Lesões frequentes
11 de janeiro de 2012Se no Brasil o jogador Renato Augusto foi comparado a Kaká, na Alemanha, onde joga desde 2008 pelo Bayer Leverkusen, o meia precisou primeiramente conquistar seu espaço assim que desembarcou na equipe. Este é apenas seu segundo time desde que começou a carreira nos gramados do Rio de Janeiro.
"Rapidinho eu me senti em casa no Leverkusen, já que desde os 13 anos de idade eu sempre joguei com uma camisa rubro-negra", brinca Renato, referindo-se ao Flamengo, que defendeu durante sete anos.
Filho único de família bem estruturada, ele terminou os estudos e deu início à carreira no futebol. O meia-armador jogou várias vezes no Maracanã e levou ao delírio milhares de fãs. Aos 19 anos, o choque: após uma pancada forte, ele fraturou o osso da maçã do rosto – uma fratura complicada, na qual um fragmento do osso quase feriu seu olho.
Para Renato, de 23 anos, este foi o pior momento da sua vida. "Depois da cirurgia, passei dez dias com os olhos tapados, sem saber se eu voltaria a enxergar. Foi um período muito difícil também para minha mãe", conta o jogador.
O Bayer Leverkusen não impediu a proximidade com amigos e familiares. Assim, o brasileiro pôde voltar para casa no Brasil após uma cirurgia na perna. "Para mim, foi muito importante ficar perto da minha família e dos meus amigos neste momento difícil. Agradeço aos responsáveis pelo Bayer Leverkusen por terem me dado esta possibilidade. Fico contente que eles entendam o meu lado".
Críticas da direção
Suas lesões, porém, têm sido recorrentes. No momento, Renato está se recuperando de uma cirurgia no joelho e espera voltar a jogar no returno do Campeonato Alemão. Além de sonharem atuar contra o FC Barcelona pela Liga dos Campeões. Será a chance de mostrar seu desempenho ao presidente do Bayer, Wolfgang Holzhäuser. Após a partida pela Liga dos Campeões contra o Genk, da Bélgica, Holzhäuser chamou Renato Augusto de "jogador de desculpas".
"Renato Augusto é um jogador que faz a diferença para as equipes. E eu agora particularmente espero que ele demonstre este potencial", afirmou Holzhäuser. "Ele não tem apresentado isso nos últimos tempos".
As declarações do alemão foram consideradas extremamente duras e diretas pelo jogador. O técnico da equipe, Robin Dutt, evitou comentários. Já o também jogador Gonzalo Castro correu ao colega brasileiro após marcar um gol, demonstrando-lhe apoio.
"Nenhum jogador gostaria de ouvir isso", disse Castro. "Além disso, para criticar alguém, o ideal é que se faça olhos nos olhos".
Sonho da Copa no Brasil
A volta aos gramados agora é o grande objetivo do brasileiro. E não apenas porque, com a sua ausência, o alemão Michael Ballack ocupa seu lugar no meio-campo do Leverkusen. Mas também Renato sonha em brilhar na Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
Em 2010, ele estreou com a camisa verde-amarela e jogou, inclusive, contra a Alemanha. Ele não foi indicado para a Copa América, mas o técnico Mano Menezes já declarou que Renato é um "grande talento, um candidato para a nova seleção".
"Assim como todos os brasileiros que jogaram aqui no Leverkusen, também quero ir para a seleção. E será ainda melhor jogar na Copa do Mundo no meu país, e no Rio, e pisar de novo nos estádios em que sempre joguei", declarou o jogador.
Até lá, porém, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Primeiramente, Renato Augusto precisa cumprir uma difícil tarefa: ajudar seu atual time a acabar com uma suposta maldição, que tem levado o Bayer Leverkusen a ser sempre o segundo colocado no Campeonato Alemão. "O que fica para a história do futebol e para a história do clube são os títulos. E eu espero conseguir um título para o Leverkusen, para que meu nome fique marcado na história do clube", afirmou.
Autora: Olivia Fritz (msb)
Revisão: Roselaine Wandscheer