Musical dirigido por Damien Chazelle vence em todas as categorias para as quais foi indicado e é o filme mais premiado da história do Globo de Ouro. Em tom político, Meryl Streep faz discurso contra Trump.
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Os principais ganhadores do Globo de Ouro em 2017
Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood entregou em Los Angeles os prêmios às melhores produções para o cinema e a televisão. Globo de Ouro é considerado um prenúncio dos ganhadores do Oscar.
Foto: Reuters/NBC/P. Drinkwater
Pane força improvisação
Desta vez, o apresentador da cerimônia de entrega do prêmio foi o comediante Jimmy Fallon, que apresenta o talk-show "The Tonight Show". Logo de início, ele teve de improvisar, pois o teleprompter, aparelho de onde deveria ler os textos, não estava funcionando. Fallon fez então uma piada sobre a cantora Mariah Carey, que culpou o equipamento técnico por uma desastrosa apresentação no réveillon.
Foto: Reuters/NBC/P. Drinkwater
Melhor ator de comédia/musical
Ryan Gosling ganhou o prêmio de melhor ator na categoria comédia/musical por seu papel em "La La Land". No palco, ele agradeceu à esposa, Eva Mendes, que durante as gravações do filme estava grávida e teve que cuidar sozinha da filha de 2 anos e do irmão, Carlos Mendes, que tinha câncer. Gosling dedicou o prêmio ao irmão de Eva, que morreu em abril do ano passado.
Foto: Reuters/NBC/P. Drinkwater
"La La Land" leva sete estatuetas
Também a parceira de Gosling no filme, Emma Stone, levou o prêmio de melhor atriz de comédia/musical. "Este é um filme para sonhadores", disse Stone, que disse dividir o prêmio com todos os que lutam por seus sonhos. "La La Land: cantando estações" ganhou ao todo sete estatuetas: filme de comédia/musical, direção (Damien Chazelle), roteiro (Damien Chazelle), atriz, ator, canção original e trilha.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Robinette
Melhor filme estrangeiro
O Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro foi para "Elle" (França), de Paul Verhoeven. O filme enfoca uma empresária bem-sucedida que é envolvida na caça a um homem que a estuprou.
Foto: MFA+
Melhor atriz de comédia/musical na tevê
Tracee Ellis Ross ganhou o Globo de Ouro como melhor atriz de comédia/musical para a televisão por seu papel na série "black-ish", onde é uma médica que, junto com o marido, que trabalha numa gravadora, cria quatro filhos. A série tematiza a vida nos Estados Unidos do ponto de vista de famílias negras de alto poder aquisitivo.
Foto: Reuters/M. Anzuoni
Vida da rainha
Claire Foy ganhou um Globo de Ouro como melhor atriz de drama pela sua representação da rainha Elizabeth 2ª na série "The Crown", transmitida pela Netflix e que apresenta a vida da rainha desde os anos 1940. "The Crown" também levou o prêmio de melhor série televisiva dramática.
Os comediantes Kristen Wiig e Steve Carrell apresentaram o prêmio ao melhor filme de animação. Carrell recordou que o primeiro filme de animação que viu foi "Fantasia" e que, logo depois, seus pais se separaram. O primeiro filme de animação de Wiig foi "Bambi", a que ela teria assistido depois da morte do avô e após seus dois cães terem sido sacrificados. O prêmio foi para "Zootopia".
Foto: picture-alliance/AP Photo/NBC/P. Drinkwater
Meryl Streep ganha prêmio pela carreira
Meryl Streep recebeu o prêmio Cecil B. DeMille pela sua carreira. A atriz, que apoiou Hillary Clinton na recente campanha eleitoral nos Estados Unidos, aproveitou para fazer um discurso crítico contra Donald Trump. Além disso, citou sua amiga falecida recentemente, Carrie Fisher, que ficou famosa no papel de Leia em "Guerra nas Estrelas": " Pegue seu coração partido e o transforme em arte".
Foto: Reuters/NBC/P. Drinkwater
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O musical La La Land: cantando estações foi o maior vencedor da 74ª edição do Globo de Ouro, realizada neste domingo (09/01) em Los Angeles. Com sete troféus em sete indicações, o filme se tornou o mais premiado da história do festival, superando os seis prêmios de Um estranho no ninho, em 1975.
La La Land levou os troféus de melhor comédia ou musical; melhor diretor (Damien Chazelle); melhor ator de comédia e musical (Ryan Gosling); melhor atriz de comédia e musical (Emma Stone); melhor roteiro (Chazelle); melhor canção (City of stars) e melhor trilha sonora original (Justin Hurwitz). O longa estreia no Brasil no próximo dia 19 de janeiro.
"Sonhemos com mais urgência, vivamos fervorosamente e amemos mais profundamente", disse o produtor Mark Platt ao receber a estatueta de melhor filme.
O filme conta a história de Mia (Emma Stone), uma jovem aspirante à atriz, e do músico de jazz Sebastian (Ryan Gosling), que se conhecem em Los Angeles enquanto tentam concretizar sonhos em meio a frustrações. "Este filme é para os sonhadores", disse Stone, que recebeu o seu primeiro Globo de Ouro.
O vencedor na categoria de melhor drama foi Moonlight, primeira longa-metragem de traços biográficos de Barry Jenkins. Casey Affleck venceu na categoria de melhor ator de drama por Manchester à beira-mar, e Isabelle Huppert na mesma categoria feminina pelo desempenho em Elle, longa que ainda conquistou o prêmio de melhor filme estrangeiro.
Os prêmios de melhor atriz e ator coadjuvantes foram para Viola Davis (Fences) e Aaron Taylor-Johnson (Animais noturnos). Na televisão, The Crown venceu a categoria de melhor série dramática, e Atlanta, a de melhor série de comédia.
Discurso contra Trump
O ponto alto da cerimônia de premiação foi o discurso da atriz Meryl Streep, que apesar de não ter citado o nome do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fez duras críticas ao posicionamento anti-imigração do futuro governante e afirmou que Hollywood deve muito aos estrangeiros.
Ao receber o prêmio Cecil B. DeMille pela sua carreira, Streep mencionou as diferentes origens dos atores presentes na cerimônia. "Hollywood está cheia de forasteiros e estrangeiros e, se você mandar todos eles embora, não vamos ter nada para assistir a não ser futebol e artes marciais, o que não é bem arte", afirmou.
Ao citar o episódio em que Trump zombou de um jornalista com deficiência do The New York Times, quando ainda era pré-candidato às eleições americanas, Streep foi direta. "Quando esse instinto de humilhar é incorporado por alguém poderoso no espaço público, isso se reflete na vida de todos, porque dá, de certa forma, permissão a outras pessoas para fazerem o mesmo", alertou.
Streep também criticou a censura da imprensa e denunciou a "era do pós-factual", na qual notícias falsas se espalham pelas redes sociais.
Confira a lista completa dos ganhadores do Globo de Ouro em 2017:
Cinema
Melhor comédia ou musical: La La Land: cantando estações.
Melhor drama: Moonlight: sob a luz do luar.
Melhor ator de comédia ou musical: Ryan Gosling, por La La Land: cantando estações.
Melhor atriz de comédia ou musical: Emma Stone, por La La Land: cantando estações.
Melhor ator de drama: Casey Affleck, por Manchester à beira-mar.
Melhor atriz de drama: Isabelle Huppert, por Elle.
Melhor ator coadjuvante: Aaaron Taylor-Johnson, por Animais noturnos.
Melhor atriz coadjuvante: Viola Davis, por Fences.
Melhor diretor: Damien Chazelle, por La La Land: cantando estações.
Melhor roteiro: Damien Chazelle, por La La Land: cantando estações.
Melhor trilha sonora Original: Justin Hurwitz, por La La Land: cantando estações.
Melhor canção: City of Stars, de Justin Hurwitz (La La Land: cantando estações).
Melhor animação: Zootopia, de Byron Howard e Rich Moore.
Melhor filme estrangeiro: Elle (França), de Paul Verhoeven.
Televisão
Melhor drama: The crown.
Melhor série de comédia ou musical: Atlanta.
Melhor minissérie ou telefilme: The People v. O.J. Simpson: American Crime Story.
Melhor ator de série de drama: Billy Bob Thornton, por Goliath.
Melhor atriz de série de drama: Claire Foy, por The crown.
Melhor atriz de comédia ou musical: Tracee Ellis Ross, por black-ish.
Melhor ator de comédia ou musical: Donald Glover, por Atlanta.
Melhor atriz de minissérie ou telefilme: Sarah Paulson, por The People v. O.J. Simpson: American Crime Story.
Melhor ator de minissérie ou telefilme: Tom Hiddleston, por The night manager.
Melhor ator coadjuvante de série televisiva: Hugh Laurie, porThe night manager.
Melhor atriz coadjuvante de série televisiva: Olivia Colman, por The night manager.
KG/efe/lusa/ap
Grandes filmes alemães dos anos 2000
A partir do ano 2000, chegaram às telas filmes de cineastas associados ao que se chamou de "segunda geração da Escola de Berlim", além de uma vertente do cinema alemão impulsionada por diretores filhos de imigrantes.
Foto: picture-alliance/dpa/Les Film du Losange
Caixa preta Alemanha
O documentário de Andres Veiel, de 2001, apresenta dois personagens paralelos: Alfred Herrhausen, presidente do Deutsche Bank, morto em um atentado em 1989; e o terrorista Wolfgang Grams, morto em confronto com a polícia. O diretor busca depoimentos de pessoas próximas aos dois e esboça um retrato da sociedade alemã à sombra do terrorismo da RAF: "A luta passou, mas as feridas continuam abertas."
Foto: X Verleih
Adeus, Lênin!
Nesta comédia de 2003, o diretor Wolfgang Becker revisita a queda do Muro de Berlim através da história da família Kerner. E brinca com as diferenças culturais entre as ex-Alemanhas Oriental e Ocidental. O filme recebeu diversos prêmios, entre eles o de melhor filme europeu do ano e se tornou um dos maiores sucessos de público da história recente do cinema alemão.
Foto: picture-alliance/dpa
Contra a parede
O filme de Fatih Akin recebeu o Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim em 2003. O diretor volta mais uma vez os olhos para suas raízes, ao contar a inusitada história de amor entre dois jovens turcos na Alemanha, que lutam para se libertar das amarras das tradições familiares. A premiação marcou a consagração de Akin como um dos principais diretores do país.
Foto: picture alliance/dpa
Marselha
Angela Schanelec, uma das diretoras da "Escola de Berlim", traça, em seu longa de 2004, o retrato de uma geração perdida entre lugares, pessoas, idas e vindas, emoções contrárias. Adepta de uma linguagem cinematográfica elíptica e de rigor formal, e amante confessa do cinema de Robert Bresson, Schanelec "documenta" o cotidiano das personagens em seus filmes de ficção.
Foto: peripherfilm/R.Vorschneider
Edukators
"Edukators", de 2005, dirigido por Hans Weingartner, encerrou o longo jejum de filmes alemães no Festival de Cannes, tendo sido posteriormente bem recebido em muitos países. A narrativa em torno do amor, da amizade e da rebeldia serve como alerta à sociedade de que por trás de uma suposta vida feliz e perfeita podem se ocultar sinais de uma ordem mundial nada justa e igualitária.
Foto: picture alliance/dpa
A vida dos outros
O longa-metragem dirigido por Florian Henckel von Donnersmark sobre as atividades da Stasi, a polícia secreta da ex-Alemanha Oriental, levou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Ao refletir sobre a vigilância estatal, o filme de 2006 apresenta uma narrativa que não reconstrói contextos reais, mas cria uma parábola sobre as possibilidades de resistência aos mecanismos de um Estado repressor.
Foto: picture-alliance/dpa/Buena Vista
Yella
Dirigido por Christian Petzold, um dos nomes da chamada Escola de Berlim, "Yella" (2007) coloca na tela os bastidores do mercado financeiro, com suas imagens, atitudes, valores e riscos. Segundo o próprio diretor, as contradições do neoliberalismo são justamente as contradições da protagonista, que deixa sua pequena cidade no Leste alemão para trabalhar no Oeste com empresários inescrupulosos.
Foto: Hans Fromm
13 curtas sobre o estado do país
Inspirado no projeto coletivo anterior "Alemanha no Outono" (1978), os 13 curtas-metragens radiografaram em 2009 os problemas do país em 140 minutos – desde o fantasma da vigilância até as heranças do nazismo e do terrorismo. Com cineastas como Fatih Akin, Wolfgang Becker, Tom Tykwer e Hans Weingartner, a seleção marcou os 50 anos do fim da Guerra Fria e os 20 anos de queda do Muro de Berlim.
Foto: Piffl Medien GmbH
A fita branca
Produção alemã de 2009 dirigida pelo austríaco Michael Haneke, "A fita branca" levou a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Em preto e branco, ele traça um panorama da sociedade europeia às vésperas da Primeira Guerra Mundial, o prenúncio de catástrofes iminentes. "Uma história infantil alemã", subtítulo do filme, remete tanto à "violência infantil" como à "infância" do nazismo do país.
Foto: picture-alliance/dpa/Les Film du Losange
Todos os outros
Rituais secretos, brincadeiras, desejos não realizados e jogos de poder permeiam as relações do casal que protagoniza este filme dirigido em 2009 pela cineasta Maren Ade. "Todos os outros", apontado como um dos mais franceses entre os filmes alemães, é um impressionante exercício de observação e sutileza sobre o amor e suas inerentes decepções, das quais ninguém escapa.