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Líder da região de Madri renuncia após vídeo de furto

26 de abril de 2018

Imprensa da Espanha divulga imagens que mostram Cristina Cifuentes tentando roubar cremes em mercado. Presidente da Comunidade de Madri já era pressionada a deixar o cargo por suspeita de falsificar diploma de mestrado.

Cristina Cifuentes
Cristina Cifuentes anunciou sua renúncia em coletiva de imprensa nesta quarta-feiraFoto: Imago/Agencia EFE/E. Naranjo

A presidente da Comunidade de Madri, Cristina Cifuentes, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (25/04) após a divulgação de um vídeo em que ela aparece supostamente furtando produtos de um supermercado. Ela qualificou o incidente, ocorrido em 2011, como "um erro involuntário".

As imagens de câmeras de segurança, publicadas pela imprensa da Espanha, mostram Cifuentes sendo retida por um agente após tentar levar cremes do estabelecimento. À época do furto, ela era deputada na capital espanhola e atuava como vice-presidente da Assembleia de Madri.

A política, do conservador Partido Popular (PP) espanhol, disse ter cometido o ato "sem estar consciente" e que pagou, na ocasião, 40 euros referentes ao valor dos produtos.

Ela relatou ainda que, cerca de dois anos atrás, sofreu uma tentativa de "extorsão" envolvendo ameaças de divulgar esse vídeo, o que foi comunicado à polícia.

A decisão de renunciar imediatamente à presidência da região de Madri foi anunciada por Cifuentes em entrevista coletiva nesta quarta-feira, horas após a divulgação das imagens. Ela disse que já pretendia deixar o cargo em 2 de maio, mas antecipou o anúncio devido à polêmica.

Cifuentes afirmou ter sido vítima de uma campanha de "assédio e difamação", baseada em "ataques pessoais" que foram além da luta política. "Suportei mais de 30 dias de exposição permanente. O que aconteceu hoje passou dos limites", declarou.

"A resistência das pessoas tem limite, e eu o atingi. Saio de cabeça erguida, com um sentimento amargo, mas muito satisfeita. Acredito que fizemos um bom trabalho", concluiu.

Em suas declarações, Cifuentes se refere também a outro escândalo do qual é alvo, envolvendo um mestrado que ela supostamente concluiu em 2012 na Universidade Rei Juan Carlos (URJC), em Madri. Há pouco mais de um mês, a imprensa local apontou irregularidades na obtenção do grau acadêmico, incluindo documentos com assinaturas falsificadas de professores.

Na semana passada, a política compareceu ao Parlamento regional para se defender das acusações, tendo assegurado que "nem o currículo nem as notas foram falsificadas". Ela não apresentou, porém, seu trabalho de conclusão do mestrado, alegando tê-lo perdido durante uma mudança.

O caso levou o Ministério Público espanhol a abrir, no início de abril, um inquérito para investigar se Cifuentes de fato falsificou o diploma do grau acadêmico.

Além disso, pesava contra a presidente regional uma moção de censura convocada pela oposição para tirá-la do cargo, que deveria ser tramitada no início de maio. Alguns de seus próprios colegas de partido chegaram a criticá-la em relação ao suposto mestrado falsificado.

A Comunidade de Madri é uma das 17 comunidades autônomas da Espanha, que inclui, além da capital espanhola, uma série de outros municípios da região metropolitana. No sistema político espanhol, a comunidade é equivalente a um estado, e seu presidente, ao governador estadual.

EK/afp/efe/lusa/ots

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