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Líderes apelam por comprometimento russo com a paz

8 de fevereiro de 2015

Em meio a negociações por um cessar-fogo no leste ucraniano, UE e EUA cobram seriedade do Kremlin durante Conferência de Segurança. Presidente da Ucrânia diz que país precisa de uma resposta "nas próximas horas".

Poroschenko mit russischen Pässen
Em Munique, presidente da Ucrânia mostra passaportes de soldados russos que teriam sido recolhidos em seu paísFoto: picture-alliance/dpa

Reunidos na Conferência sobre Segurança em Munique, líderes europeus e dos Estados Unidos garantiram neste sábado (07/02) apoio à Ucrânia no conflito que se arrasta há meses no leste do país e cobraram provas do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de que ele realmente tem interesse em ver o fim dos confrontos no país vizinho.

Em um gesto dramático, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, mostrou passaportes e identidades militares que ele afirma terem sido recolhidos de soldados russos em território ucraniano. "De quantas evidências mais o mundo ainda precisa para reconhecer fatos óbvios?", questionou Poroshenko. "Hoje, um antigo parceiro estratégico está travando uma guerra oculta contra um Estado soberano."

Depois de agradecer os esforços da chanceler federal alemã, Angela Merkel, pela tentativa de chegar a um consenso por um cessar-fogo na região, Poroshenko pediu pressa: "precisamos de uma resposta nas próximos dias, nas próximas horas".

Confrontos entre tropas leais a Kiev e rebeldes pró-Rússia continuam deixando vítimas fatais. Pelo menos 12 pessoas morreram nas últimas 24 horas. Militares e separatistas confirmaram a morte de cinco civis – quatro em território controlado pelo governo central e um em Donetsk, cidade ocupada pelos rebeldes. Segundo o governo da Ucrânia, os insurgentes planejam uma nova ofensiva no leste do país.

"Prometeu paz, entregou armas"

Também presente ao encontro em Munique, o vice-presidente americano, Joe Biden, fez um forte apelo a Putin para que tome ações no sentido de mostrar o alegado interesse de Moscou na paz no leste da Ucrânia.

"Muitas vezes o presidente Putin prometeu paz, mas entregou tanques, tropas e armas", discursou Biden, pouco depois de o chefe do Kremlin dizer que seu país não quer ver guerra na Ucrânia. "Dada a história recente russa, temos que julgar suas ações, e não suas palavras. Não nos diga mais nada, presidente Putin. Aja!"

Vice-presidente americano, Joe Biden: "a Rússia não tem o direito de fazer o que vem fazendo"Foto: Reuters/Michaela Rehle

Biden disse ainda não acreditar em uma solução militar para o conflito no leste da Ucrânia, como também ressaltou não acreditar que a Rússia tenha o direito de "fazer o que vem fazendo".

Sem prometer abertamente a entrega de armas às tropas de Kiev, o vice-presidente americano afirmou, porém, que os EUA fornecerão assistência em segurança.

Expectativas no domingo

Ao discursar na conferência de Munique, Merkel também criticou a Rússia pela anexação da Ucrânia e pelo papel que vem desempenhado diante dos combates entre separatistas pró-russos e forças fiéis a Kiev no leste ucraniano. A chanceler federal alemã reforçou que a solução do conflito requer a cooperação do Kremlin.

"A Rússia precisa fazer a sua parte na crise ucraniana. Esta crise não pode ser resolvida por meios militares", defendeu Merkel, ressaltando que não há interesses em uma divisão da Europa. "Queremos alcançar a segurança na Europa ao lado da Rússia, não contra a Rússia."

Neste domingo, a proposta de paz que vem sendo costurada por Merkel e pelo presidente francês, François Hollande, voltará a ser discutida com Putin e Poroshenko. O ministro russo do Exterior, Seguei Lavrov, afirmou acreditar que o plano poderá ajudar a se chegar ao fim do conflito na Ucrânia.

MSB/dpa/afp/ap/rtr

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