fronteira com a Sérvia.
Foto: picture-alliance/dpa/S. UjvariNos enclaves espanhóis de Ceuta e Mellila, no Marrocos, há fortificações especialmente altas. Para superá-las, é preciso passar por até três cercas. Para complicar, há detectores de movimento, câmeras infravermelhas e um arame farpado que penetra fundo na pele. Mesmo assim, muitos se arriscam e acabam se ferindo.
Foto: picture-alliance/dpa/A. SempereNa fronteira com a Síria, de onde muitos estão fugindo da guerra civil, a Turquia está construído um muro de 511 km de extensão. No final de fevereiro, o governo de Ancara anunciou que metade já está pronta. O muro de 3 metros de altura tem arame farpado e torres de vigilância. Várias vezes, a União Europeia criticou a Turquia por fazer controles muito brandos em suas fronteiras.
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