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Le Pen rompe com pai, fundador da Frente Nacional

8 de abril de 2015

Líder do partido de extrema direita diz ser contra candidatura do pai, Jean-Marie Le Pen, e classifica comentários feitos por ele de "suicídio político". Vice-presidente da legenda fala em ruptura definitiva.

Foto: AFP/Getty Images/F. Florin

A rixa entre Marine Le Pen, líder do partido de extrema direita Frente Nacional (FN), e o pai, Jean-Marie Le Pen, fundador da legenda, ficou evidente nesta quarta-feira (08/04). A filha declarou que irá se opor à candidatura de Jean-Marie Le Pen nas próximas eleições e chamou de "suicídio político" os comentários do pai de que as câmaras de gás nazistas foram um "detalhe na história".

Num comunicado, Marine Le Pen disse que irá convocar a diretoria executiva do partido a buscar "meios de proteger os interesses políticos da Frente Nacional". Ela disse ser contra a candidatura do pai, de 86 anos, nas eleições regionais no sul da França, a serem realizadas em dezembro e nas quais o partido espera obter bons resultados.

Le Pen vem trabalhando para livrar a FN de sua imagem antissemita e racista. Ela conduziu a legenda a sucessos eleitorais desde que assumiu a liderança, em 2011, e acusou o pai de sabotar os esforços do partido de conquistar espaço político.

"Seu status de presidente honorário não lhe dá o direito de atacar a Frente Nacional com provocações vulgares, aparentemente destinadas a mim, mas que, infelizmente, afetam todo o movimento", disse Le Pen.

Depois dos comentários sobre as câmaras de gás nazistas, Jean-Marie chamou o primeiro-ministro, nascido na Espanha, de "o imigrante", numa entrevista à revista de direita Rivarol, publicada nesta terça-feira. Na entrevista, ele também defende Philippe Petain, líder do governo francês à época da Segunda Guerra Mundial, que cooperou com a Alemanha sob o comando de Adolf Hitler.

Marine Le Pen já havia se distanciado do pai depois que ele satirizou um cantor judeu francês em junho passado, fazendo uma referência implícita aos crematórios dos campos de concentração nazistas. A entrevista desta terça-feira parece ter sido a gota d'água. O vice-presidente do partido, Florian Philippot, falou numa ruptura "total e definitiva".

Marine Le Pen espera conquistar votos à frente da FN na eleição presidencial de 2017. Apesar de pesquisas sugerirem ser improvável que ela vença, ela poderia chegar ao segundo turno se o partido continuar ganhando apoio no ritmo atual.

LPF/ap/afp/rtr

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