Lenda do futebol alemão chama Neymar de "mau-caráter"
23 de agosto de 2023
Paul Breitner, campeão pela Alemanha em 1974, reage com sarcasmo à contratação de Neymar pelo regime saudita. "Muito obrigado, caros sauditas, por terem comprado o Sr. Neymar. Esse, a gente não precisa mais aguentar."
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A transferência do jogador brasileiro Neymar Jr para o clube de futebol saudita Al-Hilal esbarra em críticas duras, também partindo da Alemanha. Em entrevista à TV BR, o ex-astro do Bayern de Munique Paul Breitner comentou a aquisição com sarcasmo: "Muito obrigado, caros sauditas, por terem comprado o Sr. Neymar. [...] Esse, a gente não precisa mais aguentar."
Segundo o campeão da seleção alemã de 1974, Neymar "tem sido, nos últimos anos, um dos jogadores mais mau-caráter sob o sol", "um dos maiores atores, um que só fica simulando, só faz cena". E completou com um insulto idiomático: "linke Bazille". Literalmente "bacilo duvidoso", a expressão designa uma figura falsa, desonesta, sempre escondendo suas verdadeiras motivações.
O brasileiro de 31 anos foi levado de Paris a Riad no domingo (20/08) no Boeing 747 dourado do príncipe Alwaleed bin Talal Alsaud, patrono do clube Al-Hilal, para ser apresentado como superstar num gigantesco estádio, reunindo quase 70 mil torcedores, num evento sensacionalista de luzes e fogos de artifício.
Com um contrato avaliado em 320 milhões de euros (R$ 1,7 bilhão), ele entra para a lista de aquisições do mercado da bola saudita, ao lado de Cristiano Ronaldo, Sadio Mané e Riyad Mahrez.
Observadores opinam que, turbinando sua cena esportiva emergente, o regime fundamentalista saudita está praticando o assim chamado sportwashing (lavagem pelo esporte), para tentar desviar as atenções mundiais de seu perfil de regime autoritário, misógino e até assassino – como no caso do jornalista Jamal Khashoggi.
Experiência pessoal com ditaduras
Lembrando que grande parte da população saudita está na faixa etária de Neymar, o entrevistador da BR perguntou: "O que eles [Ronaldo, Mané e companhia] vão fazer com o dinheiro deles lá?", ao que Breitner respondeu apenas com um sorriso.
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No entanto, o ex-lateral-esquerdo de 71 anos é cético quanto ao plano da Arábia Saudita, de limpar sua imagem internacional com eventos esportivos espetaculares e aquisições milionárias, e tampouco acredita no futuro do projeto esportivo saudita.
"Se eles agirem como os americanos nos anos 70, com a liga de opereta deles – ou seja, só comprar jogadores com quantias alucinantes – então que façam." Mas o próprio Breitner tem experiência em como é jogar para regimes autoritários: em 1974 ele trocou o Bayern pelo Real Madrid, na Espanha então sob a ditadura de Francisco Franco.
"Durante 15 meses eu vivenciei fascismo na forma mais pura, sob Franco, com sequestros de familiares dos jogadores, assassinatos e assim por diante", recorda o craque bávaro. Os 36 anos do regime de terror franquista chegaram ao fim em novembro de 1975, com a morte do ditador.
av (ots)
As estrelas da Copa no Catar
A DW selecionou algumas das maiores estrelas que irão jogar na Copa do Mundo de Futebol de 2022 no Catar. O Mundial pode ser o último para vários dos maiores nomes do futebol, enquanto outros ainda têm muito a provar.
Foto: Owen Humphreys/empics/picture alliance
Lionel Messi (Argentina)
Lionel Messi declarou que esta será sua última Copa do Mundo. Aos 35 anos, o relógio está correndo, mas Messi mostrou que tem tanta fome de glória quanto quando tinha 20 anos. Ele levou a Argentina ao título da Copa América em 2021 e espera brilhar também no Catar. O troféu da Copa do Mundo seria um merecido presente de despedida.
Foto: Frank Augstein/AP/picture alliance
Cristiano Ronaldo (Portugal)
Em baixa no Manchester United, Cristiano Ronaldo, agora com 37 anos, continua sendo um homem-chave para sua seleção. No entanto, um troféu falta na estante de títulos da estrela do futebol português: a Copa do Mundo. Ele sabe que no Catar será sua última tentativa para coroar uma carreira que lhe trouxe quatro Bolas de Ouro e todos os troféus a nível de clubes.
Foto: Patricia de Melo Moreira/AFP
Neymar (Brasil)
Neymar, 30 anos, lidera uma das equipes mais em forma para esta Copa do Mundo. Em seu terceiro Mundial, é grande a pressão para ele finalmente conquistar o título, como muitas das maiores estrelas do Brasil fizeram no passado. Sua equipe está cheia de jogadores talentosos e a sua liderança e criatividade serão importantes no Catar.
Foto: Andre Penner/AP Photo/picture alliance
Kylian Mbappe (França)
Com 23 anos, Kylian Mbappé defende o título de sua seleção no Catar, após marcar quatro gols em sua estreia na Rússia em 2018. No entanto, suas aventuras na seleção não foram tão gratificantes desde aquela vitória em Moscou. Ele não conseguiu marcar um pênalti decisivo nas oitavas de final da Euro 2020, quando a França foi eliminada pela Suíça. Ele espera que no Catar seu desempenho seja melhor.
Foto: Justin Setterfield/REUTERS
Harry Kane (Inglaterra)
Um dos atacantes mais badalados do mundo, a presença de Harry Kane na seleção inglesa aumenta a expectativa do tão esperado título. A Inglaterra acabou em quarto lugar em 2018, por isso, chegar à final seria desta vez um progresso para a equipe que perdeu a final do Campeonato Europeu para a Itália nos pênaltis em Wembley em 2021. A seleção da Inglaterra aguarda pelo título há 56 longos anos.
Foto: Hannah Mckay/REUTERS
Sadio Mané (Senegal)
A estrela do Bayern de Munique vai ao Catar, apesar de ter contraído uma lesão no clube. O jogador de 30 anos teve um ótimo ano, levando seu país ao primeiro título africano e se classificando para a Copa, convertendo pênaltis decisivos ao longo do caminho. O Senegal, que disputa sua terceira Copa do Mundo, é um dos times a serem observados, e o sucesso pode depender da forma física de Mané.
Foto: Celso Bayo/ZUMA/picture alliance
Robert Lewandowski (Polônia)
Na última Copa, Lewandowski tentou arrastar a Polônia, mas sua equipe saiu cedo do torneio. Desta vez, mais velho e experiente, ele espera que o time supere a fase de grupos, onde enfrentarão Argentina, México e Arábia Saudita. É provável que esta seja a última Copa para o jogador de 34 anos, que foi muito bem sucedido em clubes, principalmente durante seu tempo no Bayern de Munique.
Foto: Adam Nurkiewicz/Getty Images
Son Heung-Min (Coreia do Sul)
Amplamente considerado o melhor jogador asiático na Copa do Catar, Son espera que a Coreia do Sul tenha sucesso em seu continente. A última vez em que o Mundial foi na Ásia, a Coreia do Sul chegou às semifinais em casa em 2002. Son, que dividiu a chuteira de ouro da Premier League na última temporada com 23 gols pelo Tottenham Hotspur, pode levar sua equipe a grandes feitos no Catar.
Foto: Lee Jin-man/AP Photo/picture alliance
Kevin de Bruyne (Bélgica)
O meio-campista do Manchester City lidera a geração de ouro da Bélgica. O time perdeu nas semifinais na Rússia em 2018 e espera uma melhor posição este ano. Aos 31 anos, De Bruyne é o maestro desta talentosa equipe que ainda não conseguiu deixar sua marca quando realmente importa. Esta pode ser a última oportunidade para consertar isso.
Foto: Stuart Franklin/Getty Images
Virgil van Dijk (Holanda)
Os holandeses retornam à Copa do Mundo após não terem se classificado para o Mundial na Rússia em 2018. O zagueiro de 31 anos é a maior estrela e capitão dos "laranjas", com a missão de comandar a equipe em direção ao grande êxito no Catar. Mesmo que a Holanda não se pareça mais com a equipe que chegou à final da Copa do Mundo de 2010, Van Dijk será a peça-chave do time na Copa do Catar.