Treinador afirma que eliminação na fase de grupos da Copa da Rússia foi merecida e decepcionante. Apesar da autocrítica, nova convocação tem apenas seis novidades, e maior ausência é Khedira.
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Exatos 63 dias depois da vexatória eliminação na fase de grupos da Copa do Mundo de 2018, o treinador Joachim Löw concedeu sua primeira entrevista coletiva para a imprensa, nesta quarta-feira (29/08), na qual fez uma análise do fracasso da Nationalelf. Ele admitiu erros estratégicos e táticos, mas fez apenas seis mudanças na lista de 21 jogadores convocados.
Ao todo, seis nomes convocados para a estreia na recém-formada Liga das Nações, em 6 de setembro, contra a atual campeã mundial, a França, e para o amistoso contra o Peru, três dias depois, não estiveram no elenco da Copa do Mundo de 2018. Três atletas – o zagueiro Thilo Kehrer, o lateral Nico Schulz e o volante Kai Havertz – receberam suas primeiras nomeações. O volante Sami Khedira é a grande ausência da lista.
"A Copa do Mundo foi um fracasso absoluto, não há porque encobrir isso. Todos ficaram abaixo de suas possibilidades, e merecidamente pagamos por isso", disse Löw.
"Os primeiros dias depois da eliminação foram caracterizados por grande decepção e raiva. Mas no quarto dia me encontrei com [o diretor esportivo Oliver] Bierhoff e conversamos e certamente nos questionamos", continuou o treinador. "Mas sentimos que, mesmo depois de 14 anos e a decepcionante participação na Rússia, ainda temos a motivação e a força para recolocar a seleção alemã em seu curso."
O treinador fez uma análise do futebol praticado pela seleção alemã nos últimos três Mundiais e mencionou uma mudança no estilo de jogo, forçada por a Alemanha ter ficado mais visada depois do título de 2014.
O jogo de fortes contra-ataques do Mundial de 2010 se transformou num futebol de posse de bola em 2018, numa Copa marcada pelo jogo defensivo, de contra-ataques e bolas paradas. E Löw não economizou na autocrítica: ele afirmou ter tentado moldar a Nationalelf com um futebol de posse de bola e admitiu não ter notado a tendência tática dominante no Mundial.
"Esse foi o meu maior erro de julgamento, ter acreditado que, com esse estilo dominante, nós passaríamos pelo menos da fase preliminar. Isso beirou a arrogância", admitiu. "Queria levar esse estilo de jogo ao extremo, queria aperfeiçoar o futebol de posse de bola. Exageramos no risco, e eu deveria ter montado a equipe de uma forma mais variável."
"Tivemos mais chances de gols do que nas Copas do Mundo de 2010 e 2014, mas nunca marcamos tão poucos gols", disse Löw. No Mundial de 2018, segundo o treinador, a equipe percorreu uma grande quantidade de quilômetros nas partidas, mas faltou intensidade. Ele disse que a seleção jogou com menor incisão, menos verticalizações e foi muito mais lenta. Faltou aceleração com a bola e na troca de passes.
A temática em torno do meia Mesut Özil e de sua aposentadoria da seleção alemã não deixou de ser referida – com autocrítica e desaprovação. "Acho que subestimamos a situação com as fotos [tiradas com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan], eu também. Este tema custou energia. Para mim estava claro que eu nomeei Gündogan e Özil por razões esportivas."
Löw aproveitou para criticar a atitude de Özil e suas acusações de racismo dentro da Federação Alemã de Futebol (DFB). "O assessor me informou da aposentadoria de Özil. O próprio jogador não me ligou. Em tais casos, no passado, sempre tivemos boas conversas com os atletas", disse. "Durante todo esse tempo em que estou na DFB, nunca houve uma abordagem de comentários racistas em nossa equipe. Özil e Gündogan sempre se identificaram com os valores da seleção."
A Nationalelf inicia sua reconstrução contra a atual campeã mundial. O duelo válido pela Liga das Nações será realizado em Munique, em 6 de setembro. A Holanda completa o grupo do recém-formado torneio, que pune o último colocado de cada grupo com o rebaixamento. Confira a lista dos jogos para 2018:
06/09 – Alemanha x França (Liga das Nações/Munique)
09/09 – Alemanha x Peru (amistoso/Sinsheim)
13/10 – Holanda x Alemanha (Liga das Nações/Amsterdã)
16/10 – França x Alemanha (Liga das Nações/Paris)
15/11 – Alemanha x Rússia (amistoso/Leipzig)
19/11 – Alemanha x Holanda (Liga das Nações/Gelsenkirchen)
Os convocados:
Goleiros:
Manuel Neuer (Bayern de Munique)
Marc-André ter Stegen (Barcelona/ESP)
Laterais:
Joshua Kimmich (Bayern de Munique)
Jonas Hector (Colônia)
Nico Schulz (Hoffenheim)
Zagueiros:
Jérôme Boateng (Bayern de Munique)
Mats Hummels (Bayern de Munique)
Matthias Ginter (Borussia Mönchengladbach)
Niklas Süle (Bayern de Munique)
Jonathan Tah (Bayer Leverkusen)
Thilo Kehrer (Paris Saint-Germain/FRA)
Antonio Rüdiger (Chelsea/ENG)
Meias:
Toni Kroos (Real Madrid/ESP)
Ilkay Gündogan (Manchenster City/ING)
Julian Brandt (Bayer Leverkusen)
Julian Draxler (Paris Saint-Germain/FRA)
Thomas Müller (Bayern de Munique)
Leon Goretzka (Bayern de Munique)
Kai Havertz (Bayer Leverkusen)
Atacantes:
Timo Werner (RB Leipzig)
Marco Reus (Borussia Dortmund)
Nils Petersen (Freiburg)
Leroy Sané (Manchenster City/ING)
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A Alemanha na Copa da Rússia
O técnico Joachim Löw divulga a lista com os 23 ateltas convocados para o Mundial da Rússia. Da pré-lista, Leno, Tah, Sané e Petersen foram cortados.
Será que o melhor goleiro da Alemanha conseguirá estar em forma para o torneio? Apesar da longa pausa para se recuperar de contusões, Joachim Löw decidiu levar seu capitão para a concentração no Tirol do Sul.
Foto: picture-alliance/ZB
Marc-André ter Stegen
O número 1 no gol do Barcelona acabou virando titular da seleção alemã durante a ausência de Neuer. Durante a Copa do Mundo, ele deve ser reserva, caso realmente se confirme a volta do capitão.
Foto: Reuters/G. Dukor
Kevin Trapp
O goleiro do Paris St. Germain também foi escolhido para ir à concentração no norte da Itália, devido à dúvida que paira sobre Neuer. Mas Trapp não é mais titular do PSG e não possui grande experiência: jogou somente três vezes pela seleção alemã..
Foto: picture-alliance/SvenSimon/J. Kuppert
Jerome Boateng
Após a lesão muscular em março, as preocupações eram grandes de que o zagueiro não estivesse em forma para a Copa. Boateng permaneceu otimista e embarca para a Rússia.
Foto: picture alliance /Sven Simon
Mats Hummels
O zagueiro do Bayern de Munique forma a parte central da defesa alemã - da mesma foma que no clube. Ele também é um dos principais jogadores de Löw na saída de bola.
Foto: picture alliance/sampics/S. Matzke
Antonio Rüdiger
O atleta do Chelsea tem grande confiança do treinador Joachim Löw e vai à Copa como opção, caso haja problemas na zaga titular, composta por Boateng e Hummels.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Becker
Niklas Süle
O jovem zagueiro do Bayern embarca junto com a seleção alemã como reserva. Ele tem poucas chances de ser escalado para jogar partidas inteiras, a não ser que haja problemas de lesão.
Foto: picture-alliance/AA/A. Nasyrov
Joshua Kimmich
O jogador do Bayern de Munique é lateral-direito. Ele também poderia atuar como volante, mas Löw quer que ele jogue mais avançado pela lateral, onde também pode ser perigoso.
Foto: picture-alliance/GES/T. Eisenhuth
Jonas Hector
O lateral-esquerdo não teve uma boa temporada com o Colônia – primeiro uma grave lesão, depois o rebaixamento. Ele é titular da defesa da seleção alemã.
Foto: picture-alliance/Gladys Chai von der Laage
Marvin Plattenhardt
O jogador do Hertha Berlin é um dos poucos bons laterais-esquerdos encontrados na Alemanha. Para Löw, o atleta, de 26 anos, é uma alternativa a Hector.
Foto: picture-alliance/sampics/S. Matzke
Matthias Ginter
O zagueiro foi campeão mundial no Brasil, embora não tenha entrado em campo. A convocação de Ginters é uma surpresa. Sua temporada de estreia no Borussia Mönchengladbach foi relativamente fraca.
O volante da Juventus e da seleção alemã é um dos principais jogadores do esquema tático de Joachim Löw.
Foto: picture alliance/dpa/M. Becker
Toni Kroos
O volante do Real Madrid joga ao lado de Khedira no meio-campo da seleção alemã e também é uma peça-chave no esquema tático de Löw.
Foto: picture-alliance/GES/T. Eisenhuth
Sebastian Rudy
O jogador do Bayern de Munique é uma espécie de pau pra toda obra entre os reservas da seleção alemã. Rudy, que eu seu primeiro ano no clube bávaro nem sempre foi titular, pode atuar tanto no meio-campo defensivo como também na defesa.
Foto: picture alliance/dpa/GES/M. I. Güngör
Ilkay Gündogan
Machucado, ele deixou de ir à Copa no Brasil por causa de uma lesão, e também não esteve na convocação para a Eurocopa, há dois anos, devido a uma lesão no joelho. Desta vez, na Rússia, ele está apto para defender a seleção alemã.
Foto: picture-alliance/GES-Sportfoto
Mesut Özil
Ele é brilhante com a bola, mas no campo pode ser discreto: tem fama de sumir em jogos decisivos. Mesmo assim, Löw não pode abrir mão do meia do Arsenal.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Maurer
Thomas Müller
"Müller joga sempre", disse certa vez o então treinador do Bayern de Munique Van Gaal. O mesmo vale para o artilheiro da Copa de 2010 em relação à seleção alemã.
Foto: picture-alliance/S. Simon
Marco Reus
Finalmente o craque do Borussia Dortmund vai a uma Copa. Em 2014, o atacante foi impedido de estar no time por causa de uma lesão - como tantas vezes em sua carreira.
Foto: picture-alliance/Rauchensteiner
Julian Draxler
No PSG, o ex-jogador do Schalke e do Wolfsburg gostaria de ter entrado em campo com mais regularidade Na seleção alemã, deve ser o responsável por imprimir velocidade e pressão pelo lado esquerdo do ataque.
Foto: picture-alliance/GES/M. I. Güngör
Leon Goretzka
De saída do Schalke após uma boa temporada, ele reforça o Bayern no próximo Campeonato Alemão. Mas antes viaja para a Copa. Na Rússia, entretanto, o meia deve ficar maior parte do torneio no banco.
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Probst
Timo Werner
Rápido e de chute certeiro, o Chuteira de Ouro da Copa das Confederações se tornou imprescindível na lista de Löw.
Foto: picture-alliance/GES/M. Ibo
Mario Gomez
Com o atacante do Stuttgart, Löw sabe exatamente o que tem em mãos. Gomez foi o atacante mais efetivo na Eurocopa na França até se contundir, antes da semifinal.
Foto: Reuters/M. Rehle
Julian Brandt
Meia do Bayer Leverkusen teve que assumir maiores responsabilidades no clube na última temporada, tendo se tornado, com isso, mais regular e estável. Isso contribuiu para a convocação do meia para a seleção de Löw.