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Líder verde: para o clima, é melhor proibir que taxar

29 de setembro de 2019

Tachando de "tímido demais" o pacote climático anunciado por Berlim, Annalena Baerbock citou amianto como exemplo de eficácia das proibições em questões ambientais. Para críticos, ela quer "reeducar a sociedade".

Annalena Baerbock, copresidente do Partido Verde alemão
Annalena Baerbock, copresidente do Partido Verde alemãoFoto: picture-alliance/dpa/C. Soeder

A copresidente do Partido Verde alemão Annalena Baerbock considera medidas de regulamentação um elemento central para uma melhor proteção do clima, preferível à aplicação de taxas.

"Para mim, o direito normativo – pode-se também chamar de proibições – é o elemento central, por ser também o mais justo, socialmente. É também o instrumento que sempre mais nos ajudou na política ambiental", declarou em entrevista transmitida neste domingo (29/09) pela emissora Deutschlandfunk.

Como exemplo, Baerbock citou o patógeno amianto nos materiais de construção: "Não se sugeriu 'temos que fazer ficar um pouco mais caro', mas sim proibiu-se." Ela classificou a atual política do governo federal alemão para o clima como excessivamente tímida.

"Quando se diz à população: 'Introduzimos um preço para o CO2 que não tem qualquer efeito para a política climática e que, além disso, é socialmente injusto, pois alivia sobretudo os altos assalariados', então também eu, como cidadã comum, diria: 'Este é claramente o instrumento errado, e o governo não sabe o que faz.'"

Em 20 de setembro, Berlim anunciou um pacote para combater a mudança climática com investimentos de até 54 bilhões de euros em energia, transporte, construção, inovação e desenvolvimento. O objetivo seria alcançar até 2030 uma redução de 55% das emissões de CO2, em relação a 1990.

Entre outras medidas, pretende-se impor uma "taxa de CO2", encarecendo combustíveis nocivos ao clima, como petróleo, gás natural e carvão mineral. O governo alemão pretende começar em 2021, nos setores de transportes e calefação, cobrando dez euros por tonelada de dióxido de carbono, preço que os críticos consideram baixo demais.

Políticos alemães conservadores-cristãos e liberais condenaram duramente as declarações da líder verde Baerbock. Segundo o vice-chefe de bancada da União Social Cristã (CSU), Georg Nüsslein, "os verdes estão mostrando sua verdadeira cara": para eles, a questão seria, então, reeducar através de proibições.

Seu colega Andreas Jung, da bancada parlamentar da União Democrata Cristã (CDU), alegou que a coalizão governamental prefere apostar em inovações. "Em contraste, um caminho de mão única, com preferencial para proibições, levaria a um beco sem saída."

Por sua vez, o porta-voz para assuntos climáticos do Partido Liberal Democrático (FDP), Lukas Köhler, acusou o Partido Verde de utilizar a proteção do clima como "folha de figueira para sua ideologia", pois "quem quer reeducar a sociedade, aposta em medidas isoladas e proibições".

AV/afp,dpa

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