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Líder da AfD admite participação em ato neonazista

30 de agosto de 2019

Candidato ao governo de Brandemburgo afirma que esteve em marcha neonazista na Grécia como "curioso". Às vésperas da eleição no estado, ele minimiza relatos sobre laços com radicais e diz respeitar a Constituição.

Andreas Kalbitz, candidato ao governo de Brandemburgo pela AfD
Andreas Kalbitz, candidato ao governo de Brandemburgo pela AfDFoto: picture-alliance/dpa/B. Settnik

Um líder regional do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) admitiu nesta sexta-feira (30/08) ter participado de um ato de grupos neonazistas em Atenas em 2007. Ele, entretanto, negou ter laços com grupos extremistas, apesar de seguidos relatos na mídia sobre suas ligações com movimentos de ultradireita.

"É verdade que eu estive 12 anos atrás em Atenas", disse Andreas Kalbitz, que concorre ao governo de Brandemburgo, estado no leste da Alemanha. "Havia vários alemães e outros visitantes internacionais nesse evento, que reuniu vários milhares de integrantes que não faziam parte da delegação do NPD, como foi o meu caso", afirmou, referindo-se à legenda alemã de extrema direita Partido Nacional-Democrático.

Kalbitz confirmou, assim, uma revelação feita nesta sexta-feira pela revista Der Spiegel, mas alegou que estivera na passeata apenas "por curiosidade".

O periódico publicou um relatório policial segundo o qual Kalbitz se hospedou em Atenas em janeiro de 2007 no mesmo hotel em que estavam também 13 extremistas de direita, incluindo lideranças do NPD. Na ocasião, foi pendurada na sacada do hotel uma bandeira com uma suástica.

No início da semana, a emissora pública RBB informou que o político, de 46 anos, participou de um acampamento organizado em 1993 pelo grupo de jovens neonazistas HJ. Kalbitz já havia admitido ter participado de um acampamento organizado em 2007 pela HDJ, organização sucessora daquele grupo, mas minimizou este e outros laços com grupos extremistas, insistindo que respeita a Constituição alemã.

Kalbitz está na frente nas pesquisas de intenção de voto em Brandemburgo – empatado tecnicamente com o Partido Social-Democrata (SPD) – e tem chances de levar a AfD a formar a maior bancada parlamentar do estado na eleição regional neste domingo.

Outro pleito regional ocorre no mesmo dia na Saxônia, também no leste da Alemanha. Neste estado, a AfD se encontra em segundo lugar nas pesquisas, atrás da conservadora União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal alemã, Angela Merkel.

O ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz, criticou Kalbitz, e apelou para que os eleitores de Brandemburgo não deem seu voto ao candidato da AfD. "Quem se cerca com neonazistas e marcha com radicais de direita no exterior avilta os valores de nossa democracia", escreveu Scholz no Twitter.

MD/ap/dpa

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