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Líderes africanos discutem paz sob ataques russos em Kiev

16 de junho de 2023

Políticos da África do Sul, Senegal, Zâmbia, Comores e Egito tiveram que se refugiar em abrigo antiaéreo enquanto capital ucraniana era mais uma vez alvo de mísseis russos.

A imagem mostra líderes africanos ao lado de lideranças ucranianas, que mostram locais onde ocorre a guerra na Ucrânia.
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, lidera a comitiva africana que visita a Ucrânia e depois vai para a RússiaFoto: Valentyn Ogirenko/REUTERS

Uma delegação composta por líderes africanos deu início a uma missão de paz em Kiev nesta sexta-feira (16/06), mesmo após a capital ucraniana ter sido mais uma vez bombardeada por mísseis russos, o que fez com que os políticos tivessem de se proteger no abrigo antiaéreo de um hotel.

Ao menos duas explosões teriam sido registradas na capital ucraniana, que divulgou que um total de seis mísseis hipersônicos Kinzhal e outros seis mísseis de cruzeiro foram interceptados pelas defesas antiaéreas.

Os serviços de emergência informaram que pelo menos quatro pessoas, entre elas uma criança, sofreram ferimentos. E as autoridades ucranianas afirmaram ainda que os destroços causaram danos em diversos prédios residenciais.

No Twitter, o ministro do Exterior da Ucrânia, Dmytro Kuleba, escreveu que os "mísseis russos são uma mensagem para a África: a Rússia quer mais guerra, não paz" e classificou o episódio como "o maior ataque com mísseis a Kiev em semanas".

A comitiva de políticos africanos é liderada pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que, vindo da Polônia, chegou nesta sexta a Kiev para se encontrar com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

O grupo inclui ainda os chefes de estado de Congo, Egito, Senegal, Uganda, Zâmbia e Comores – um arquipélago da África Oriental localizado ao norte da costa de Moçambique.

Depois de se encontrarem com o mandatário ucraniano, o grupo viajará para a Rússia, onde neste sábado se reunirá com o presidente Vladimir Putin, em São Petersburgo, a fim de dar continuidade às conversações a respeito de um cessar-fogo para a guerra na Ucrânia.

Interesse africano

Enquanto os líderes africanos argumentam que buscam um acordo por meio de "medidas de aumento da confiança", Kiev defende que somente a sua própria iniciativa de paz deve ser a base de qualquer pacto – uma contraofensiva está em andamento a fim de expulsar forças russas do território ucraniano.

Segundo o rascunho de um documento obtido pela agência de notícias Reuters, os líderes africanos querem encorajar Rússia e Ucrânia a encontrarem uma solução por meio de um processo diplomático.

As medidas podem incluir também a retirada das tropas russas da Ucrânia, a remoção das armas nucleares russas de Belarus, a suspensão da implementação do mandado de prisão contra Putin no Tribunal Penal Internacional e o alívio das sanções ocidentais impostas à Rússia.

Além disso, o documento indica que o fim das hostilidades seriam acompanhadas por negociações diretas entre a Rússia e o Ocidente.

Os países africanos têm interesse direto no conflito porque muitos deles são grandes importadores de grãos e fertilizantes russos e ucranianos. A guerra levou a bloqueios e ao aumento dos preços dessas commodities.

Caso haja bloqueio total das exportações, a tendência é de que os preços dos grãos subam ainda mais.

Ao mesmo tempo, a África do Sul tem enfrentado críticas do Ocidente por supostas políticas pró-russas e até mesmo suspeitas de fornecimento de armas para Moscou.

Poucas chances de paz

O chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Andriy Yermak, enfatizou que não há uma "fórmula de paz" que não seja composta por reparações e a extradição de criminosos de guerra após a retirada total das tropas russas do território ucraniano, inclusive da península da Crimeia, anexada em 2014.

A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, também minimizou as chances de significativas conversações de paz com Kiev, argumentando que não há condições momentâneas para isso, apesar de se dizer pronta para possíveis iniciativas de atores externos, como é o caso da África.

gb (Reuters, dpa)

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