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Líderes chegam a acordo sobre roteiro para a paz na Ucrânia

20 de outubro de 2016

Em Berlim, líderes de Alemanha, França, Rússia e Ucrânia estabelecem próximos passos para o avanço do processo de paz no leste ucraniano. Porém, conversa com Putin sobre Síria foi difícil, diz Merkel.

Merkel recebe Putin em Berlim
Merkel recebe Putin em BerlimFoto: Reuters/H. Hanschke

Depois de quase cinco horas de reunião, em Berlim, os líderes da Alemanha, da França, da Rússia e da Ucrânia chegaram nesta quarta-feira (19/10) a um acordo sobre um novo roteiro para o processo de paz no leste ucraniano.

"Não houve milagres, mas concordamos sobre trabalhar num roteiro para fazer avançar as negociações de paz", ressaltou a chanceler federal alemã, Angela Merkel, numa entrevista ao lado do presidente francês, François Hollande, após o fim da reunião.

Hollande destacou que o roteiro terá como base o Acordo de Minsk, firmado em 2015, com a intermediação de Alemanha e França, e que contribuiu para amenizar os conflitos entre os separatistas pró-Rússia e as tropas do governo no leste da Ucrânia.

Entre as propostas previstas no novo roteiro para a paz estão a criação de zonas de desmobilização em ambos os lados e medidas para melhorar a situação humanitária na região.

Hollande e Merkel fazem declaração após fim da reuniãoFoto: REUTERS/H. Hanschke

Segundo o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, o roteiro prevê ainda uma missão policial que deverá ser enviada para a região do Donbas. Detalhes sobre a operação serão acertados com a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que monitora o conflito no leste da Ucrânia.

O documento será preparado pelos ministros do Exterior da Rússia, da Ucrânia, da França e da Alemanha e deverá ficar pronto até o final de novembro.

Apesar do Acordo de Minsk, os combates prosseguem na Ucrânia, minando os esforços para viabilizar uma solução política para o impasse na região. O novo roteiro pode fazer avançar as negociações para uma solução do conflito.

A Rússia, que anexou a península da Crimeia em 2014, apoia a insurgência dos separatistas no leste ucraniano, que já causou quase 10 mil mortes. Moscou nega, porém, que teria enviado tropas e armamentos para o país vizinho para reforçar os rebeldes.

Tema delicado

O conflito na Síria também entrou na pauta da primeira visita do presidente russo, Vladimir Putin, à Alemanha desde 2013. Depois que Poroshenko deixou o encontro às 23h15 (horário local), Merkel, Holande e Putin continuaram reunidos por quase duas horas.

Merkel afirmou que a conversa sobre a Síria foi difícil, mas clara. A chanceler federal condenou os bombardeios no país e afirmou que os ataques são "acontecimentos bárbaros" para a população.

"O que está acontecendo em Aleppo é um crime de guerra. Uma das nossas primeiras exigências é o fim dos bombardeios realizados pelo regime e pela Rússia", acrescentou Hollande.

Durante as negociações, Putin afirmou que a Rússia está disposta a prorrogar o cessar-fogo humanitário de oito horas em Aleppo, programado para começar às 8h desta quinta-feira. O líder russo propôs ainda acelerar a adoção de uma nova constituição na Síria para facilitar novas eleições.

Merkel e Hollande não descartaram a possibilidade de endurecer as sanções a Moscou devido a esses ataques. O tema poderá entrar na agenda da cúpula da União Europeia (UE), marcada para esta quinta-feira em Bruxelas.

CN/dpa/rtr/afp

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