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Líderes mundiais condenam ataque a hospital infantil em Kiev

8 de julho de 2024

Série de bombardeios russos deixa mais de 30 mortos. Moscou atribui óbitos à defesa antiaérea ucraniana. Conselho de Segurança da ONU se reúne após mísseis destruírem clínica pediátrica.

Pessoas em torno de um prédio danificado
Hospital pediátrico Okhmatdyt de Kiev foi um dos prédios atingidos em onda de bombardeios russosFoto: Anna Pshemyska/DW

Uma série de bombardeios russos na Ucrânia deixou nesta segunda-feira (08/07) ao menos 36 mortos em vários pontos do país e atingiu dois hospitais, um deles especializado no atendimento de crianças, provocando condenação internacional, na véspera de uma cúpula da Otan.

Nesta terça-feira, o Conselho de Segurança da ONU se reúne para discutir os ataques, que atingiram o hospital pediátrico Okhmatdyt de Kiev. A reunião foi solicitada pela França e pelo Equador, convocação que foi imediatamente apoiada pelo Reino Unido e pelos EUA.

A embaixadora do Reino Unido na ONU, Barbara Woodward, que esteve no hospital no início deste ano, chamou o bombardeio de "covarde e depravado" e prometeu, citando seu secretário de Relações Exteriores, David Lammy, que os responsáveis por essa guerra deverão responder por suas ações, escreveu na rede social X.

A missão diplomática dos EUA disse que este foi "outro ataque selvagem com mísseis contra civis na Ucrânia" e que o presidente russo, Vladimir Putin, "deve pôr fim a essa guerra de agressão inconcebível".

Rússia culpa defesa antiaérea ucraniana

Antecipando o que pode ser ouvido no Conselho de Segurança na terça-feira, a missão russa na ONU publicou a versão dos eventos do Ministério da Defesa russo, que atribui as baixas civis nos ataques desta segunda-feira às defesas antiaéreas ucranianas, de acordo com "inúmeras fotografias e gravações de Kiev".

A pasta acrescentou que "os supostos ataques intencionais a prédios civis das Forças Armadas russas são falsos".

O ataque maciço de mísseis russos na segunda-feira afetou, além da capital ucraniana, as cidades de Dnipro e Krivi Rig, de onde é natural o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

O ataque ocorre pouco antes da cúpula da Otan deste ano, a partir desta terça-feira em Washington, que novamente se concentrará em como os países membros podem continuar a ajudar militarmente a Ucrânia.

Condenação internacional

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os ataques russos, que qualificou de "particularmente chocantes".

"Realizar ataques contra civis é proibido pelo direito internacional, e esse tipo de ataque é inaceitável e deve cessar imediatamente", disse o chefe da ONU, em comunicado.

Em Bruxelas, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, criticou que a Rússia continue a atacar alvos civis ucranianos. "A Rússia continua a colocar implacavelmente como alvo os civis ucranianos. Os ataques aéreos de hoje mataram ou feriram dezenas, e destruíram o maior hospital infantil de Kiev, Okhmatdyt", escreveu Borrell na rede social X. Ele ressaltou que "todos os responsáveis pelos crimes de guerra russos terão que prestar contas".

Um dos primeiros a condenar os ataques foi o novo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmando que "atacar crianças inocentes" é "a mais doentia das ações".

"Nós apoiamos a Ucrânia contra a agressão russa; o nosso apoio não diminuirá", ressaltou Starmer.

Os ministérios das Relações Exteriores da França e da Alemanha também expressaram sua condenação pelos ataques. 

"Os atos bárbaros, dirigidos deliberadamente contra um hospital infantil, deveriam ser adicionados à lista de crimes de guerra pelos quais a Rússia terá que responder", afirmou a diplomacia francesa.

md/le (AFP, Lusa)