Líder judeu reclama de pouca solidariedade alemã com Israel
12 de abril de 2002![](https://static.dw.com/image/419899_800.webp)
O presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Paul Spiegel, reclamou de uma falta de compreensão dos alemães com as ações militares de Israel na Cisjordânia. O líder judeu disse que "Israel é visto pelos alemães como um corpo estranho nos territórios palestinos". O presidente palestino, Yassir Arafat, ao contrário, seria "um fomentador da paz e mártir".
Paul Spiegel declarou-se, ao mesmo tempo, muito preocupado com o que chamou de " anti-semitismo crescente" na Alemanha. Prova disso seria "uma quantidade inacreditável de revistas com um número desproporcional de propaganda anti-semita". Ele destacou que só uma pequena parte da imprensa alemã expressa solidariedade com Israel, enquanto dois anos atrás, quando assumiu a presidência do Conselho Central dos Judeus, acontecia o contrário: havia mais alemães do lado dos israelenses do que dos palestinos.
O líder judeu no país que exterminou seis milhões de judeus na Segunda Guerra rejeitou um fim da Operação Muro Protetor, uma retirada das tropas israelenses dos territórios palestinos e considerou que o retorno de 3,5 milhões de refugiados palestinos "seria o fim do Estado de Israel". Na sua opinião, os refugiados palestinos devem se integrar nos países vizinhos.
Arafat é culpado
– Ao contrário da queixa do líder judeu, o candidato da oposição democrata-cristã e social-cristã à chefia do governo alemão, nas eleições de setembro, Edmund Stoiber, responsabilizou Arafat pelo fracasso do processo de paz. Muito críticos da ação militar israelense estão confundindo as causas e os efeitos, disse o governador da Baviera, em Washington, pouco antes do seu primeiro encontro com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Arafat teria rejeitado, dois anos atrás, a oferta de paz do então primeiro-ministro israelense, Ehud Barak, e do presidente americano Bill Clinton.Alemães estão divididos
– O resultado de uma pesquisa, divulgado pelo Instituto Forsa nesta sexta-feira (12), mostra que os alemães estão divididos. 46% dos questionados acham que não se justifica mais uma relação especial do país com Israel, enquanto 42% consideram necessário, apesar da ação militar israelense nos territórios palestinos.A maior parte dos jovens de menos de 30 anos de idade apóia a manutenção das relações especiais, enquanto os que pensam assim na faixa de mais de 60 anos de idade é minoria.