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Löwensenf: sabor de Düsseldorf ganha o mercado mundial

Rodrigo Rodembusch15 de dezembro de 2005

A mostarda está para o cachorro quente, assim como o feijão está para o arroz. Com o tempo, passou de coadjuvante, para ingrediente principal de diversos pratos. Mudança que se deve muito à empresa alemã.

O sabor característico da mostarda ganhou o mundoFoto: dpa - Bildarchiv

A mostarda pode ser picante, adocicada, forte ou agridoce, dependendo dos seus grãos. A versão preta é mais forte e aromática do que a branca (que na verdade é de coloração ocre). Informações como estas são conhecidas somente entre os verdadeiros apreciadores. Para a maioria das pessoas, mostarda é mostarda. Conceito que a Löwensenf conseguiu, aos poucos, mudar.

História de aroma e sabor

As sementes de origem asiática conquistaram espaço na mesa do alemãoFoto: AP

Mais de 100 anos já se passaram desde que o primeiro vidro de mostarda foi colocado à venda. A cidade natal da Löwensenf é Metz, em Lorraine, na França. Em 1903, o casal Otto e Frieda Frenzel decidiu fundar a primeira fábrica de vinagre e mostarda da região.

A mudança da sede da empresa para o Estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, onde está a sede nos dias atuais, ocorreu como conseqüência do fim da Primeira Guerra Mundial. Com o país derrotado, os alemães que viviam na cidade precisaram deixar Metz.

Mas por que Düsseldorf? A metrópole do Reno era, na época, a "cidade da mostarda" do Império. Lá encontrariam os principais e sobretudo experientes concorrentes.

Prova de fogo

Para se sobressair no mercado consumidor, o casal precisava apresentar um diferencial. Várias noites insones se passaram até que a composição da Löwensenf fosse desenvolvida. Receita (de sucesso) guardada a sete chaves e que pode ser apreciada até hoje.

A mistura de Otto e Frieda é um segredo. "Utilizamos ingredientes de melhor qualidade e tomamos cuidados para que a preparação seja a mais natural possível, evitando todos os ingredientes artificiais", explica um texto no site oficial da empresa.

Nascimento da Extra

A Löwensenf produziu a primeira mostarda Dijon da AlemanhaFoto: dpa - Bildarchiv

Desavisados que colocam um pouco de uma mostarda específica, de rótulo vermelho no pão, conhecem as conseqüências: lágrimas nos olhos, calor e perda do fôlego. Responsáveis por isso foram Otto e Frieda que, em 1920, produziram a pimeira mostarda Dijon da Alemanha.

Originária da cidade que dá nome à pasta, na França, é preparada a partir de sementes de mostarda moídas e trituradas em vinho branco, vinagre e ácido cítrico. E graças ao nome que remete ao sabor único, se tornou um verdadeiro clássico. Diferente das demais concorrentes "extra-fortes", um processo especial faz com que a cor marrom típica dê lugar a uma tonalidade amarela.

E as novidades não pararam por aí. Para poder manter o aroma e garantir o paladar picante típicos, sem uso de conservantes, a Löwensenf também foi a primeira empresa alemã a introduzir o acondicionamento do produto em vidro a vácuo. A embalagem com tampa de rosca e o característico som ao abrir são garantia absoluta de frescor.

Tradição com futuro

A empresa de Düsseldorf tem um museu que conta a história da produção da mostardaFoto: dpa - Bildarchiv

A exigência por novidades cresceu com o passar do tempo, tanto na cozinha moderna, como também no paladar dos apreciadores da mostarda. Por isso, diferentes versões foram criadas.

Em 1999, com o nome de Löwensenf Rouladen Traum (Sonho para bife rolê), a firma produziu um recheio pronto para o prato tradicional alemão. Quatro anos mais tarde, foi a vez da carne moída. Com o nome de Hackfleisch Traum, a mostarda era apresentada aos cozinheiros amadores, numa preparação perfeita.

Já para paladares mais refinados, a Löwensenf desenvolveu mostardas combinadas com pimenta, mel, aneto, xerez – vinho enriquecido com brandy e a versão rotisseur-vin blanc.

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