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Esporte

Löw diz que insistir em esquema tático "beirou a arrogância"

29 de agosto de 2018

Treinador afirma que eliminação na fase de grupos da Copa da Rússia foi merecida e decepcionante. Apesar da autocrítica, nova convocação tem apenas seis novidades, e maior ausência é Khedira.

Em coletiva marcada por autocrítica, treinador Joachim Löw garantiu ter motivação para recolocar a Alemanha no topoFoto: picture-alliance/dpa/S. Hoppe

Exatos 63 dias depois da vexatória eliminação na fase de grupos da Copa do Mundo de 2018, o treinador Joachim Löw concedeu sua primeira entrevista coletiva para a imprensa, nesta quarta-feira (29/08), na qual fez uma análise do fracasso da Nationalelf. Ele admitiu erros estratégicos e táticos, mas fez apenas seis mudanças na lista de 21 jogadores convocados.

Ao todo, seis nomes convocados para a estreia na recém-formada Liga das Nações, em 6 de setembro, contra a atual campeã mundial, a França, e para o amistoso contra o Peru, três dias depois, não estiveram no elenco da Copa do Mundo de 2018. Três atletas – o zagueiro Thilo Kehrer, o lateral Nico Schulz e o volante Kai Havertz – receberam suas primeiras nomeações. O volante Sami Khedira é a grande ausência da lista.     

"A Copa do Mundo foi um fracasso absoluto, não há porque encobrir isso. Todos ficaram abaixo de suas possibilidades, e merecidamente pagamos por isso", disse Löw. 

"Os primeiros dias depois da eliminação foram caracterizados por grande decepção e raiva. Mas no quarto dia me encontrei com [o diretor esportivo Oliver] Bierhoff e conversamos e certamente nos questionamos", continuou o treinador. "Mas sentimos que, mesmo depois de 14 anos e a decepcionante participação na Rússia, ainda temos a motivação e a força para recolocar a seleção alemã em seu curso."

Löw disse que Sami Khedira não está fora dos planos da seleção, mas que o volante precisa reconquistar seu espaçoFoto: picture-alliance/dpa/C. Charisius

O treinador fez uma análise do futebol praticado pela seleção alemã nos últimos três Mundiais e mencionou uma mudança no estilo de jogo, forçada por a Alemanha ter ficado mais visada depois do título de 2014.

O jogo de fortes contra-ataques do Mundial de 2010 se transformou num futebol de posse de bola em 2018, numa Copa marcada pelo jogo defensivo, de contra-ataques e bolas paradas. E Löw não economizou na autocrítica: ele afirmou ter tentado moldar a Nationalelf com um futebol de posse de bola e admitiu não ter notado a tendência tática dominante no Mundial.

"Esse foi o meu maior erro de julgamento, ter acreditado que, com esse estilo dominante, nós passaríamos pelo menos da fase preliminar. Isso beirou a arrogância", admitiu. "Queria levar esse estilo de jogo ao extremo, queria aperfeiçoar o futebol de posse de bola. Exageramos no risco, e eu deveria ter montado a equipe de uma forma mais variável."

"Tivemos mais chances de gols do que nas Copas do Mundo de 2010 e 2014, mas nunca marcamos tão poucos gols", disse Löw. No Mundial de 2018, segundo o treinador, a equipe percorreu uma grande quantidade de quilômetros nas partidas, mas faltou intensidade. Ele disse que a seleção jogou com menor incisão, menos verticalizações e foi muito mais lenta. Faltou aceleração com a bola e na troca de passes.

O treinador Joachim Löw se mostrou aborrecido com as acusações de racismo dentro da DFB por parte do meia Mesut ÖzilFoto: picture-alliance/dpa/C. Charisius

A temática em torno do meia Mesut Özil e de sua aposentadoria da seleção alemã não deixou de ser referida – com autocrítica e desaprovação. "Acho que subestimamos a situação com as fotos [tiradas com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan], eu também. Este tema custou energia. Para mim estava claro que eu nomeei Gündogan e Özil por razões esportivas."

Löw aproveitou para criticar a atitude de Özil e suas acusações de racismo dentro da Federação Alemã de Futebol (DFB). "O assessor me informou da aposentadoria de Özil. O próprio jogador não me ligou. Em tais casos, no passado, sempre tivemos boas conversas com os atletas", disse. "Durante todo esse tempo em que estou na DFB, nunca houve uma abordagem de comentários racistas em nossa equipe. Özil e Gündogan sempre se identificaram com os valores da seleção."

A Nationalelf inicia sua reconstrução contra a atual campeã mundial. O duelo válido pela Liga das Nações será realizado em Munique, em 6 de setembro. A Holanda completa o grupo do recém-formado torneio, que pune o último colocado de cada grupo com o rebaixamento. Confira a lista dos jogos para 2018:

06/09 – Alemanha x França (Liga das Nações/Munique)
09/09 – Alemanha x Peru (amistoso/Sinsheim)
13/10 – Holanda x Alemanha (Liga das Nações/Amsterdã)
16/10 – França x Alemanha (Liga das Nações/Paris)
15/11 – Alemanha x Rússia (amistoso/Leipzig)
19/11 – Alemanha x Holanda (Liga das Nações/Gelsenkirchen)

Os convocados:

Goleiros:
Manuel Neuer (Bayern de Munique)
Marc-André ter Stegen (Barcelona/ESP)

Laterais:
Joshua Kimmich (Bayern de Munique)
Jonas Hector (Colônia)
Nico Schulz (Hoffenheim)

Zagueiros:
Jérôme Boateng (Bayern de Munique)
Mats Hummels (Bayern de Munique)
Matthias Ginter (Borussia Mönchengladbach)
Niklas Süle (Bayern de Munique)
Jonathan Tah (Bayer Leverkusen)
Thilo Kehrer (Paris Saint-Germain/FRA)
Antonio Rüdiger (Chelsea/ENG)

Meias:
Toni Kroos (Real Madrid/ESP)
Ilkay Gündogan (Manchenster City/ING)
Julian Brandt (Bayer Leverkusen)
Julian Draxler (Paris Saint-Germain/FRA)
Thomas Müller (Bayern de Munique)
Leon Goretzka (Bayern de Munique)
Kai Havertz (Bayer Leverkusen)

Atacantes:
Timo Werner (RB Leipzig)
Marco Reus (Borussia Dortmund)
Nils Petersen (Freiburg)
Leroy Sané (Manchenster City/ING)

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