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PolíticaBósnia e Herzegovina

Líderes da UE concedem à Bósnia status de país candidato

15 de dezembro de 2022

Decisão é o primeiro passo da jovem nação dos Bálcãs em um longo processo que pode resultar na adesão ao bloco. País precisará implementar 14 prioridades para que negociações formais sigam adiante.

Duas bandeiras da Bósnia tremulando
Bósnia segue dividida entre uma entidade sérvia e uma federação muçulmano-croata conectadas por um governo central frágilFoto: butenkow/YAY Images/IMAGO

Os líderes da União Europeia (UE) concederam nesta quinta-feira (15/12) à Bósnia e Herzegovina o status de país candidato para ingressar no bloco, seis anos depois da apresentação da candidatura. É o primeiro passo da volátil nação dos Bálcãs em um longo processo que pode levar anos – e sem garantias de que o país será aceito.

Depois de anos de estagnação nas candidaturas, a invasão da Ucrânia pela Rússia deu novo impulso à disposição da UE em considerar a entrada de mais vizinhos do leste. A UE teme que potências como a Rússia e a China possam espalhar sua influência nos Bálcãs se os países com esperança de ingressar no bloco tiverem seus objetivos frustrados.

Nos últimos seis meses, a Bósnia é o terceiro país – após Ucrânia e Moldávia – a receber o status de país candidato. Já a Geórgia, uma ex-república soviética, teve o pedido negado, mas com ressalvas de que poderá ser aceita se efetuar algumas mudanças.

O aval à Bósnia e Herzegovina foi dado em uma cúpula em Bruxelas. A medida ocorre apesar das preocupações de longa data sobre a situação política no país de três milhões de habitantes sobrecarregado por divisões étnicas desde uma guerra devastadora, três décadas atrás, que deixou mais de 100 mil mortos.

A jovem nação segue dividida entre uma entidade sérvia e uma federação muçulmano-croata conectadas por um governo central frágil. OAcordo de Dayton, assinado em 1995, conseguiu encerrar o conflito civil, mas falhou em fornecer uma estrutura para o desenvolvimento político do país.

O braço executivo da UE, a Comissão Europeia, estabeleceu 14 prioridades que a Bósnia deve cumprir antes de passar para a próxima etapa de negociações formais de adesão.

Embora a Bósnia tenha expressado desde 2003 o desejo de ingressar na UE, os líderes étnicos do país até agora se mostraram relutantes em deixar de lado as diferenças e implementar as reformas necessárias.

Kosovo entrega candidatura

A Bósnia se junta a outras sete nações com status de candidato: Turquia, Macedônia do Norte, Montenegro, Sérvia, Albânia, Moldávia e Ucrânia.

O processo de adesão à União Europeia pode levar muitos anos, pois os candidatos precisam implementar reformas que devem ser rigorosamente avaliadas por Bruxelas. O último membro a ingressar na UE foi a Croácia, em 2013. 

Agora, cinco dos seis países dos Balcãs Ocidentais já obtiveram o status de candidato. A exceção é o Kosovo, que apresentou nesta quinta-feira seu pedido formal de adesão ao bloco.

Kosovo, que tem laços turbulentos com a Sérvia, enfrenta um caminho particularmente difícil em sua busca para entrar na UE. Pristina declarou independência em 2008, mas Belgrado, junto com seus principais aliados, Rússia e China, ainda a considera parte da Sérvia. Além disso, cinco membros da UE – Grécia, Espanha, Romênia, Eslováquia e Chipre – não reconhecem Kosovo como um país independente.

le/bl (AFP, EFE, AP)