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Le Pen permanece perigoso apesar da derrota

(ef)6 de maio de 2002

Europa respira aliviada com a vitória do presidente da França, Jacques Chirac, com 82% dos votos, sobre o radical de direita Jean-Marie Le Pen, no segundo turno da eleição presidencial, no domingo (5).

Jean-Marie Le Pen já está de olho na eleição parlamentarFoto: AP

O governo israelense se declarou aliviado, mas muito preocupado com o fato de 18% dos eleitores franceses terem votado no candidato racista e xenófobo. Quase seis milhões de pessoas votaram no ultradireitista e na sua Frente Nacional, mesmo depois da mobilização sem precedente das esquerdas comunista, socialista e verde para a reeleição do presidente de direita, a fim de evitar o mal maior chamado Le Pen.

O Ministro do Exterior da Alemanha, Joschka Fischer, do Partido Verde, disse que os franceses rejeitaram a xenofobia e o radicalismo de direita, de forma impressionante. O chefe de governo alemão, Gerhard Schröder, escreveu em suas congratulações ao presidente reeleito que a política de demagogia, de desprezo pelos valores comuns europeus e pela rejeição da unidade européia não é um modelo para o Velho Continente.

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, viu o resultado da eleição presidencial francesa como "uma vitória da democracia e a derrota do extremismo". O presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, elogiou os eleitores franceses por terem colocado o líder da Frente Nacional no seu devido lugar.

O primeiro-ministro da Noruega, o conservador Kjell Magne Bondevik, esclareceu que a grande quantidade de votos dados a Le Pen mostra que se tem de levar a sério a atração que políticas xenófobas de imigração geram nos cidadãos.

O chanceler federal da Áustria, Wolfgang Schüssel, apelou para os políticos levarem a sério a mensagem dos eleitores franceses. Para ele, o resultado da eleição presidencial francesa mostra "um desejo de mudança" e representa uma advertência para se fortalecer o centro político e não os extremos. Schüssel é vice-presidente do Partido Popular Austríaco, que forma uma coalizão de governo com o Partido da Liberdade, do radical de direita Jörg Haider.

Perigo a vista

– Baseado no desempenho eleitoral de Le Pen na eleição presidencial, Eric Iorio, da Frente Nacional, calcula que a legenda vai eleger 20 deputados na eleição da nova Assembléia Nacional, na primeira quinzena do mês que vem. Até agora a extrema-direita não tem nenhum. "Nós seremos o pior pesadelo para Chirac", disse Iorio, analista eleitoral da Frente Nacional.

Ele sabe que o que Chirac mais teme é uma maioria parlamentar de esquerda, que poderá surgir no próximo pleito, se a direita permanecer dividida. Neste caso iria de águas abaixo a estratégia do presidente para a direita conquistar maioria absoluta na Assembléia Nacional e, em conseqüência, acabar com a co-habitação (presidente de uma tendência política e primeiro-ministro de outra), como foi até a renúncia do premier socialista Lionel Jospin, nesta segunda-feira (6).

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