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Líderes iranianos homenageiam Rafsanjani

9 de janeiro de 2017

Autoridades do país destacam papel de clérigo xiita na Revolução Islâmica de 1979 e sua atuação como político. Presidente Hassan Rohani decreta luto oficial de três dias.

Ali Akbar Hashemi Rafjansani morreu aos 82 anos em decorrência de um infartoFoto: Getty Images/AFP//A. Kenare

Líderes iranianos lamentaram nesta segunda-feira (09/01) a morte do ex-presidente do Irã Ali Akbar Hashemi Rafsanjani. O clérigo muçulmano xiita, que foi um dos principais líderes da Revolução Iraniana de 1979, morreu aos 82 anos neste domingo em Teerã em decorrência de um infarto.

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, chamou Rafsanjani de companheiro de luta e amigo. "É difícil e dolorosa a falta do companheiro com quem a história de parceria foi de 59 anos", afirmou. Khamenei destacou a "grande inteligência e proximidade" com Rafsanjani durante a Revolução Islâmica de 1979. "Ele serviu como um apoio para todos os seus companheiros e principalmente para mim", acrescentou.

O presidente iraniano, Hassan Rohani, também expressou dor pela morte de Rafsanjani e decretou luto oficial de três dias e feriado nesta terça-feira, dia do funeral. Rohani afirmou que "a alma do grande homem da revolução e da política, símbolo de paciência e resistência, ascendeu ao céu".

O ministro do Exterior, Mohamad Javad Zarif, definiu Rafsanjani como "um grande cientista, um distinto ulemá, um guerreiro incansável e amigo de toda vida do imã Khomeini e do líder supremo [Khamenei]".

Líder reformista

Rafjansani foi presidente do parlamento de 1980 a 1989 e presidente do Irã entre 1989 e 1997. Ao morrer, ele ocupava o cargo de presidente do Conselho de Discernimento, a alta instância política do país responsável por mediar e resolver conflitos entre o parlamento e o Conselho dos Guardiões.

A presidência de Rafjansani foi marcada por denúncias de violação de direitos humanos. Em 1994, ele apareceu numa lista feita por promotores argentinos de suspeitos de ligação com um ataque a um centro judeu em Buenos Aires, que matou 85 pessoas. Segundo a revista Forbes, ele era um dos homens mais ricos do país.

Rafjansani também teve um papel relevante para a assinatura do recente acordo nuclear iraniano. O jornal The New York Times classificou a morte dele de um golpe para o movimento reformista iraniano. Rafjansani teve um papel importante para manter políticos linha-dura afastados do comando do país.

KG/efe/rtr/ap

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