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Leiteria nostálgica

26 de fevereiro de 2011

Entre as inúmeras atrações imperdíveis para os turistas que visitam Dresden está uma nostálgica leiteria, que de tão linda consta no livro Guinness de Recordes.

Estabelecimento é parada obrigatória para turistasFoto: ZB - Fotoreport

O que impressiona o visitante é o colorido no interior desta charmosa leiteria de Dresden, cidade do Leste alemão que já é conhecida por suas atrações em estilo barroco. Em décadas passadas, as lojas especializadas em laticínios eram comuns na Alemanha – e também no Brasil. Fundada em 1880 com o nome Gebrüder Pfund, desde 1998 ela está registrada no Livro Guinness de Recordes, como "a leiteria mais linda do mundo".

Azulejos pintados à mão cobrem as paredesFoto: dpa

Todas as paredes, do chão ao forro, são revestidas com azulejos coloridos. Não há espaço nos 248 metros quadrados do recinto que não esteja pintado à mão com motivos pastoris, crianças, animais e flores dos mais diversos tipos. Os alegres e coloridos motivos nos azulejos foram inspirados nas famosas porcelanas da cidade holandesa de Delft.

Crescimento rápido

Tudo começou em 1879, quando o fundador da leiteria, o agricultor Paul Gustav Leander Pfund, deixou o vilarejo de Reinholdshain levando a esposa e seis vacas para se instalar em Dresden, que pretendia abastecer com leite saudável. Mais tarde, seu irmão Friedrich juntou-se a ele no negócio.

Pfund conseguiu se estabelecer no mercado, desenvolvendo novos produtos e processos no setor, sem se descuidar dos aspectos higiênicos. Foi ele o primeiro na Alemanha, por exemplo, a produzir leite condensado. No ano de 1900, introduziria o processo de pasteurização em sua produção.

A pequena empresa cresceu rapidamente. Filiais foram abertas e aos funcionários foram oferecidas residências, creches e até mesmo um programa de assistência à saúde.

Resistindo à história

Depois da morte do fundador, em 1923, seus dois filhos – que ele havia enviado para estudar em Zurique – assumiram a direção do estabelecimento. Por incrível que pareça, o prédio não foi atingido pelos bombardeios que destruíram Dresden na Segunda Guerra Mundial.

A nostálgica leiteria também resistiu ao socialismo da antiga República Democrática Alemã (RDA), que a estatizou em 1972. No local, continuaram sendo vendidos queijos – embora apenas de três tipos –, leite e alimentos infantis. "A planejada reforma, com a destruição das paredes de azulejos, conseguiu ser evitada a tempo", conta Frank Zabel, o gerente.

Novo brilho nas paredes antigas

Fachada da Dresdner MolkereiFoto: dpa

Após a queda do Muro de Berlim em 1989 e a reunificação alemã, o estabelecimento foi devolvido a um bisneto do fundador, que em 1995 reabriu a Dresdner Molkerei Gebrüder Pfund (Leiteria Dresden Irmãos Pfund). Cinco por cento dos azulejos tiveram de ser substituídos, o resto pôde ser restaurado, diz Zabel.

No balcão de quatro metros de comprimento, pode-se degustar (e comprar) 120 tipos de queijos e leite. Por trás das portas preservadas da antiga câmara fria, estão hoje modernos sistemas de refrigeração. No primeiro andar fica o restaurante, que oferece especialidades – feitas com laticínios, naturalmente.

No cantinho de suvenires, podem-se adquirir cópias dos azulejos pintados e nostálgicas placas de publicidade de derivados de leite. O pequeno estabelecimento é tão popular, que os ônibus turísticos chegam a criar engarrafamentos diante de suas portas. "A cada dia, recebemos cerca de mil visitantes. Aqui as pessoas mergulham em outro mundo e se deixam encantar por ele", conta Zabel.

(rw/av)

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