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Líder de mercenários diz que Rússia prometeu mais munição

7 de maio de 2023

Chefe do Grupo Wagner havia ameaçado deixar Bakhmut, culpando liderança militar russa por "mortes sem sentido" no front. Agora, ele afirma que Moscou lhe garantiu "toda munição necessária" para continuar os combates.

Vista aérea da cidade de Bakhmut em meio a destruição e fumaça
A batalha por Bakhmut já se tornou a mais duradoura da guerra, com perdas severas de ambos os ladosFoto: RIA Novosti/Sputnik/SNA/IMAGO

O líder do grupo de mercenários russos Wagner afirmou neste domingo (07/05) que o governo da Rússia prometeu fornecer mais armas e munição a seus combatentes, depois de ele ter ameaçado retirar suas forças da cidade ucraniana de Bakhmut devido à falta de apoio de Moscou.

"Durante a noite, recebemos uma ordem de combate. Eles prometeram nos dar toda a munição e armamentos de que precisamos para continuar as operações", disse Yevgeny Prigozhin, dias depois de ter criticado a forma como a Rússia conduz a batalha em Bakhmut em uma série de mensagens de vídeo raivosas.

A cidade ucraniana é palco de uma sangrenta e exaustiva batalha entre as forças russas e ucranianas que já dura meses.

A declaração deste domingo sugere que a ameaça de Prigozhin de iniciar a retirada de seus combatentes de Bakhmut, em 10 de maio, não será cumprida.

Na sexta-feira, dono do Grupo Wagner divulgou uma série de mensagens em vídeo raivosas em crítica à liderança russaFoto: Wagner Group/Zuma/IMAGO

As críticas de Prigozhin 

Na última sexta-feira, o líder dos mercenários russos denunciou que as unidades do Grupo Wagner, "na ausência de munição, estão enfrentando mortes sem sentido". Nos vídeos, ele culpou o ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, por "dezenas de milhares" de baixas russas.

"A falta de profissionalismo deles está destruindo dezenas de milhares de russos, e isso é imperdoável", afirmou Prigozhin.

Em um dos vídeos, ele chegou a mostrar fileiras do que disse serem combatentes mortos do Grupo Wagner.

"Eles vieram aqui como voluntários e estão morrendo para que vocês possam engordar em seus escritórios forrados de madeira", disse o líder mercenário.

Prigozhin tem falado sobre uma divergência cada vez maior com o Ministério da Defesa russo, em meio à crescente rivalidade entre a pasta e o Grupo Wagner no campo de batalha ucraniano. 

Contudo, a linguagem emotiva e violenta usada nos vídeos de sexta-feira, bem como as críticas pessoais aos líderes da campanha russa na Ucrânia, não têm precedentes.

Também neste domingo, Prigozhin afirmou que a coordenação entre os mercenários e as forças do exército russo estava sob o comando do general Serguei Surovikin. Ele descreveu o militar como "a única pessoa com estrela de general que entende tudo sobre combates".

Surovikin, que tem uma reputação de crueldade elogiada pelo Grupo Wagner, havia sido nomeado comandante militar na Ucrânia em outubro. Três meses depois, ele foi substituído por Gerasimov, a quem Prigozhin critica regularmente.

Batalha longa e sangrenta em Bakhmut

A batalha pela cidade estrategicamente importante na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, já se tornou a mais duradoura da guerra, com perdas severas tanto entre russos como entre ucranianos.

As forças russas têm sido inflexíveis por meses sobre a captura de Bakhmut, no que seria sua primeira vitória significativa no campo de batalha em cerca de oito meses.

Os combates na cidade ucraniana esgotaram as reservas de artilharia de ambos os lados, com milhares de projéteis sendo disparados diariamente. O Grupo Wagner vem consistentemente pedido mais munição a Moscou para garantir a vitória.

Neste domingo, o Ministério da Defesa russo afirmou que mais dois quarteirões de Bakhmut foram capturados nas últimas horas. Assim, seriam 29 os quarteirões tomados pelo Grupo Wagner nas últimas três semanas na cidade.

Em uma mensagem de áudio no Telegram na noite passada, Prigozhin afirmou que suas unidades avançaram 170 metros num único dia, e que restam 2,42 quilômetros quadrados da cidade a serem ocupados.

ek/gb (AFP, Reuters, DPA, Lusa)

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