Laboratório em Berlim tenta ressuscitar rinoceronte extinto
4 de julho de 2018
O rinoceronte-branco-do-norte está praticamente em extinção. Só há dois exemplares ainda vivos – ambos fêmeas. Mas cientistas alemães e italianos estão abrindo caminho para ressuscitar a subespécie.
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Meses após a morte do último rinoceronte-branco-do-norte macho do mundo, cientistas conseguiram desenvolver em laboratório embriões contendo o DNA da espécie, na esperança de salvar esses animais da extinção. O estudo foi publicado nesta quarta-feira (04/07) na revista científica Nature Communications.
Os pesquisadores descrevem o rinoceronte-branco-do-norte (Ceratotherium simum cottoni) como o mamífero mais ameaçado do mundo, com apenas duas fêmeas vivas – ambas inférteis e descendentes de Sudão, o macho derradeiro que morreu em março numa reserva no Quênia.
A equipe de cientistas europeus usou técnicas já existentes de reprodução assistida para fertilizar óvulos de rinocerontes-brancos-do-sul (Ceratotherium simum simum) com espermatozoides de rinocerontes-brancos-do-norte mortos, congelados em laboratório.
Os óvulos foram retirados de fêmeas dessa outra subespécie, que também pertence à espécie de rinoceronte-branco, por meio de um dispositivo de extração de dois metros de comprimento, recentemente patenteado.
A fertilização in vitro gerou embriões híbridos, ou seja, que contêm o DNA das duas subespécies de rinoceronte-branco. A intenção, nesse momento, era comprovar que a técnica de criação desses embriões funcionaria – e funcionou.
Agora, um próximo passo delicado para os cientistas é retirar óvulos das duas últimas fêmeas de rinoceronte-branco-do-norte existentes para produzir embriões puros dessa subespécie, usando a mesma técnica inovadora.
Os embriões devem ser então implantados numa "barriga de aluguel", que gerará os filhotes. O papel ficará a cargo de fêmeas de rinocerontes-brancos-do-sul. Essa subespécie, menos ameaçada, ainda conta com cerca de 21 mil exemplares em todo o mundo.
"São os primeiros embriões de rinoceronte produzidos in vitro da história", saudou o pesquisador alemão Thomas Hildebrandt, do Instituto Leibniz em Berlim, que liderou o estudo. "Eles têm uma chance muito alta de gerar uma gravidez quando forem implantados numa mãe substituta."
Segundo Hildebrandt, o objetivo da equipe é que o primeiro filhote de rinoceronte-branco-do-norte nasça em cerca de três anos. "Levando em conta que a gestação dura 16 meses, temos pouco mais de um ano para fazer uma implantação bem-sucedida."
Os pesquisadores pediram permissão para colher óvulos de Najin e Fatu, filha e neta de Sudão, antes ainda do final do ano – num processo considerado arriscado por Hildebrandt. Elas vivem na mesma reserva no Quênia onde morrera o patriarca.
EK/afp/efe/rtr/ots
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Ameaçados de extinção
O número de animais ameaçados de extinção aumenta a cada ano. Tatu-bola e panda fazem parte da lista vermelha atualizada pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.
Foto: Joares Adenilson May Júnior
Desaparecimento rápido
O tatu-bola é encontrado, principalmente, no Brasil. Ao longo da última década, sua população diminuiu mais de 33%, afirma a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, do inglês), que há mais de 50 anos divulga a lista de espécies ameaçadas de extinção. O tatu-bola foi escolhido para ser mascote da Copa do Mundo de 2014.
Foto: Joares Adenilson May Júnior
À beira da extinção
A IUCN classificou o tatu-bola como vulnerável. Outras classificações para avaliar o risco das espécies são: em perigo, em perigo crítico, extinto na natureza e extinto. O lobo da Tasmânia e o tigre de Bali são duas espécies extintas. Todas as espécies de tigre, como o tigre siberiano da foto, foram avaliadas como "em perigo".
Foto: picture-alliance/dpa
Lêmures sem teto
O indri pertence ao grupo dos lêmures. Eles vivem no Madagascar e são os animais mais ameaçados do mundo. Desmatamento e incêndios estão acabando com seu habitat, as florestas tropicais: 94% das espécies de lêmures estão ameaçados de extinção e 22 espécies estão quase sumindo do planeta.
Foto: Nick Garbutt
Comida rara
Neste ano, pela primeira vez, a população das enguias japonesas foi analisada. No Japão, esse peixe é o mais caro usado na alimentação e agora entrou para a lista vermelha de espécies ameaçadas. A poluição do seu habitat e a pesca predatória são as responsáveis por essa situação.
Foto: OpenCage.info
Melhores condições
A espécie de carpa Acanthobrama telavivensis, que vive somente em Israel, está na lista vermelha. Mas pesquisadores anunciaram recentemente uma boa notícia. Um programa de criação que começou com 120 animais está dando resultado. Em 2006, milhares de peixes nascidos no criadouro foram reintroduzidos na natureza e a população está aumentando.
Foto: Menachem Goren
Boas notícias
A situação da tartaruga-de-couro está melhorando. Há 10 anos, ela estava classificada como em perigo de extinção. Em 2013, ela foi classificada como vulnerável. Ela é a maior tartaruga do mundo, pode medir mais de dois metros e pesar quase meia tonelada. A poluição do mar, a caça e pesca são seus principais problemas.
Foto: gemeinfrei
Concha é joia
A espécie de caracol Bertia cambojiensis foi classificada neste ano como em perigo crítico e o homem é um dos seus maiores predadores. Em um site para colecionadores, uma concha desse caracol, encontrada em uma praia no Vietnã, foi vendida por 300 euros.
Foto: Paul Pearce-Kelly
Metade já sumiu
A IUCN não sabe exatamente quantas espécies de ocapi ainda existem no mundo. Na década de 1990, mais de 4.400 girafas da floresta viviam na reserva que fica no nordeste da República Democrática do Congo, dez anos depois eram apenas 2.500. O conflito no país e a mineração reduzem cada vez mais seu habitat.
Foto: cc-by-sa-3.0/Raul654
Aves ameaçadas
Mais de 200 espécies de aves foram quase extintas, entre elas o abutre-indiano-de-dorso-branco que vive na Índia e sudeste da Ásia. Na China e na Malásia, a espécie não existe mais, segundo a IUCN. O frango-d'água-d'asa-branca, encontrada na Etiópia, África do Sul e Zimbábue, foi classificada, pela primeira vez, como em perigo crítico.
Foto: picture-alliance/dpa
Ameaça constante
A população dos elefantes asiáticos foi calculada entre 40 mil e 50 mil animais. Ele continua sendo classificado como ameaçado. Nas últimas três gerações, sua população foi reduzida pela metade, segundo a IUCN, e continua diminuindo. O elefante asiático é encontrado em Bangladesh, Butão, Índia, China e Indonésia.
Foto: picture-alliance/Horst Galuschka
Caça e comércio de marfim
A destruição do habitat e a caça predatória em busca do marfim são as principais ameaças ao elefante africano. Se por um lado a população desse animal está aumentando, a caça ilegal também cresceu.
Foto: picture-alliance/dpa
Preso na rede
A principal ameaça para os botos são as redes de pesca. Eles acabam se prendendo nelas e morrem. A toninha-comum (foto) não entrou na lista vermelha, mas a vaquita, também conhecida como boto-do-pacífico, entrou. Estimativas apontam que, em 2013, restavam apenas 500 ou 600 animais dessa espécie.
Foto: WDC
Últimos do mundo
Outros animais em perigo são o panda – estima-se que em 2013 havia no mundo entre mil e 2 mil exemplares de panda-gigante – e o rinoceronte de Sumatra, cuja população é calculada em 220 animais. A IUCN e seus parceiros analisaram 73.686 espécies e 30% delas entraram na lista, que é publicada desde 1963 e reúne registros de vários países.