Líderes das Coreias anunciam nova reunião em setembro
13 de agosto de 2018
Terceiro encontro entre Moon Jae-in e Kim Jong-un será em Pyongyang e deve ter como tema desnuclearização da Península. Anúncio é feito em meio a impasse nas conversações entre EUA e Coreia do Norte.
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As duas Coreias anunciaram nesta segunda-feira (13/08) que vão realizar uma nova cúpula de líderes em Pyongyang em setembro, em meio a um impasse nas conversações entre Estados Unidos e Coreia do Norte. A data exata não foi divulgada.
Esse será o terceiro encontro entre o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, depois de eles se reunirem em duas ocasiões anteriores na fronteira entre ambos os países nos dias 27 de abril e 26 de maio. Na reunião de abril, Moon e Kim já haviam combinado realizar no outono do hemisfério norte uma nova cúpula na capital norte-coreana.
Espera-se que a nova reunião sirva para avançar na Declaração de Panmunjom, assinada por eles no primeiro encontro, e na qual ambos se comprometeram a melhorar laços e a trabalhar para estabelecer a paz e a desnuclearização da Península Coreana.
Se confirmada, essa será a primeira viagem de um presidente sul-coreano à capital do Norte em mais de uma década. O primeiro presidente sul-coreano a ir à Pyongyang foi Kim Dae-jung, que se encontrou com o pai do atual líder, Kim Jong-il em 2000 e depois ganhou o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços pela reconciliação intercoreana. Em 2007, foi a vez de Roh Moo-hyun também se encontrar com Kim Jong-il.
Apesar da reaproximação, as sanções internacionais à Coreia do Norte, por causa de seu programa nuclear e de mísseis, impedem a retomada da cooperação econômica entre os dois lados. Os Estados Unidos apelaram à comunidade internacional para que as sanções ao regime fossem mantidas, pois não veem avanços nas promessas de desnuclearização.
A Coreia do Norte, por sua vez, se queixa de os Estados Unidos não cederem nas sanções apesar de gestos de boa-vontade do lado norte-coreano, como a suspensão dos testes de mísseis e a devolução de restos mortais de soldados americanos que morreram na Guerra da Coreia, ente 1950 e 1953.
Diplomatas americanos afirmaram à agência de notícias Reuters que a Coreia do Norte ainda não concordou com um cronograma para a eliminação do seu arsenal nuclear nem em revelar o tamanho dele, que especialistas americanos calculam ser entre 30 e 60 ogivas.
Especialistas avaliam que Moon pode ser um mediador entre Pyongyang e Washington e que o próximo encontro entre as Coreias é também um sinal de que as conversações intercoreanas vão continuar independentemente da relação entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos.
O anúncio do terceiro encontro foi feito ao final de uma reunião entre delegações dos dois países, nesta segunda-feira, na mesma cidade fronteiriça norte-coreana onde aconteceu o histórico primeiro encontro entre Moon e Kim.
A DW viajou à Coreia do Norte para descobrir o que há por trás da propaganda. Saímos às ruas com o acompanhante disponibilizado pelo governo e registramos o que vimos - ou nos deixaram ver - em Pyongyang.
Foto: DW/A. Foncillas
Árvores floridas
Os prédios da capital norte-coreana estão pintados com cores vivas, dando um ar de alegria à cidade. A época da floração da cerejeira contribui para a variedade cromática. O número crescente de automóveis nas ruas faz concorrência às bicicletas.
Foto: DW/A. Foncillas
Brincando no parque
Os clichês do mundo ocidental em relação à Coreia do Norte nos fazem esquecer que, além da devoção fervorosa aos seus líderes, a população não é muito diferente da de outras latitudes. Na semana de comemorações do Dia do Sol, é comum ver crianças praticando esportes em parques.
Foto: DW/A. Foncillas
Líder aclamado
Performances de todos os tipos oferecidas por crianças são um elemento-chave do lazer no país. A aparição do ditador Kim Jong-un no telão gera aplausos na plateia.
Foto: DW/A. Foncillas
Kimjongília e kimilsúngia
O culto à personalidade atinge o cúmulo com a orquídea batizada kimilsungia e a begônia kimjongilia, nomes que homenageiam o pai e avô do atual ditador. Nesta exposição de flores, trabalhadores de diferentes ministérios e universidades trouxeram flores que cultivam em seu local de trabalho.
Foto: DW/A. Foncillas
"Um dos cortes permitidos, por favor!"
O catálogo de cortes nos salões de cabeleireiros em Pyongyang oferece os 20 penteados recomendados no país. Já a barba é feita de forma convencional, com espuma e lâmina.
Foto: DW/A. Foncillas
Diversão para os ricos
Na capital há um imenso complexo de lazer para a classe rica. Lá há três piscinas e muitos restaurantes, que oferecem cerveja, comidas típicas do país e o típico kimchi, prato similar ao chucrute.
Foto: DW/A. Foncillas
Consumo caro
Modestas reformas econômicas têm permitido a abertura de supermercados, onde se pode encontrar uísque escocês, eletrodomésticos japoneses e roupas americanas de marca. Não é incomum os clientes pagarem com dólares ou cartões de crédito.
Foto: DW/A. Foncillas
Os jovens
Muitos jovens norte-coreanos frequentam cafés de luxo como qualquer outro jovem de uma capital europeia. Isso só se podem permitir os filhos da elite vinculada ao comércio exterior e com acesso a divisas internacionais. A jovem da foto estudou Finanças na Índia e defende que, em Pyongyang, não faltam opções de lazer.
Foto: DW/A. Foncillas
Esporte popular
O vôlei é um dos esportes mais populares do país. Este ginásio oferece instalações de alto nível.
Foto: DW/A. Foncillas
Internet a preço de sorvete
No Centro de Divulgação Científica aberto recentemente em Pyongyang, as pessoas podem jogar videogame e se conectar à internet "pela metade do preço de um sorvete", disse o guia. A internet é limitada a sites norte-coreanos, sem acesso a páginas de fora do país.
Foto: DW/A. Foncillas
Guarda de trânsito
Os uniformes são onipresentes no país. O controle de tráfego é feito principalmente por mulheres jovens vestidas com minissaias e botas.
Foto: DW/A. Foncillas
À espera do desfile
O Exército norte-coreano tem 1,2 milhão de soldados para uma população de 25 milhões de pessoas. A maior parte dos escassos recursos do país é destinada aos militares. Na foto, o desfile militar do Dia do Sol, em homenagem ao fundador do país, Kim Il-sung.
Foto: DW/A. Foncillas
Sempre sorrindo
Meninas aprendendo música em uma academia. Na Coreia do Norte, é comum este tipo de escola, que, segundo o regime, valoriza especialmente talentos em disciplinas artísticas e esportivas.
Foto: DW/A. Foncillas
Luxo subterrâneo
O metrô de Pyongyang é o mais profundo do mundo e serve como refúgio em caso de ataque. O luxo desta estação contrasta com os trens antiquados. Os usuários podem aproveitar o tempo de espera informando-se sobre o mais recente míssil lançado.
Foto: DW/A. Foncillas
Arquitetura e militares
A arquitetura da capital é tanto tradicional quanto moderna. Os novos edifícios são octogonais, ovais ou tem qualquer outra forma ousada. Eles se assemelham a um livro invertido se ali vivem acadêmicos, ou parecem uma tomada, se se destinam a cientistas.
Foto: DW/A. Foncillas
Meninos e futebol
Meninos jogam futebol em uma escola de órfãos na capital. Os responsáveis por eles garantem que as crianças ingerem 3.500 calorias por dia, mais do que necessita um esportista de elite em qualquer país do mundo.
Foto: DW/A. Foncillas
Propaganda por todo lugar
Cartazes de propaganda são comuns nas ruas de Pyongyang. Eles ressaltam a força do Exército, a necessidade de uma pátria unida contra o inimigo externo, dos trabalhadores como a base de um sistema ideológico que só existe aqui: a ideologia Juche.
Foto: DW/A. Foncillas
Passos firmes
Desfiles militares são atividades recorrentes no calendário da Coreia do Norte. O objetivo do governo é mostrar Forças Armadas bem equipadas, que agem com marcialidade.