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Líderes internacionais buscam estratégias contra Boko Haram

14 de maio de 2016

Em encontro na Nigéria, presidente francês, François Hollande, altos funcionários dos EUA e do Reino Unido e representantes de diversos países africanos buscam formas de combater o grupo radical islâmico.

Presidente francês, François Hollande, e anfitrião nigeriano, Muhammadu Buhari, em cúpula em Abuja
Presidente francês, François Hollande, e anfitrião nigeriano, Muhammadu Buhari, em cúpula em AbujaFoto: Reuters/A. Sotunde

Um encontro na capital da Nigéria, Abuja, reúne neste sábado (14/05) líderes do Benin, Camarões, Chade, Níger e Nigéria e o presidente francês, François Hollande, para discutir formas de combater o grupo extremista islâmico Boko Haram. Também participam da reunião o vice-secretário de Estado americano, Antony Blinken, e do ministro do Exterior britânico, Philip Hammond.

Delegações de blocos de países da África Ocidental e Central e a União Europeia também foram convidadas para o evento. A presença do presidente Hollande na cúpula reflete o tradicional interesse de Paris em suas antigas colônias vizinhas da Nigéria, com que a França fechou, recentemente, um acordo de cooperação militar mais estreita.

Neste sábado, Hollande declarou em Abuja que o Boko Haram "ainda é uma ameaça", apesar das significativas vitórias contra o grupo terrorista.

Por volta de 20 mil pessoas morreram e 2,1 milhão tiveram de deixar suas casas devido à insurgência do grupo radical, iniciada há quase sete anos com o objetivo de criar um Estado islâmico na região.

A cúpula na Nigéria é a segunda reunião de alto nível para discutir estratégias contra o grupo, após um primeiro encontro em Paris, há dois anos.

Combater crise humanitária

Entre os temas a serem discutidos no encontro organizado pelo presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, está a implantação formal de uma força regional de 8.500 homens, incluindo soldados da Nigéria, Benin, Camarões, Chade e Níger.

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A princípio, planejava-se que tropa apoiada pela União Africana iniciasse o combate ao Boko Haram em julho do ano passado.

O foco da reunião também está no alívio às consequências humanitárias do conflito, sendo o estado de Borno, no nordeste da Nigéria, o mais afetado da região. Ali, o governo falou de uma "crise alimentar" entre os deslocados. As autoridades locais calculam que são necessários 5,9 bilhões de dólares para reconstruir a infraestrutura abalada pela violência.

Buhari havia prometido derrotar o Boko Haram antes do fim de seu primeiro ano de mandato, mas faltando apenas um mês para terminar esse prazo, sua promessa parece ter sido demasiadamente otimista. No entanto, militares nigerianos afirmam que o grupo já conseguiu ser isolado em grande parte, com dezenas de combatentes se rendendo devido à escassez de comida e munição.

Nesta sexta-feira, Blinken afirmou que Washington ainda não considera que o Boko Haram tenha sido derrotado, mas avalia que o grupo foi "degradado".

Até agora, operações militares contra o Boko Haram têm sido dificultadas pela falta de coordenação entre os Exércitos que operam nas áreas fronteiriças ao redor do Lago Chade, região de atuação dos extremistas. O extenso lago forma a fronteira entre a Nigéria, Camarões, Chade e Níger.

CA/afp/ap/rtr

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