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Sorábio

10 de junho de 2010

A falta de professores para um programa de fomento ao sóbio, falado por cerca de 60 mil pessoas nos estados da Saxônia e de Brandemburgo, coloca em risco essa língua eslava.

Mulheres da etnia sorábia vestem roupas típicasFoto: picture-alliance/ dpa

Os sórbios ou sorábios são o menor grupo étnico eslavo do mundo. Há apenas cerca de 60 mil deles vivendo nos estados alemães da Saxônia e de Brandemburgo, e a língua falada por eles está morrendo. Os mais velhos são a última geração a falar sórbio em casa.

Com cada vez menos crianças crescendo em ambientes onde se fala a língua, a comunidade sorábia criou, em 1998, um programa de incentivo para crianças em idade pré-escolar de Cottbus, cidade de Brandemburgo perto da fronteira com a Polônia.

O programa, chamado de Witaj (pronuncia-se vi-tai), é baseado em projetos semelhantes que tiveram sucesso no Canadá (com os falantes do francês) e no norte da Alemanha (com a minoria de falantes do dinamarquês).

Mais de uma década depois, o programa Witaj está ameçado. Ele enfrenta cortes nos recursos disponibilizados pelo governo alemão e, ainda pior do que isso, há falta de professores formados de pré-escolar que sejam fluentes em sórbio.

Faltam professores de sorábio

Procissão de sorábios católicosFoto: AP

A carência de professores de jardim-de-infância é um problema em toda a Alemanha, afirma Angela Surmanowa, que integra a comissão de assuntos sorábios de Brandemburgo. Ela disse que os poucos professores de pré-escola qualificados do país tendem a se estabelecer nos estados do Oeste, onde a economia é mais forte.

"O que precisamos em Cottbus é de uma instituição especializada, dedicada ao treinamento e à formação de professores para nossa área", afirma.

Beate Brezan, diretora do Centro de Línguas Witaj em Bautzen, cidade do leste da Saxônia, disse à Deutsche Welle que o processo de seleção das escolas que formam professores de pré-escolar é muito rigoroso e que não se dá preferência especial a quem domina o idioma sórbio.

Segundo ela, a situação na Saxônia é um pouco diferente: a maioria dos futuros professores do programa Witaj já fala sorábio, enquanto em Brandemburgo eles também precisam participar de um programa de aprofundamento na língua antes de estarem aptos a lecionar.

Faltam candidatos

Segundo Christian Elle, chefe do Centro de Línguas Witaj em Brandemburgo, o programa necessita de quatro ou cinco novos professores no estado para o período de 2010 a 2011. Até o momento, não há candidatos.

Crianças se beijam durante festa típica chamada de 'casamento dos pássaros'Foto: AP

"Não se vislumbra solução a curto prazo", disse Elle. A longo prazo, o plano é desenvolver um programa de formação de professores em Cottbus. Enquanto isso, o programa de aprofundamento sofrerá cortes devido à carência de recursos.

Na Saxônia oito em cada dez vagas para professor de pré-escolar não estão preenchidas, afirma Jadwiga Kaulfuerstowa, uma das diretoras do Departamento de Promoção de Línguas e Pesquisa Acadêmica de Bautzen. Na Saxônia, há 111 professores do programa Witaj trabalhando em 25 jardins-de-infância.

Germanização

Os sorábios chegaram à região entre o Mar Báltico, os rios Elba e Oder e as montanhas entre a Alemanha e a República Tcheca há cerca de 1.400 anos, durante uma grande onda migratória no continente europeu.

A partir do século 10, o contato cada vez maior com povos germânicos levou a um processo de germanização dos sorábios, muitas vezes por meio da opressão e da violência. No século 20, o processo continuou durante o período nazista e com a industrialização que teve início após o final da Segunda Guerra.

Autor: Gary Levinson (as)

Revisão: Carlos Albuquerque

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