Segundo o governo, trata-se do último caso confirmado no país, onde o vírus matou mais de 4 mil pessoas. Autoridades não registram novas infecções ao longo de uma semana.
Mais de 4 mil pessoas morreram desde dezembro de 2013, vítimas do ebola na LibériaFoto: Getty Images/J. Moore
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O último paciente com ebola na Libéria recebeu alta nesta quinta-feira (05/03), aumentando as esperanças de que o país esteja chegando ao fim da epidemia.
Beatrice Yorkoldo deixou o centro de tratamento de ebola, onde estava sendo tratada num subúrbio da capital Monróvia. O vice-ministro da Saúde do país, Tolbert Nyenseah, declarou no local que ela seria "o último caso confirmado de ebola em todo o país".
"A Libéria passou 12 dias sem nenhum caso confirmado de ebola", afirmou o vice-ministro antes da liberação da paciente no centro de tratamento da doença operado por chineses.
"Esperaremos mais 30 dias para sermos declarados pela Organização Mundial da Saúde [OMS] uma nação livre do ebola", disse Nyenseah, segundo o jornal Liberian Observer.
Segundo a OMS, pela primeira vez desde maio do ano passado, a Libéria ficou uma semana completa sem novos casos confirmados do vírus. A Libéria "reportou não ter novos casos confirmados" durante a semana até 1° de março, afirma a agência da ONU em relatório divulgado nesta quinta-feira.
Desde o início da epidemia no oeste da África, em dezembro de 2013, mais de 23 mil pessoas em nove países foram infectadas pelo vírus, das quais quase 10 mil morreram.
Somente na Libéria – um dos três países mais afetados pelo surto, ao lado de Serra Leoa e Guiné – mais de 4 mil pessoas morreram em decorrência da doença. Há seis meses, o país registrava mais de 300 novos casos por semana.
CA/lusa/dpa/afp
Ebola: luta contra o vírus mortal
Apesar das medidas preventivas, algumas pessoas já se contaminaram com o vírus na Europa e Estados Unidos. Cuidadores utilizam trajes para prevenir a propagação, mas na África a proteção ainda deixa a desejar.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Traje de proteção
Na luta contra o ebola, roupas de proteção adequadas para médicos e enfermeiros são essenciais. Toda a pele deve ser coberta com material impenetrável pelo vírus. Mas trajes apenas não bastam, também é necessário seguir corretamente as prescrições de segurança.
Trabalho em conjunto
Os profissionais de saúde devem treinar a colocação correta dos trajes protetores. Como aqui, na unidade especial de isolamento de Düsseldorf. Novos trajes são utilizados a cada vez, para que não haja risco de contaminação no processo. Dessa forma, cuidadores sem proteção também podem ajudar os colegas a se vestir.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Isolamento total
Os quartos dos pacientes na unidade de isolamento em Düsseldorf são completamente protegidos do mundo exterior. O ar é filtrado e as águas residuais são tratadas separadamente. As vestes de proteção, que os cuidadores trajam permanentemente, são pressurizadas. Essas medidas de segurança vão além do necessário: o ebola pode ser transmitido por objetos contaminados, mas não pelo ar.
Após o tratamento dos pacientes, todo o traje é aspergido por fora com desinfetante, a fim de eliminar potenciais contaminações viróticas. Somente após essa ducha as vestimentas podem ser removidas, cuidadosamente.
Foto: picture-alliance/dpa/Sebastian Kahnert
Ajuda externa
Durante a remoção dos trajes protetores, os profissionais de saúde devem ser extremamente cautelosos. Luvas de proteção permanentemente instaladas nas aberturas da câmara permitem ajuda externa sem contato direto com o traje. Após o uso, estes são imediatamente descartados e incinerados.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Enfermeiras contaminadas
Apesar dos altos padrões de segurança, , na Espanha e Estados Unidos três enfermeiras contraíram a doença. As circunstâncias da contaminação ainda não foram esclarecidas. As residências das profissionais (na foto, Texas) foram isoladas e desinfetadas após a descoberta do contágio.
Foto: Reuters/City of Dallas
Proteção na África
Agora, médicos e enfermeiros da África Ocidental também foram equipados com trajes protetores. No entanto, estes nem sempre obedecem as normas para uma proteção efetiva. Por vezes, pequenas áreas da pele ficam descobertas ou o material usado é permeável. Além disso, colocar e retirar o traje pode ser arriscado.
Foto: picture alliance/AP Photo
Isolando os mortos
Os funerais das vítimas do ebola também requerem cuidados extremos. Na África Ocidental, a tradição de os familiares de lavarem os corpos dos mortos resultou em numerosas novas infecções. Para família e amigos, costuma ser difícil compreender e acatar as rigorosas medidas de isolamento.
Foto: Reuters/James Giahyue
Isolamento em barracas
Numa região onde os cuidados médicos são extremamente precários, uma epidemia das atuais proporções representa um enorme desafio. Os infectados são tratados em barracas improvisadas, como se vê na foto feita na Libéria. No entanto, até mesmo um país como a Alemanha ficaria sobrecarregado nessas circunstâncias. No momento, há apenas 50 leitos nas unidades de isolamento alemãs.
Foto: Zoom Dosso/AFP/Getty Images
Incineração em vez de sol
Em algumas regiões afetadas na África Ocidental, os trajes contaminados são pendurados para secar ao sol, numa tentativa de desinfetá-los para reutilização. No entanto, é muito mais seguro as roupas serem imediatamente incineradas após o uso, como ocorre na Guiné. Escassez e altos custos dos trajes dificultam essa medida: as roupas de proteção custam entre 30 e 200 euros.
Foto: Cellou Binania/AFP/Getty Images
Controles nos aeroportos
As viagens aéreas são a maior ameaça na transmissão de longa distância do vírus. Por esse motivo, a temperatura dos passageiros está sendo monitorada em alguns aeroportos. Entretanto, o método não oferece garantia absoluta, já que o período de incubação do ebola é de 21 dias.