Líderes mundiais condenam teste militar da Coreia do Norte
14 de maio de 2017
Pela segunda vez em duas semanas, norte-coreanos desafiam sanções internacionais, lançando míssil até o Mar do Japão. Washington, UE, Seul e Pequim endurecem o tom contra Pyongyang. Mas Moscou nega se sentir ameaçado.
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Líderes mundiais expressaram apreensão quanto aos mais recentes lançamentos de mísseis aparentemente balísticos pela Coreia do Norte, apesar das sanções impostas pelos Estados Unidos e as Nações Unidas, em reação aos esforços de armamento nuclear do país asiático.
Segundo a União Europeia, trata-se de "uma ameaça à paz e segurança internacional" e de uma escalada da tensão na região. "Este disparo e o anterior constituem uma ameaça à paz e segurança internacionais e agravam ainda mais as tensões na região, num momento em que é desnecessária uma escalada", disse um porta-voz citado pela AFP. O último teste armamentista ocorrera cerca em 29 de abril.
Trump esbraveja
O presidente americano, Donald Trump, declarou que "essa provocação mais recente deve servir de chamado a todas as nações para implementarem sanções muito mais fortes" contra o país que "tem sido uma ameaça gritante por tempo demasiado". Por isso, os EUA se mantêm "férreos" ao lado de seus aliados Japão e Coreia do Sul.
O regime norte-coreano lançou o míssil de médio alcance às 5h27 deste domingo (14/05), no horário local (17h27 do sábado, em Brasília), a partir da localidade de Kusong, ao norte da capital Pyongyang, segundo informou o Estado Maior Conjunto (JCS) da Coreia do Sul, em comunicado recolhido pela agência local Yonhap.
As autoridades sul-coreanas acrescentaram que, no novo teste completado com sucesso, o míssil percorreu cerca de 700 quilômetros antes de cair em águas do Mar do Japão. Embora já falem de um projétil balístico, elas continuam analisando os detalhes do lançamento, para determinar seu tipo.
Moscou, Pequim, Seul
A Casa Branca enfatizou a proximidade do ponto de impacto em relação à Rússia, ao comentar que o míssil caiu "tão perto do solo russo [...] que o presidente não pode imaginar que a Rússia esteja contente".
O Ministério do Interior em Moscou, contudo, negou que o país esteja preocupado com o teste como ameaça potencial à segurança. "Este lançamento não representou qualquer perigo à Federação Russa. Os sistemas russos de alerta antimíssil seguiram o alvo balístico durante seu voo de 23 minutos, até que pousasse na parte central do Mar do Japão, a cerca de 500 quilômetros do território russo", constou de um comunicado divulgado por agências de notícias russas.
Ainda assim, de acordo com o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, tanto o presidente russo, Vladimir Putin, como o chinês, Xi Jinping, expressaram "apreensão pela escalada de tensão, na esteira de um novo lançamento de míssil pela Coreia do Norte".
Ambos os chefes de Estado participam de uma cúpula sobre o projeto "Novas Rotas da Seda", que também conta com a presença de delegações das duas Coreias. O novo presidente sul-coreano, Moon Jae-In, igualmente criticou o teste como uma "provocação leviana".
Desde sua posse, na quarta-feira, Moon vinha adotando um tom conciliatório em relação a Pyongyang. Agora, porém, o líder advertiu que o diálogo que ele privilegia ter só será possível "se o Norte mudar sua atitude".
AV/afp,efe,lusa,dpa
O que o regime mostra na Coreia do Norte
A DW viajou à Coreia do Norte para descobrir o que há por trás da propaganda. Saímos às ruas com o acompanhante disponibilizado pelo governo e registramos o que vimos - ou nos deixaram ver - em Pyongyang.
Foto: DW/A. Foncillas
Árvores floridas
Os prédios da capital norte-coreana estão pintados com cores vivas, dando um ar de alegria à cidade. A época da floração da cerejeira contribui para a variedade cromática. O número crescente de automóveis nas ruas faz concorrência às bicicletas.
Foto: DW/A. Foncillas
Brincando no parque
Os clichês do mundo ocidental em relação à Coreia do Norte nos fazem esquecer que, além da devoção fervorosa aos seus líderes, a população não é muito diferente da de outras latitudes. Na semana de comemorações do Dia do Sol, é comum ver crianças praticando esportes em parques.
Foto: DW/A. Foncillas
Líder aclamado
Performances de todos os tipos oferecidas por crianças são um elemento-chave do lazer no país. A aparição do ditador Kim Jong-un no telão gera aplausos na plateia.
Foto: DW/A. Foncillas
Kimjongília e kimilsúngia
O culto à personalidade atinge o cúmulo com a orquídea batizada kimilsungia e a begônia kimjongilia, nomes que homenageiam o pai e avô do atual ditador. Nesta exposição de flores, trabalhadores de diferentes ministérios e universidades trouxeram flores que cultivam em seu local de trabalho.
Foto: DW/A. Foncillas
"Um dos cortes permitidos, por favor!"
O catálogo de cortes nos salões de cabeleireiros em Pyongyang oferece os 20 penteados recomendados no país. Já a barba é feita de forma convencional, com espuma e lâmina.
Foto: DW/A. Foncillas
Diversão para os ricos
Na capital há um imenso complexo de lazer para a classe rica. Lá há três piscinas e muitos restaurantes, que oferecem cerveja, comidas típicas do país e o típico kimchi, prato similar ao chucrute.
Foto: DW/A. Foncillas
Consumo caro
Modestas reformas econômicas têm permitido a abertura de supermercados, onde se pode encontrar uísque escocês, eletrodomésticos japoneses e roupas americanas de marca. Não é incomum os clientes pagarem com dólares ou cartões de crédito.
Foto: DW/A. Foncillas
Os jovens
Muitos jovens norte-coreanos frequentam cafés de luxo como qualquer outro jovem de uma capital europeia. Isso só se podem permitir os filhos da elite vinculada ao comércio exterior e com acesso a divisas internacionais. A jovem da foto estudou Finanças na Índia e defende que, em Pyongyang, não faltam opções de lazer.
Foto: DW/A. Foncillas
Esporte popular
O vôlei é um dos esportes mais populares do país. Este ginásio oferece instalações de alto nível.
Foto: DW/A. Foncillas
Internet a preço de sorvete
No Centro de Divulgação Científica aberto recentemente em Pyongyang, as pessoas podem jogar videogame e se conectar à internet "pela metade do preço de um sorvete", disse o guia. A internet é limitada a sites norte-coreanos, sem acesso a páginas de fora do país.
Foto: DW/A. Foncillas
Guarda de trânsito
Os uniformes são onipresentes no país. O controle de tráfego é feito principalmente por mulheres jovens vestidas com minissaias e botas.
Foto: DW/A. Foncillas
À espera do desfile
O Exército norte-coreano tem 1,2 milhão de soldados para uma população de 25 milhões de pessoas. A maior parte dos escassos recursos do país é destinada aos militares. Na foto, o desfile militar do Dia do Sol, em homenagem ao fundador do país, Kim Il-sung.
Foto: DW/A. Foncillas
Sempre sorrindo
Meninas aprendendo música em uma academia. Na Coreia do Norte, é comum este tipo de escola, que, segundo o regime, valoriza especialmente talentos em disciplinas artísticas e esportivas.
Foto: DW/A. Foncillas
Luxo subterrâneo
O metrô de Pyongyang é o mais profundo do mundo e serve como refúgio em caso de ataque. O luxo desta estação contrasta com os trens antiquados. Os usuários podem aproveitar o tempo de espera informando-se sobre o mais recente míssil lançado.
Foto: DW/A. Foncillas
Arquitetura e militares
A arquitetura da capital é tanto tradicional quanto moderna. Os novos edifícios são octogonais, ovais ou tem qualquer outra forma ousada. Eles se assemelham a um livro invertido se ali vivem acadêmicos, ou parecem uma tomada, se se destinam a cientistas.
Foto: DW/A. Foncillas
Meninos e futebol
Meninos jogam futebol em uma escola de órfãos na capital. Os responsáveis por eles garantem que as crianças ingerem 3.500 calorias por dia, mais do que necessita um esportista de elite em qualquer país do mundo.
Foto: DW/A. Foncillas
Propaganda por todo lugar
Cartazes de propaganda são comuns nas ruas de Pyongyang. Eles ressaltam a força do Exército, a necessidade de uma pátria unida contra o inimigo externo, dos trabalhadores como a base de um sistema ideológico que só existe aqui: a ideologia Juche.
Foto: DW/A. Foncillas
Passos firmes
Desfiles militares são atividades recorrentes no calendário da Coreia do Norte. O objetivo do governo é mostrar Forças Armadas bem equipadas, que agem com marcialidade.