Estar à frente de um país é um privilégio, mas essa honra tem seu preço: segundo estudo divulgado nesta terça-feira (15/12) pelo British Medical Journal, líderes devem esperar que o estresse derivado do trabalho reduza sua expectativa de vida em pelo menos três anos.
Segundo o principal autor do estudo, Anupam Jena, da Escola de Medicina de Harvard, os líderes "provavelmente sentem que as prioridades nacionais são mais urgentes do que se alimentar e se exercitar". Ele conta que o ex-presidente americano Bill Clinton, por exemplo, tinha uma fraqueza por fast-food, um sintoma de "estresse alimentar".
Clinton apresentou alguns problemas de saúde após deixar a presidência. Teve que passar por uma cirurgia de revascularização em 2004, seguida de outra em 2005 em razão de um pulmão em colapso parcial. Desde então, ele aderiu a uma dieta vegetariana.
"Talvez se houvesse a paz mundial, seu estilo de vida teria sido diferente", brinca Jena.
O estudo analisou a vida de 279 líderes e as comparou a 261 de seus concorrentes derrotados nas eleições. Os médicos observaram dados de 17 países, incluindo Estados Unidos, Alemanha, França, Canadá e Reino Unido.
A pesquisa vai de encontro a estudos anteriores, que afirmavam que os líderes com frequência vivem mais do que seus eleitores, em razão dos rendimentos mais altos e do acesso a melhores cuidados médicos.
Jena admite que um líder como o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, que pratica atividades esportivas, poderá estar em melhor condição do que seus colegas. "Alguém como ele, que está em forma, pode estar numa melhor posição inicial do que os outros", afirmou. "Esses anos poderão lhe fazer bem."
O próprio presidente americano, Barack Obama, recentemente brincou com Trudeau, dizendo que o canadense deveria começar logo a pintar os cabelos, já que o trabalho de chefe de governo o tornaria grisalho de qualquer forma.
RC/ap/afp
Vegetariano, flexitariano, vegano, freegano: por motivos econômicos, políticos, ambientais ou de saúde, a diversidade alimentar aumentou nos últimos anos. Conheça as diferentes categorias de dieta.
Foto: ferretcloud/FotoliaAqui estão incluídos aqueles que comem de tudo, seja de origem vegetal ou animal. Os números indicam que essa parcela da população está diminuindo, já que o consumo de carne vem caindo nos últimos anos. E depois do recente alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que a ingestão de carne processada pode causar câncer, muitos afirmam que vão passar a comer menos do produto.
Foto: HLPhoto/Fotolia.comÉ aquele que come apenas alimentos de origem vegetal, embora possa consumir produtos originários de animais vivos, como laticínios e ovos. O vegetariano não come nenhum tipo de carne, peixe ou frutos do mar. Mundialmente, seu número pode chegar a um bilhão de pessoas, dos quais mais de 200 milhões são indianos. No Brasil, cerca de 8% da população se define como vegetariana, segundo o Ibope.
Foto: ColourboxHá diferentes categorias de vegetarianos. O ovolactovegetariano, além de frutas, verduras, legumes e cereais, admite em sua dieta também leite e ovos. Esse é o tipo de vegetarianismo mais comum.
Foto: Fotolia/BKAlém de não consumir nenhum tipo de carne, a alimentação dos lactovegetarianos também exclui os ovos. Sua dieta consiste de leite e seus subprodutos, como iogurte ou sorvetes, além é claro, de vegetais.
Os ovovegetarianos, por sua vez, não tomam leite nem consomem nenhum tipo de laticínio, mas incluem os ovos em sua dieta. Preocupações ambientais ou motivos de saúde, como a intolerância à lactose, podem ser razões para esse tipo de regime vegetariano.
Foto: ColourboxDiferente do vegetariano comum, que não come nada que implique tirar a vida de um animal, mas consome produtos originários de animais vivos (como leite, ovos e mel), o vegetariano estrito não consome nenhum tipo de carne, laticínios ou ovos. Essa categoria se confunde, às vezes, com o veganismo, que se trata antes de uma postura ética.
Foto: Colourbox/PetraD.O veganismo não é somente de uma forma de alimentação, mas também uma atitude ética. Além de não se alimentar de absolutamente nenhum produto de origem animal, os veganos também não usam sapatos de couro ou roupa de seda ou lã, por exemplo. Não há dados específicos sobre o veganismo no Brasil. Na Alemanha, onde a filosofia tem forte adesão, estima-se que existam cerca de 900 mil veganos.
Foto: picture-alliance/dpaOs pescovegetarianos são considerados semivegetarianos. Eles não comem carne vermelha nem frango, mas se permitem consumir peixes e frutos do mar. Eles também se alimentam de leite, ovos e mel. Outra variação do regime semivegetariano inclui ainda aqueles que dispensam apenas a carne vermelha, mas comem frango.
Foto: picture-alliance/chromorangeBasicamente, a alimentação daqueles que preferem alimentos crus está aberta a qualquer tipo de dieta, apesar de a maioria dos crudívoros serem veganos. Nessa dieta, os alimentos não devem ser aquecidos a mais de 40°C e devem estar crus, preservando assim proteínas e enzimas. Também produtos derivados do aquecimento de alimentos, como geleias, por exemplo, ficam fora da alimentação dos crudívoros.
Foto: PhotoSG - FotoliaOs adeptos dessa dieta vão além dos veganos e comem apenas vegetais cuja aquisição não danifica as plantas. Isso inclui principalmente frutas caídas, nozes e sementes, mas também frutos colhidos sem lesar o vegetal, como tomates e abóboras ou feijão e ervilhas. Os médicos advertem, porém, que qualquer tipo de restrição alimentar pode levar à deficiência nutricional, se feita de maneira inadequada.
Foto: ColourboxNa maior parte do tempo, o flexitariano se confunde com o vegetariano. Mas, em vez da proteção dos animais, o que importa para ele é se alimentar de forma saudável. Desde que seja de origem orgânica, um pedaço de carne, peixe ou frango pode fazer parte, de vez em quando, da sua dieta. Mais de 40 milhões de alemães são adeptos dessa alimentação naturalista.
Foto: picture-alliance / Paul MayallO freeganismo é uma postura política de vida. Seus adeptos se recusam a comprar qualquer tipo de alimento, comendo aquilo que conseguem de graça ou que encontram no lixo de supermercados e restaurantes. Muitos deles são vegetarianos, mas não têm objeções a comer produtos animais jogados fora. Os freeganos querem chamar a atenção para o desperdício, para o supérfluo e para a fome no mundo.
Foto: DW/J. Delcker