Líder terrorista ligado à Al Qaeda teria sido morto na Líbia
15 de junho de 2015O jihadista argelino Mokhtar Belmokhtar, ex-comandante da Al Qaeda no Magrebe e considerado o mentor dos ataques a um campo de exploração de gás na Argélia em 2013, teria sido morto no sábado (13/06), num bombardeio aéreo dos Estados Unidos no leste da Líbia.
A informação foi dada nesta segunda-feira (15/06) pelo governo líbio baseado em Tobruk, que é tido como autoridade legítima do país. O Pentágono confirmou a realização dos ataques, mas disse não ser possível assegurar a morte de Belmokhtar.
“O governo líbio no Leste do país confirma que caças de combate americanos realizaram bombardeios na última noite em uma missão que resultou na morte do terrorista Belmokhtar”, informaram em comunicado as autoridades líbias.
Não é a primeira vez que é anunciada a morte de Belmokhtar, que teria cerca de 40 anos e perdido um olho durante combates no Afeganistão. Ele se radicalizou nos anos 1990, combatendo o governo da Argélia, e depois se aliou à Al Qaeda, até fundar seu próprio grupo radical, a Brigada Al Murabitoun, que atua majoritariamente no norte do Mali e na Argélia.
Acredita-se que Belmokhtar tenha construído uma ponte entre a Al Qaeda e o submundo no Magrebe, facilitando a radicalização de jovens. Ele é considerado um dos maiores nomes da insurgência extremista no Norte da África e recebeu do Exército francês o apelido de “O Incapturável”.
Ele foi condenado duas vezes à morte, em julgamentos à revelia na Argélia. Em sua ação de maior impacto, Belmokhtar teria coordenado o ataque contra um campo de exploração de gás na Argélia, em janeiro de 2013, em que 800 pessoas foram mantidas reféns. Delas, 39 foram executadas, antes que o Exército conseguisse retomar o controle do local.
Imersa em caos desde a queda do ditador Muamar Kadafi, em 2011, a Líbia é cenário de combates violentos entre milícias e conta hoje com dois governos e dois Parlamentos. Organizações extremistas, como o "Estado Islâmico", se aproveitaram da instabilidade política para se infiltrar no país.
RPR/rtr/afp/ap